Precisamos Falar sobre Abuso Materno, mas Ainda Mais sobre Machismo
Mães podem ser abusivas, mas são os papéis sociais de gênero que precisam ser expostos e questionados, não as mães individualmente.
De alguma forma, toda mulher carrega em si as marcas do machismo, porque o machismo produz subjetividades. Pensando nisso, nesse mês das mães, faço a pergunta: mães podem ser abusivas? E já respondo: sim, e com bastante frequência. É preciso, antes de mais nada, deixar claro que não se trata de passar a mão na cabeça de mães que são abusivas, mas analisar algumas causas, que podem ser várias – lembrando que sendo o machismo uma opressão estruturante na sociedade, seus efeitos vão muito além do que é imediato e visível, e podem muito bem adentrar as relações entre mães e seus filhos.
Um dos principais efeitos do machismo na maternidade é a responsabilidade quase integral que as mães carregam pela criação dos filhos. A maioria das mães são sozinhas nessa tarefa mesmo quando são casadas, pois muitos parceiros pouco ou nada se envolvem. Muita gente já ouviu aquela velha e repetida frase por parte do pai, “fala com a tua mãe” quando necessitou de alguma decisão. Ou, em outros lugares da sociedade: “cadê a mãe dessa criança?” quando uma está fazendo algo errado. Ninguém pergunta pelo pai. A paternidade é, na maioria das vezes, um estado figurativo em que o homem se isenta ou tem a possibilidade de se isentar. Pais presentes de verdade, que acordam de madrugada para trocar fraldas, acalmar o bebê, que levam no colégio, ajudam nos temas, contam historinhas, levam no médico, se preocupam com a alimentação, falam sobre sexo e sexualidade, são raros. E os que existem são glorificados, enquanto que para as mulheres ser boa mãe é estatuto obrigatório, pois “é o seu papel”.
Importante lembrar, aliás, que mães e pais costumam ser retratados de modo bastante estereotipado na mídia e cultura pop:
Mães como criaturas santas e abnegadas.
Pais como trapalhões incorrigíveis.
(Mais sobre isso em 4 Estereótipos de Mães que a Publicidade Precisa Parar de Usar; e Pais Trapalhões em Sitcoms e o Problema do Falso Feminismo).
Vale lembrar também que muitos homens abandonam as mulheres quando elas ficam grávidas ou poucos tempo depois de terem parido (ou as abandonam na própria relação e as mulheres passam a ser mães solo). O número de mulheres que são mães solo (preferimos essa denominação ao invés de “mãe solteira”, pois ser mãe não tem a ver com estado civil) é assustador: só no Brasil, 20 milhões de mulheres são mães solo.
O que acontece é que quando há solidão existe uma chance maior de ocorrer relações abusivas entre mãe-filhx, pois quando só existe um ponto de vista fica mais difícil não errar. Mais difícil não reproduzir opressões, mais difícil não repetir modelos educativos cíclicos e retrógrados. Uma mãe abusiva carrega uma história de outros abusos, incluindo nisso o próprio sistema patriarcal, refletido através de condutas machistas que a oprimem e que são em si formas muito eficazes de abuso e de revitimização da mulher.
Em outras palavras, a maioria das mulheres incorporam em si mesmas o machismo, reproduzindo-o, pois foram ensinadas que existe uma hierarquia entre homem e mulher, a se apresentarem como femininas, a competir com outras mulheres para conseguir preservar seus homens. Assim, passam de geração para geração o sistema valorativo do machismo (e cobram o mesmo de sua prole). Dificilmente não passarão adiante esse modelo para filhas e filhos. Os modelos de educação são os mesmos de outrora e o homem (enquanto categoria de gênero) não se vê implicado nisso. Enquanto os homens se isentam das responsabilidades da criação dxs filhxs, ela recai sobre a mulher. As pessoas ao redor não se vêem implicadas nisso.
Nesse sentido, os papéis sociais precisam ser expostos, não mães individualmente. O sofrimento que cada um carrega a partir de experiências de abuso não podem nem devem ser menosprezados, mas como a questão do abuso materno é recorrente e ao mesmo tempo silenciada, aqui temos um problema que não é só individual, de filhxs para mães, mas de todo mundo. Afinal de contas, quem está sendo vítima desse sistema? A resposta é simples: todos nós, porque estamos deixando nas mãos de nossas mães toda a carga de educar a sociedade ou a culpa por não conseguir fazer direito. E em cima delas está toda materialidade do machismo. Os filhos e as filhas culpam as mães pelos erros, que foi uma escolha dessa mãe de ter sido “mãe solteira” ou que são opressoras mesmo quando existe um pai declarado, baseados na ideia de que quem toma as decisões são as mães, em última instância.
Em se tratando de “escolha”, importante lembrar que no Brasil o aborto ainda não foi descriminalizado: mulheres que abortam podem ser presas, ou podem morrer em clínicas clandestinas, através de métodos abortivos precários e/ou violentos. Mulheres que consideram a possibilidade de abortar são julgadas tanto por homens quanto por outras mulheres, e assim a maternidade se torna compulsória.
Isso sem voltar ao argumento anterior de que os homens abandonam as mulheres na maternidade e, consequentemente, seus próprios filhos, suas próprias filhas. Aos homens está reservado o direito de escolherem ser ou não pais, independentemente da criança existir efetivamente. Já para as mulheres é sempre um questionamento sobre o porquê (ainda) não é mãe; e se já é, se está sendo a mãe que se espera que ela seja: bondosa, cuidadora, que saiba como xs filhxs funcionam e como “deve” criá-los. Qualquer frustração com relação a essas expectativas (ser mãe, mulher, educadora, amorosa, etc.) é uma indicação de sua falha em exercer aquilo a que foi “destinada”.
O filme Precisamos falar sobre o Kevin traz uma personagem que, inicialmente, tem uma vida social e profissional ativa, mas que teme a maternidade. No entanto, acaba se deixando levar pelo imperativo social de que mulheres devem ser mães e assim tenta se encaixar no papel que “lhe cabe”. Quanto tudo vai pelos ares, literalmente, ela se torna a grande culpada pela sociedade.
Outro filme bastante polêmico neste sentido é Preciosa. Este filme tem diversos problemas. Um deles é o de reforçar um estereótipo de que mães negras são abusivas/permissivas quanto a abusos. Não bastasse os vários estereótipos que as mulheres negras carregam. De novo: não se quer dizer que mães, negras, brancas ou de qualquer outra etnia não podem ser grandes abusadoras. Mas construir isso como algo descolado da realidade social de idealização da maternidade é um grande problema. Especialmente para as mulheres.
Muitas mães choram. A questão do choro como forma de chantagem emocional, de manipulação, pode ser também entendida de outro modo: muitas vezes, mulheres acabam chorando mais porque precisam se defender mais e se posicionar acerca do machismo, manter algum estado de autoridade e autonomia, já que as mulheres são constantemente desautorizadas. Esses comportamentos costumam ser tratados como histeria tanto nas relações amorosas, quanto nas de mãe e filhxs. No entanto, precisamos tomar outra postura ao encarar esses comportamentos. Muitas mães têm de lidar com o cansaço de serem sozinhas, de terem toda a responsabilidade nas costas, de serem também manipuladas e consideradas loucas. Se não fosse assim, talvez não gritassem tanto, não ameaçassem tanto, não tivessem tanto medo de que xs filhxs não as amem, ou as abandonem (assim como o resto da família, a que se destaque o pai como primeiro abandônico).
Por outro lado, não estamos permitindo com que a escolha de ser mãe seja efetivamente uma escolha, assim como não permitimos que as mulheres sejam autoritárias. A maternidade acaba se tornando um dos poucos lugares onde a mulher pode ser autônoma, autoritária ou que “assuma” outras adjetivações que retoricamente pertencem ao gênero masculino. Mas se formos analisar cada comportamento abusivo das mães, veremos que ali tem um ser humano muitas vezes preso a modelos construídos socialmente e tentando fazer algo com tudo isso. O abuso acaba sendo uma expressão daquilo que a sociedade permite. Esse sujeito-mãe, em muitos dos casos, não tem ninguém ou poucas pessoas com quem contar. E exemplos de maternidades tóxicas existem aos montes, porque estão permeadas pela solidão afetiva e pelas complicações de ser mulher, de se encaixar e encaixar os filhos em padrões – porque se os filhos saírem errado a culpa é tão só e exclusivamente da mãe. O julgamento vem de todas as partes, inclusive dxs filhxs.
A maternidade precisa ser questionada enquanto imposição para mulheres, e a paternidade como uma responsabilidade da qual os homens têm direito de se eximir (mais um lugar de privilégio sustentado pelo regime patriarcal). A responsabilidade da criação não é apenas da mulher, mas da sociedade como um todo. E aqui vai uma panfletagem: a luta feminista é também uma luta para que as mulheres deixem de ser mães abusivas ou de ser rotuladas enquanto tais. É uma luta que nos permite romper com os modelos aprendidos e avançarmos enquanto sociedade.
Leia também 4 Estereótipos de Mães que a Publicidade Precisa Parar de Usar.
Line
May 14, 2017 @ 6:39 pm
Quando se trata de abuso materno acho melhor falar com profissionais de psicologia ou qualquer pessoa esclarecida séria, sensível, empática e com ética que não coloque a militância ideológica acima do assunto e da discussão, se não é mais do mesmo, é dá várias voltas e no final das contas a coisa vai sempre para o mesmo lugar, que a culpa é do machismo que a mãe abusiva por pior e mais psicopata ou narcisista que seja é apenas uma ”vítima passiva reprodutora do machismo”. Não apenas mães abusivas como mulheres psicopatas, criminosas em geral. com feminista militante vai ser sempre a mesma conclusão de militância ideológica. NEste assunto o feminismo se encontra com o machismo sempre colocando a mulher com passividade e sem a menor responsabilidade.
Lara Vascouto
May 15, 2017 @ 2:26 am
Não se trata de absolver mães/mulheres tóxicas ou criminosas de seus crimes, mas sim de refletir como o social pode influenciar o pessoal. Obviamente que cada caso é um caso, mas buscar denominadores comuns pode ajudar na prevenção dos mais diversos tipos de violência.
Alice
May 15, 2017 @ 8:36 pm
Nós lemos o mesmo texto?
Entendi completamente diferente, Line.
Tâmara
May 15, 2017 @ 5:39 pm
acredito que absolver mulheres/mães colocando-as como vítima do sistema machista e crucificar os pais/homens é reduzir muito o problema do abuso maternal. Meu pai teve e ainda tem um papel crucial na minha vida: ele me levava ao médico, à escola, ia à reunião de pais, sempre foi presente e eu sofri abuso emocional por parte da minha mãe e ainda sofro. O que ajudou muito a me manter sã foi exatamente a presença e o apoio do meu pai. Então eu fiquei extremamente incomodada com a forma como esse assunto foi abordado.
Thaís
May 18, 2017 @ 7:46 pm
Line e Tâmara, não acredito que o texto tente absolver as mães abusivas, muito pelo contrário. O que o texto tenta fazer (foi o que eu entendi) é colocar um contexto. A mãe abusiva não nasceu assim e não é assim simplesmente porque quer – assim como um homem abusivo não nasce ou escolhe ser assim. Tudo é construção social, pois (tirando alguns casos de doenças ou distúrbios psicológicos) ninguém é imune às interferências do meio social.
Se uma mulher nunca quis ser mãe mas foi “obrigada” pela sociedade a ser, é possível que ela vire uma mulher amarga que não nutra amor pelos filhos, assim como é possível que uma mulher que foi abusada a vida inteira reaja a isso abusando de outras pessoas. Não torna o comportamento correto, mas é mais uma camada de compreensão sobre essas pessoas.
Tâmara, sinto muito que você sofreu abuso emocional de sua mãe, sinto mesmo, e não quero justificar nada (até porque não conheço nem você nem ela). Mas provavelmente ela tem motivos, conscientes ou inconscientes, para ser assim, e é disso que o texto trata.
Lola
May 19, 2017 @ 12:06 pm
Sou filha de uma mae abusiva e de um pai ausente. Meu pai é ausente, mas ele nao me incomoda. Minha mae me incomoda com seu constante desequilíbrio emocional, com sua incapacidade de ficar feliz com minhas realizacoes pessoais, com seu narcisismo exacerbado achando que só porque me criou tem o direito de me tratar como lixo enquanto eu devo viver para ela, ser a motorista dela, enche-la de presentes caros, como se a maternidade fosse um servico e a fatura vem mais tarde, quando o filho está criado. Sugiro que voce leia sobre maes narcisistas, há alguns sites muito bons a respeito na net. com certeza existe o problema do machismo, mas vá explicar isto para a menininha de oito anos que ainda molha a cama porque tem pesadelos onde a mae a espanca. eu apanhava da minha mae de ficar marcada e depois eu era obrigada a mostrar as marcas para a visita sob os comentários de escárnio dela, como eu era uma menina muito má, muito malvada e como ela era uma mae excelente me educando e disciplinando dentro da Palavra de Deus (a bíblia diz claramente para usar a vara para educar uma crianca). Saber se é machismo ou nao, nao vai salvar estas infancias perdidas no inferno que é viver com uma mae destas. leva-se muitos anos de terapia para se construir uma auto-estima que já foi arrancada no berco. Todas as vezes que meu pai tentava fazer alguma coisa comigo, brincar, fazer licao, ela já se metia no meio, alucinada achando que meu pai poderia me machucar em alguma brincadeira ou que ele nao me ensinaria a licao direito. ela fez tudo o que pode para distanciar meu pai de mim, até mesmo por ciúmes, medo que a gente gostasse mais um do outro do que dela. E ele, como era um banana, deixou isto acontecer. Eu vejo no seu texto muita verdade, mas eu, como filha de mae abusiva e pai ausente, acho que rolou um “passar pano”. Beijos e por favor, continue escrevendo sobre o assunto. é necessário falar sobre maes abusivas, pais ausentes, mesmo a gente nao concordando com tudo!
aLVARO
December 6, 2020 @ 2:10 pm
Gostaria DE APRESENTAR UM PONTO DE VISTA DIFERENTE. nA VERDADE, O TEXTO COLOCA UM PONTO DE VISTA BASTANTE NORMATIVO: A MULHER É UMA VÍTIMA DA SOCIEDADE PATRIARCAL. NÃO DESEJO NEGAR QUE ESTA É A NORMA. NO ENTANTO, TUDO ISTO JÁ FOI BASTANTE ABORDADO. JÁ A SITUAÇÃO EM QUE ME ENCONTRO NUNCA É ABORDADA. RECORRO À INTERNET NOS MOMENTOS DE CRISE AGUDA PARA ME AJUDAR A REFLETIR SOBRE MINHA SITUAÇÃO, MAS NÃO ENCONTRO NADA. A SITUAÇÃO É A SEGUINTE: EU E MINHA MULHER CONSEGUIMOS TER NOSSO FILHO TARDE, E APÓS UMA HISTÓRIA DIFÍCIL DE VÁRIOS ABORTOS ESPONTÂNEOS E UMA FILHA QUE NASCEU COM UMA SÍNDROME GRAVE E TERMINOU FALECENDO APÓS 2 ANOS NUMA uti. PORTANTO, RECONHEÇO O TRAUMA QUE ELA SOFREU E AINDA NÃO SUPEROU, 6 ANOS DEPOIS E 3 ANOS DEPOIS DO NASCIMENTO DE NOSSO FILHO, QUE É TOTALMENTE SAUDÁVEL. ELA TEM UM COMPORTAMENTO TOTALMENTE POSSESSIVO E DEVORADOR COM RELAÇÃO AO NOSSO FILHO. ELA FEZ DE TUDO PARA EVITAR QUE EU TIVESSE QUALQUER CONTATO COM ELE, COMO DAR BANHO, TROCAR FRALDAS, ETC. ELA DÁ TUDO O QUE ELE QUER: ATENÇÃO INTEGRAL, PEITO LIVRE DEMANDA (COM 3 ANOS, REPITO), GULOSEIMAS À VONTADE 7 DIAS / SEMANA A QUALQUER HORA DO DIA OU DA NOITE, HORÁRIOS DE REFEIÇÕES DESCOMPENSADOS, eLA SE MUDOU PARA O QUARTO DELE LOGO APÓS O NASCIMENTO, E NOSSA VIDA SEXUAL, QUE JÁ ERA PROBLEMÁTICA ANTES, PASSOU A SER INEXISTENTE. MAIS QUE ISSO, DEIXOU DE HAVER QUALQUER SENTIMENTO DE CUMPLICIDADE, AMIZADE, AFETO: TUDO É VOLTADO PARA O FILHO, PARA O PAI SÃO SÓ COBRANÇAS, EXIGÊNCIAS, CRÍTICAS. COMO PSICANALISADO, É FACIL PARA MIM PERCEBER QUE TODO ESTE ROTEIRO VAI TRAZER GRANDES PREJUÍZOS AO NOSSO FILHO, POR MAIS QUE ELE ESTEJA TOTALMENTE MANIPULADO E REFÉM DESSA SITUAÇÃO (APÓS GRANDE ESFORÇO E DEDICAÇÃO, AUXILIADO PELO RETORNO DELA AO TRABALHO, E AGORA PELA PANDEMIA, SACRIFICO MEU TRABALHO PARA TER TEMPO SOZINHO COM ELE E APRESENTAR O MUNDO DE ACORDO COM MEUS VALORES —- FAZER CAMINHADAS ECOLÓGICAS, SE ALIMENTAR COM COISAS SAUDÁVEIS NOS HORÁRIOS CORRETOS, ETC — E CONSTRUÍMOS UMA EXCELENTE RELAÇÃO, MAS QUE SE MANIFESTA APENAS QUANDO ELA ESTÁ AUSENTE, TRABALHANDO. QUANDO ELA ESTÁ EM CASA ELE FINGE NÃO GOSTAR DE MIM, POIS DESCOBRIU QUE ISTO DÁ PRAZER À MÃE, CONFIGURANDO UM VÍNCULO DE MANIPULAÇÃO). jÁ PENSEI MIL VEZES EM ME SEPARAR, MAS ESSA SOCIEDADE — QUE É TÃO PATRIARCAL E TÃO OPRESSORA SOBRE A MULHER — NESSA HORA SE VOLTA TOTALMENTE CONTRA O PAI, POIS SE EU ME SEPARASSE, NÃO APENAS PODERIA PERDER MINHA CASA (O JUIZ PODERIA DETERMINAR QUE EU SAÍSSE DE CASA PARA DAR LUGAR À MÃE-FILHO) COMO PERDERIA MEU FILHO — O COMUM É QUE O PAI TENHA APENAS 01 DIA COM O FILHO A CADA 14 DIAS, O QUE É NADA EM TERMOS DE EDUCAR; O PRÓPRIO VÍNCULO PAI-FILHO SE DESTRUIRIA, PRINCIPALMENTE COM A MÃE PRATICANDO ALIENAÇÃO PARENTAL TODO O TEMPO. eNFIM, ESCREVI TANTO PARA DESABAFAR NUM MOMENTO DE DOR, MAS TAMBÉM PARA DAR UMA PEQUENA NOÇÃO A VOCÊ QUE SE PROPÔS A ESCREVER SOBRE MÃES ABUSIVAS COMO O PROBLEMA É MAIS COMPLEXO QUANDO A GENTE SAI DOS LUGARES COMUNS DA MULHER OPRIMIDA E PASSA A ENXERGAR QUE A MULHER TAMBÉM PODE SER OPRESSORA, E PARA ISSO CONTA COM OS MECANISMOS JURÍDICO-INTITUCIONAIS DA PRÓPRIA SOCIEDADE PATRIARCAL QUE ESTIPULA UM LUGAR SANTIFICADO, SAGRADO, PARA A MÃE.