4 Heróis Românticos que Eu Não Queria na Minha Vida nem Pintados de Ouro (Parte 2)
A desconstrução de nossas visões distorcidas de romantismo continua.
*contém spoilers
Há um tempo atrás escrevi a parte um desse texto, com quatro personagens do cinema que tiveram seus comportamentos invasivos, manipuladores e/ou abusivos açucarados em prol do romance. Integraram aquela lista os indefensáveis Henry Roth (Como Se Fosse a Primeira Vez); Noah Calhoun (Diário de uma Paixão); Edward Lewis (Uma Linda Mulher); e por último, mas não menos assustador, Edward Cullen (o vampiro que brilha no escuro, de Crepúsculo).
Como o Halloween está chegando e não tem nada mais assustador do que um relacionamento abusivo disfarçado de romance, resolvi fazer esta continuação com mais quatro personagens que nos fizeram suspirar, mas que na verdade são mais do que questionáveis (e, em alguns casos, indiscutivelmente criminosos).
Mas por quê, Lara???!!!! Céus, deixe nossos personagens preferidos em paz!! É SÓ UM FILME!! – posso ouvi-las gritando ao fundo.
Pois é, só que não. Não é ‘só’ um filme, pessoal. Não é ‘só’ um seriado. Não é ‘só’ uma propaganda (falando nisso: se mídia não influenciasse comportamento, o que seria da publicidade?). Eu sei que eu já citei a Nanette Braun, da ONU Mulheres, algumas milhares de vezes aqui no blog, mas a fala dela é exatamente o que precisamos entender:
“A mídia cria uma visão de mundo que se entranha profundamente na percepção das pessoas de como as coisas são”.
E no caso dos romances e comédias românticas, a visão de mundo que recebemos é de que tudo bem um cara te perseguir, te manipular e te assediar, porque afinal de contas, ele só faz essas coisas porque te amaaaaa!
Nem um pouco perturbador.
Sim, todos sabemos que a vida não é como num filme. Sabemos diferenciar a realidade da ficção. Mas mesmo assim esses filmes acabam moldando nossas percepções e expectativas em relação ao amor romântico na vida real. Para homens, os grandes “gestos românticos” do cinema acabam reforçando a noção (machista e bem real) de que mulheres são coisas a serem “conquistadas”, e de que ‘não’ na verdade significa ‘você não está tentando o suficiente’. E para mulheres, o fato de todos esses gestos serem tão açucarados com caras dreamy e finais felizes pode nos fazer relevar comportamentos abusivos dos nossos próprios parceiros românticos na vida real.
Aliás, existe um estudo que buscou analisar exatamente o quanto a nossa percepção é alterada por romances ficcionais. Com um título bastante apropriado (Fiz isso porque te amo – Os efeitos de representações midiáticas de buscas persistentes em crenças sobre stalking (perseguição), o estudo encabeçado por Julia Lippman, doutora em Comunicação da Universidade de Michigan, concluiu que mulheres ficaram mais propensas a endossar mitos sobre stalking depois de assistir comédias românticas que as encantaram. Mitos como “Muitas vítimas de stalking na verdade estão apenas se fazendo de difíceis e mudam de ideia mais tarde” e “um indivíduo que chega a stalkear alguém deve ser muito apaixonado”.
Então, não, definitivamente não é ‘só’ um filme. Eu sei que muitos de nós amamos esses filmes (e eu me incluo entre essas pessoas, acredite), mas precisamos lembrar que eles encantam porque foram feitos para ser encantadores. O que precisamos nos perguntar é: será que na vida real esses caras seriam tão incríveis assim? Caras como…
Sam Coulson (Nunca fui beijada)
A História
Josie é editora em um jornal quando recebe sua primeira missão como repórter investigativa: se infiltrar em uma escola secundária como estudante para descobrir todas as atividades ilegais que os jovens estariam praticando. Enquanto pena para se adaptar e fazer amizade com os jovens populares (descobrimos logo no começo que Josie foi extremamente impopular na escola quando jovem, e continua impopular depois de adulta), rola uma química forte entre ela e o sr. Coulson, professor de literatura na escola.
O Horror
Sim, eu adoro esse filme. Sim, eu o assisti cerca de 27 vezes. Mas nada disso muda o fato de que o sr. Coulson é um professor adulto que se apaixona por uma de suas alunas adolescentes. Ok, é verdade que a Drew Barrymore não é uma adolescente de verdade.
Mas ele não sabe disso!
E isso é bem assustador. Principalmente quando lembramos que homens entre 20 e 30 anos são pais de 39% dos filhos das mães adolescentes de 15 anos.
Vejamos algumas falas e momentos problemáticos do sr. Coulson (sim, eu vou chamá-lo de sr. Coulson até o final pra que ninguém esqueça que além de mais velho ele é uma figura de autoridade):
- Quando ele fala “quando você tiver a minha idade, os caras vão fazer filas que dão a volta no quarteirão por você”, quando os dois estão inapropriadamente sozinhos em uma roda-gigante, à noite, fora do ambiente escolar.
- Quando ele faz essa cara de decepção e coração partido ao ver a Josie dançando com outro cara no baile de formatura:
- Quando ele diz: “Não consigo olhar pra você da mesma forma” de forma decepcionada, assim que descobre que a Josie não é uma adolescente. Mas pera, ele não devia se sentir aliviado com essa revelação???
Pra ser justa, o sr. Coulson tinha outros motivos para estar chateado no final, mas eu esperaria que todos eles se tornassem irrelevantes quando ele percebesse que “viva, então quer dizer que eu estava me sentindo atraído por uma adulta! Não sou um predador sexual! Yay!”. Não?!
Enfim, é uma situação delicada. Afinal, fazer o que ele faz no final – ir beijá-la no campo de futebol na frente da escola inteira – também não foi legal, pois confirmou que sim, ele se permitiu se apaixonar por uma aluna. Na real, o que o sr. Coulson devia ter feito era ir buscar uma terapia.
OBS: O sr. Coulson não é o único creep desse filme. O irmão da Josie (também adulto) também entra na escola infiltrado como estudante, e leva uma aluna para o baile de formatura. E a própria Josie também não é inocente, dado que ela tem vários momentos semi-românticos com o babaca e popular aluno Guy (menor de idade). Enfim, o filme é todo errado.
Jake Perry (Doce lar)
A História
Melanie é uma estilista de sucesso em Nova York prestes a se casar com Andrew, filho ricaço da prefeita da cidade (interpretado pelo McDreamy Patrick Dempsey). Mas tem um problema: ela já é casada com seu amigo de infância, Jake, que nunca assinou os papéis do divórcio. Melanie, então, volta para sua cidade natal no Alabama para encontrar Jake e fazê-lo assinar os papéis (sem que o McDreamy saiba que esse é o real motivo de sua viagem). No entanto, quando ela o reencontra velhas emoções ressurgem.
O Horror
Conforme o filme se desenrola, vamos descobrindo aos poucos como a separação de Melanie e Jake aconteceu. Vou resumir aqui pra você: entre atribulações como uma gravidez inesperada e um casório super precoce, o casal brigava tanto que chegou ao ponto de Melanie sentir a necessidade de ir embora do Alabama para Nova York. De lá, Melanie passa sete anos enviando papéis de divórcio para Jake assinar, mas sempre os recebe de volta em branco.
Por quê?
Mais tarde descobrimos que Jake chega a ir para Nova York para pedir desculpas a Melanie, mas se sente intimidado pela cidade e volta para casa sem nunca encontrá-la. Ele então resolve que vai “se tornar alguém” antes de tentar conquistá-la de novo. Por isso se recusa a assinar os papéis de divórcio até que isso aconteça.
Serião, amigo? Quer dizer que você decidiu unilateralmente que merece outra chance, e por isso acha que tudo bem empacar a vida da moça durante anos, até que você se sinta preparado para fazer uma nova tentativa? Meus caros, Jake Perry é um exemplo clássico do cara que só se preocupa com o próprio umbigo. Imagina isso na vida real: você quer se divorciar – passa ANOS tentando – mas o bonito se recusa. DURANTE ANOS!
E o pior de tudo é que eles acabam juntos no final. Já é ruim o suficiente o Jake-Escroto-Perry achar que a Melanie não tem autonomia nenhuma para tomar uma decisão, mas a coisa só se agrava quando o próprio filme endossa isso ao fazer com que eles acabem juntos. Sério, como isso é romântico?
OBS: Assim como em Nunca Fui Beijada, o mocinho de Doce Lar não é o único babaca do filme. Na verdade, a maioria dos personagens é detestável, desde os pais de Melanie, que nunca conseguem ficar felizes com o sucesso da filha, até a própria Melanie, que além de se achar a rainha da cocada, ainda faz bullying com os amigos, larga o McDreamy no altar, e dois segundos depois anuncia pra galera que vai usar a mesma festa pra comemorar a sua re-união com o Jake.
Bônus 1
Severo Snape (Harry Potter)
A História
Severo Snape é amigo de infância de Lílian Potter e apaixonado por ela. Mas Lílian acaba se casando com Tiago Potter e, ao ter um filho com ele, se torna alvo de Voldemort, que acredita que a criança significaria o seu fim. Quando Snape – então um comensal da morte seguidor de Voldemort – descobre isso, ele oferece seus serviços a Dumbledore em troca da proteção de Lílian Potter. Mesmo depois que ela morre, Snape permanece fiel a Dumbledore, ajudando-o a proteger o filho de Lílian e se sacrificando para ajudá-lo.
O Horror
Ok, adicionei o Snape como bônus porque ele não é exatamente um herói romântico, né, e nem foi vendido como tal. Também sei que a discussão sobre isso é acirrada – e por isso mesmo optei por falar dele. Porque, por algum motivo, muita gente o coloca num pedestal, mesmo que os próprios livros não endossem isso.
Gente, tem um motivo pra Lílian ter se casado com outra pessoa. O Snape era uma pessoa detestável. Tanto no passado, como na época dos livros. E não só por causa do seu passado como comensal da morte, ou porque ele era abusivo com os alunos e parecia um morcegão.
Ele não tinha culpa de não ser estiloso.
O problema é que o próprio amor dele pela Lílian era problemático. Senão vejamos:
- Ele era possessivo.
Quando crianças, ele a afasta de sua irmã Petúnia e interfere o tempo todo no relacionamento delas. Mais tarde ele tenta mantê-la afastada de seus colegas babacões da Grifinória (Tiago e cia, na época) ao tentar convencê-la que eles são tão ruins como seus amigos metidos a comensais da morte.
- Ele chegou a destratá-la e a dar sinais de ser controlador
Em um momento de raiva, Snape xinga Lílian de sangue-ruim, uma palavra discriminatória e extremamente ofensiva usada contra bruxos nascidos trouxas. Além disso, ele dá sinais de querer controlá-la em uma de suas discussões sobre o Tiago Potter:
– Salvou? Salvou? Você acha que ele estava bancando o herói? Ele estava salvando o próprio pescoço e o dos amigos também! Você não vai…eu não vou deixar você…
– Me deixar? Me deixar?
Os vivos olhos verdes de Lílian se estreitaram. Snape retrocedeu na mesma hora.
E além disso, ele inferniza a vida do Harry simplesmente porque o garoto é filho do Tiago. Anos se passaram, mas o Snape nunca consegue amadurecer o suficiente pra relevar isso.
Pessoalmente, acho que o amor do Snape pela Lílian tem todos os requintes de uma obsessão. Até porque ele parecia incapaz de amar ou se importar com outras pessoas.
– Se ela significa tanto pra você – disse Dumbledore – certamente Lord Voldemort irá poupá-la, não? Você não poderia pedir a ele misericórdia para a mãe em troca do filho?
– Pedi…pedi a ele…
– Você me dá nojo – disse Dumbledore, e Harry nunca ouvira tanto desprezo em sua voz. Snape pareceu se encolher um pouco. – Você não se importa, então, com as mortes do marido e do filho dela? Eles podem morrer desde que você tenha o que quer?
O cara estava disposto a deixar a moça sem filho e marido só porque era obcecado por ela.
Super romântico. #sqn
Claro que tanto sua história como seu fim são trágicos e que podemos, sim, admirá-lo. Afinal, ele acaba se redimindo no final ao se sacrificar pra salvar o mundo bruxo (mesmo não acreditando realmente nos ideais contrários aos do Voldemort). Mas não vem tentar me convencer que Severo Snape é um santo feito de amor, porque nem a própria Lílian engoliu essa (ainda bem). Sigamos.
Bônus 2 – Escolha das Leitoras
Christian Grey (50 Tons de Cinza)
Então, quando eu escrevi a primeira parte desse texto, não tinha lido e nem assistido 50 Tons de Cinza, por isso não incluí o Christian Grey na lista.
Bem, eu ainda não li e nem assisti 50 Tons de Cinza (e, pra ser bem sincera, provavelmente não o farei), mas como eu já li um monte de texto perturbador sobre o personagem e um monte de gente esperta falou que ele merecia estar aqui, me sinto bem segura de adicioná-lo à lista. Só que né, como eu não vi com os meus próprios olhos, vou poupá-los de qualquer observação mal-informada minha e, ao invés disso, direcioná-los ao texto abaixo:
*ATENÇÃO: contém spoilers dos livros que trazem detalhes dos comportamentos abusivos do personagem, incluindo manipulação psicológica, controle, estupro e agressão física*
Cinquenta Momentos Abusivos em “Cinquenta Tons de Cinza”
O texto foi traduzido pela Não me Kahlo, e traz uma análise dos dois primeiros livros, se não me engano, feita pela Emma Tofi (o original você encontra no blog The Rambling Curl).
Aproveitem a desconstrução!
*Editado em 21/10/16 para incluir o aviso sobre o texto da Emma Tofi.
Leia também 4 Heróis Românticos que Eu Não Queria na Minha Vida nem Pintados de Ouro (Parte 1).
Priih
October 21, 2016 @ 1:48 am
Oi Lara, tudo bem?
Adorei a discussão, em especial a parte do Snape. Eu tenho sentimentos controversos pelo personagem. Explico:
Acho ele detestável. A maneira como ele trata os alunos e as outras pessoas que não a Lílian é desprezível. E, por isso, também acho que ele não mereça ser endeusado.
Porém, eu acredito no amor como algo inesquecível e imortal (mesmo que os casais não fiquem juntos pra sempre, acredito que um amor possa durar pra sempre). E esse lado dele, a fidelidade dele em relação ao sentimento que tinha pela Lílian, eu acho interessante. O problema é, como você apontou no texto, o tom obsessivo desse amor. Ele não tentou seguir a vida com outra pessoa (ainda que parte dele sempre vá amar Lílian). Ele preferiu viver uma vida de amargura e descontar nos outros.
Complicado hahaha! Enfim, não sei se me fiz clara nos meus questionamentos em relação a ele, mas curti muito o texto. 🙂
Beijos,
Priscilla
Infinitas Vidas
Lara Vascouto
October 21, 2016 @ 10:45 am
Eu sinto o mesmo que você, Prih! O personagem é super complicado – e acho que por isso mesmo tão fascinante. 🙂
Mary Vitória
October 21, 2016 @ 1:56 am
Gostei do texto, mas tenho que adicionar uma coisínea sobre o Snape: Sorry, mas o Thiago era tão detestável quanto o Snape. O cara cometia Bullying e se achava a última bolacha do pacote. Pra mim, os dois tem mais é que ir pra casa do caralho. Sei que a Lílian tentava defender o Snape, mas achei vacilo ela ter ficado logo com o cara que mais destratava o melhor amigo dela.
Lara Vascouto
October 21, 2016 @ 11:08 am
Oi Mary! Olha, longe de mim defender o Tiago, porque né, a gente sabe como ele era. Mas realmente acho que mesmo sendo babacão o Tiago era mil vezes melhor que o Snape. Lembra, o Snape virou um comensal da morte! Ele inventou um feitiço (sectumsempra) cujo único objetivo era machucar as pessoas. Aquele outro feitiço que ele inventou, de pendurar as pessoas pelo tornozelo, chegou a ser usado por comensais pra torturar trouxas. Além disso, eu duvido muito que o bullying que o Tiago fazia não tinha troco. E sobre o Tiago, bom, ele era babaca, mas tinha muitas qualidades – qualidades que o Snape não tinha nem de longe. Ele se importava com os outros, era um amigo incrível e leal, e tudo indica que era um bom pai. E eu imagino que ele amadureceu, porque caso contrário eu duvido que a Lilian teria ficado com ele.
Sobre a Lílian ter ficado logo com o cara que destratava o melhor amigo dela…a amizade deles acabou antes de a Lílian sequer se interessar pelo Tiago. Ela percebeu que o Snape não era quem ela pensou que ele era e se afastou. E deixou isso bem claro ó:
“- É tarde demais. Há anos dou desculpas para o que você faz. Nenhum dos meus amigos consegue entender sequer por que falo com você. Você e seus preciosos amiguinhos comensais da morte: está vendo, você nem nega! Nem nega que é isso o que pretendem ser! Você mal-pode esperar para se reunir a Você-sabe-quem, não é?
Ele abriu a boca, mas tornou a fechá-la sem falar.
– Não posso mais fingir. Você escolheu o seu caminho, eu escolhi o meu.
– Não…escute, eu não quis…
– …me chamar de sangue-ruim? Mas você chama de sangue-ruim todos que nasceram como eu, Severo. Por que eu seria diferente?”
Super entendo seus sentimentos pelo Tiago, mas não consigo colocar ele e o Snape no mesmo saco, não. Obrigada pela contribuição!
Irena
October 21, 2016 @ 8:04 pm
Adoro quando você escreve Lara!
Super concordo com tudo o que você disse, apesar de ter sentido falta de um que não é um clássico mas que sinto que está ficando bem popular, é o Ellis Jones de “A incrível história de Adaline”.
Assisti até a metade no Netflix e parei. Consegui vê lo coagindo a protagonista (Adaline) a sair com ele, fiquei contente em vê la brigando com ele por que ele invadiu a privacidade dela pegando o seu endereço no cadastro do emprego. Mas é aí que eu parei.
Logo depois dessa cena ela se sente compelida -e o narrador reinforça isso- a pedir desculpa por ter chamado a atenção dele. Que absurdo! E ela não fez nem 1/10 do barraco que deveria ter feito. Ela tinha pedido expressamente pra ele não acompanha la, que não queria que ninguém soubesse o endereço dela, mas mesmo assim ele abusa da sua autoridade e vai até a casa dela. Mas até aí ele já tinha se mostrado um stalker dos piores dizendo que ia negar uma grande doação a biblioteca onde ela trabalha se eles não jantarem juntos, o que me chocou mesmo foi ela ter que ir pedir perdão. Não aguentei e desliguei.
XTI
October 24, 2016 @ 12:17 pm
Nossa Mary, finalmente alguém que pensa assim! O Thiago era pior, desses babacas que praticam bullying disfarçado de brincadeira, um lixo! Pra mim são farinha do mesmo saco sim.
Larissa
October 22, 2016 @ 12:42 pm
Olá, adorei essa publicação simplesmente porque ela me fez ver aí dois personagens (Jake Perry e sr. Coulson) que eram totalmente abusivos. E no final você deixou uma nota sobre 50 tons de cinza, mas você sabia que eles foram inspirados em Crepúsculo? (Tipo, em uma dessas fics) Então de fato, não tinha como ser diferente.
Eu amo Nó de Oito ❤
Sabrina
October 22, 2016 @ 11:53 pm
Outro personagem problemático que é super romantizado é o Jamie de A Viajante do Tempo. Não sei se na série também é, mas a relação da protagonista com esse homem é completamente abusiva e ele chega inclusive a bater nela (o que ela acaba perdoando e ainda se culpa por isso).
Marcelo Bermann
October 24, 2016 @ 4:44 pm
A ambiguidade e os grandes defeitos de Snape ficam bem explícitos nos livros. Os filmes e sua eterna mania de dividir todos entre bonzinhos e malvados…
Mariana Borges
October 25, 2016 @ 12:20 pm
Interessante. Concordo realmente que a galera citada aí é beeem creepy! Gostei bastante do post, embora eu realmente goste de um dos personagens que você citou, que foi o Snape. Não porque ele foi um ser cheio de amor e blá blá blá. É um dos meus personagens favoritos porque acho que foi muito bem construído. Verossímil. Curti muito. 🙂 Vou continuar acompanhando.
Lara Vascouto
October 25, 2016 @ 1:18 pm
Também gosto muito do Snape, Mariana! É um personagem complexo, como deve ser. Obrigada pelo comentário! 🙂
alice
October 25, 2016 @ 1:16 pm
gente fui ver Lar doce lar no cinema e na época, a trocentos anos atrás, já me incomodou. achei uma sacanagem ela esconder o problema do noivo. e o ex marido se achar a ultima bolacha do pacote. claro que na época não sabia de nada disso.
eu li cinquentas tons de cinza e só posso dizer: o livro é mau escrito. parece redação de 3º serie. e isso por si só já o desqualifica.
Sr. Caulson fosse feio todos veriam problema nessa relação.
adoro esses textos sobre filmes e series.
Thais
November 29, 2016 @ 9:43 pm
Nossa Lara, tu é maravilhosa!!! Eu nunca tinha percebido várias coisas dos filmes (do parte 1 e 2) que assisti. Agora tô chocada! Belo texto. Beijos!
José Geraldo Gouvêa
December 13, 2016 @ 12:39 pm
Li ambos os artigos sobre os heróis românticos e concordo com ambos. Eu poderia citar vários outros, mas isso seria em vão, pois acredito que o essencial não é enumerar cada personagem romântico problemático, mas conscientizar as pessoas para o tipo vicioso de amor que as comédias românticas costumam vender. Nesse sentido, só seria relevante pedir mais um personagem se ele fosse uma personalidade diferente, e portanto capaz de acrescentar ao debate. Mas eu estou satisfeito com a lista que você fez.
De todos os personagens que você cita, talvez o Edward Cullen e o Severo Snape sejam os mais importantes de abordar, não porque sejam os piores, mas porque são os de maior impacto na cultura pop. Quanto ao Christian Grey, o fato de “Cinquenta Tons” ter começado como uma fanfic de “Crepúsculo” já é algo significativo, né?
Sobre o Snape, vale a pena mencionar que é muito frequente que os filmes usem traumas de infância como desculpa para um personagem se tornar babaca. O problema é que isso é muitas vezes feito de forma a criar empatia com personagens que precisam de camisa de força em vez de abraço. Lembremos a frase do Proust: “O importante não é o que me fizeram, mas o que me fiz a partir do que me fizeram”. Harry também comeu o pão que o diabo amassou, mas não virou um Snape. E você lembra, muito bem, que nos livros Snape não é nem de longe mostrado como um personagem composto, maduro e sério–mas, sim, como um cara crianção, cheio de faniquitos, sádico, com uma vida afetiva inexistente etc. Nunca se sabe se isso é um disfarce necessário apenas, ou se ele tem prazer em ter de usar esse disfarce.
No geral, toda a série Harry Potter é muito perturbadora e merece ser mais discutida. Não sou do tipo que acha esses livros “satânicos”, mas acho que eles não são exatamente benéficos para adolescentes.
Livia
December 17, 2016 @ 1:27 am
Sobre Jake Perry, de ‘Doce Lar’, suas observações me fez lembrar o filme israelense “O julgamento de Viviane Amsalem”. A história do filme seria, digamos, uma versão realista da trama de “Doce Lar”.
Ruthléa Nascimento
December 21, 2016 @ 1:35 am
Adorei seu texto! Eu nunca tinha observado esse lado problemático do Sr. Coulson (e eu também assisti ao filme uma infinidade de vezes) e agora confesso que tô até com uns arrepios de horror pensando nele rs, mas fiquei feliz em ver que não sou só eu que não viu graça no Jake Perry. Pra mim ele não era nada romântico, era um dominador, isso sim! Inclusive nem gostei da menina ter ficado com ele.
Abu
December 25, 2016 @ 10:55 pm
2 filmes mais 2 bônus, ficou faltando 2, não?
Isabel
January 16, 2017 @ 9:04 pm
Adorei seu texto!
Sempre tive problemas com personagens desse tipo e foi muito bom ler alguém escrevendo sobre isso em detalhes. Eu entendo, por exemplo, que o Snape é ótimo por ser super complexo, mas eu ODEIO a relação dele com a Lílian e fico com raiva quando dizem que é amor; pra mim, isso é possessividade! Se você me permitir, vou até compartilhar sua análise sobre ele (com os devidos créditos, obviamente).
Adorei te descobrir e vou acompanhar as próximas publicações!
Um beijo!
Lara Vascouto
January 17, 2017 @ 12:44 pm
Que bom que fez sentido pra você, Isabel! Pode compartilhar com os créditos, sim. 🙂
Victória Coura
January 25, 2017 @ 12:23 pm
Minha única crítica ao texto é o “senão vejamos”. Não faz sentido na língua portuguesa a utilização dessa expressão da forma que você quis usar (que, se não me engano, teve sentido de “conforme veremos a seguir”.) Se não = se não isso, aquilo. Senão = ao contrário.
Lara Vascouto
January 25, 2017 @ 3:45 pm
Oi Victória! ‘Senão vejamos’ é uma expressão jurídica e significa justamente o que você entendeu. Usei como um juridiquês – tenho um amigo que usa bastante, com efeito cômico, e eu peguei a mania, rs! Mas entendo a confusão. Obrigada pelo toque!
vítor
April 25, 2017 @ 2:32 am
Eu tenho há anos discutido com as pessoas sobre o Snape, e me sinto completamente representado pela parte do texto sobre ele!
Queria agradecer por isso e pelo site; me estimula muitas reflexões sobre os livros que planejo escrever, e meu comportamento na vida mesmo. Parabéns pelo trabalho!
Bianca
June 13, 2017 @ 2:12 pm
Devia ter incluído tb no bônus 1 Thiago potter, que é um personagem mais babaca que o snape e vários níveis e é pintado como mocinho.
Angélica
June 13, 2017 @ 8:42 pm
Concooooordooo! Snepe sempre foi tidona série como um tipo de vilão, e infelizmente, com seu final, passou a ser colocado num pedestal. Mas olha o Thiago, minha gente! um canalha, que se achava mais que todos, igualmente obcecado pela Lilian, igualmente detestável a ponto de favorecer seu afastamento com a irmã, e bem, alguém já se perguntou sobre como foi a gravidez da lili? ela era muito jovem… o casamento foi antes ou depois? O pior do thiago é que ele é pintado a história inteirinha como um dos heróis, e ele não é nem um pouquinho diferente do snape. “ah ele era um auror e o snape um comensal” sim! fácil se cobrir do manto da virtude e dizer que todo o bulling e tortura que vc fez no passado ficou no passado. só lembrando que ele já era auror quando debochou tanto da cara do tio valter a ponto de a família cortar todos os laços de vez,e fazer com que seu filho, posteriormente, sofresse torturas até piores do que as que ele fez os colegas de escola passarem. parabéns thiago!
william
September 19, 2017 @ 2:40 pm
Severo poderia ser um herói romântico antigo, Lord Byroniano, em outros moldes não. Acho que quem escreveu o texto devia ter delimitado o romântico no tempo histórico(Misturou romântico com filme romance, que são coisas muito diferentes), o conceito muda muito ao longo dos tempos. Por exemplo, pra essas gerações que tem hoje entre 15 e 25 anos ser romântico é uma fraqueza, uma carência que deve ser combatida a todo custo.
Tita
September 20, 2017 @ 4:02 pm
A maioria das falas problematicas do snape são de quando ele era criança, lembrando q ele sofria bulling e tinha uma família desestrurada, e quando adulto, apesar de aparentemente tratar o harry mal, ele na verdade sempre o protegeu, a fachada de mal dele era pra manter seu orgulho, ele nunca realmente fez algo ruim ao harry, bem pelo contrario, claro q ele tinha defeitos, mas pra mim nao se encaixa no conceito dessa lista.
Dani Califórnia
September 21, 2017 @ 4:44 am
Abri o post bem afrontosa pronta pra criticar ter citado “nunca fui beijada”, e agora, depois que li tô sem argumentos..
Thaís
February 15, 2018 @ 4:18 pm
Adorei os dois textos! Se for rolar mais um, lembra do Nate, namorado da Anne Hathaway em “o diabo veste Prada”
Joana
April 28, 2020 @ 7:00 pm
Ótimo texto, nas três partes! Só senti falta de um que todas idolatram e não entendo o porquê e não consigo gostar do filme justamente por causa do personagem: o Dexter de “um dia”. O que acham dele?