7 Protagonistas de Séries de TV que Você Precisa Conhecer

Ainda temos um longo caminho a percorrer na representação feminina em obras audiovisuais, mas listamos aqui algumas mulheres poderosíssimas da televisão.

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Tá certo que muitas vezes o papel feminino é mal representado na cultura pop e há quem insista em maltratar todas as personagens mulheres que existem. Mas quando tem mulher por trás das câmeras (e dos roteiros, e da fotografia e tudo mais) o resultado geralmente é diferente. E o que temos são personagens complexas, fortes, cheias de personalidade e muito mais próximas da realidade.

Ainda temos um longo caminho a percorrer na representação feminina em obras audiovisuais. Segundo dados da NY Film Academy* para cada mulher trabalhando na indústria cinematográfica existem cinco homens. É muito pouco, considerando que somos mais da metade da população mundial. Mas quem está no meio, faz a diferença: o tempo de personagens femininos na tela cresce em mais de 10% quando a mulher é responsável pela direção. Sabemos também que por conta de nomes como Katheryn Bigelow e Shonda Rhymes – responsáveis por sucessos de crítica e público no cinema e na TV, respectivamente – esse cenário está mudando para melhor, por mulheres que abrem os caminhos umas para as outras.

Pensando especificamente na televisão, pra celebrar essas mulheres poderosíssimas fizemos uma listinha com algumas que estão de parabéns todas as vezes que aparecem na telinha. Ah, e quem sabe você não encontra uma série nova pra ver?

Olivia Pope (Scandal)

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Criada por Shonda Rhymes para protagonizar a série Scandal, Olivia é uma profissional de relações públicas que trabalha na capital americana e é a personagem que exerce a maior influência na eleição presidencial e chega a ser secretária de comunicações na Casa Branca. O bordão de Olivia é “it’s handled”, ou seja, está resolvido – e sim, ela sempre resolve os problemas sozinha ou com ajuda de outra personagem feminina. Scandal também tem outras personagens femininas igualmente fortes, como Mellie Grant, a personagem que começa apenas como primeira dama, mas cresce e tem sua cadeira no senado. A personagem tem alguns problemas quando retrata submissão a personagens masculinos, mas quando acontece, isso sempre é tema de problematização pela própria personagem.

Sharon (Catastrophe)

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A série Catastrophe é uma comédia que conta a história de Sharon e Rob – ela irlandesa, ele americano –, um casal que se conhece, transa loucamente e depois descobre que Sharon está grávida. Por mais que Rob tome a decisão de ir morar em Londres e acompanhar a gravidez, Sharon é retratada como parte igual da equação, que toma decisões e assume responsabilidades. Ela ainda mostra um lado verdadeiro de uma mulher de trinta e poucos anos que de repente tem que conviver com um parceiro quase 100% do tempo (há uma cena em que ela pede que Rob saia da casa dela por algumas horas).

Sharon Horgan é a intérprete da personagem homônima, mas também roteiriza a série com seu parceiro de tela Rob Delaney. Isso faz com que o ponto de vista da personagem seja realista, sem papas na língua.

Stella Gibson (The Fall)

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Se The Fall foi considerada pela Revista Time “a série mais feminista de todos os tempos”, o motivo é Stella Gibson. A personagem interpretada por Gillian Anderson (a eterna agente Scully, de Arquivo X) é a chefe de uma investigação de um serial killer de mulheres, em uma cidade do norte da Irlanda. A personagem de Gibson nunca tem sua autoridade questionada, não é objetificada em nenhum momento, além de fazer o que bem entende com a sua sexualidade e feminilidade. Ela é constantemente a pessoa com maior autoridade em qualquer sala que entra, sem ser um personagem frio e calculista. Stella reage às ações de seu investigado com empatia às mulheres que estão envolvidas. As outras mulheres na série são igualmente donas de si.

Quinn King e Rachel (UnReal)

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Impossível falar de uma sem falar da outra. As protagonistas da série UnReal são muitas vezes o que chamamos de anti-heroínas, uma vez que não tem escrúpulos e muitas vezes abusam da manipulação pra conseguirem o que querem. Fato raro na TV é ter personagem feminina que possa ser admirada justamente por terem essas características.

Em Breaking Bad, por exemplo, Mr. White é sempre o fodão da história, principalmente quando toma decisões moralmente duvidosas, enquanto Skylar é vista apenas como “a mulher chata”. Voltando à UnReal, a vida pessoal (e romântica) de Quinn e Rachel não fica em primeiro plano na trama da série, dando lugar a uma convivência e rotina profissional intensa, na qual as duas são, antes de tudo, as mais competentes entre seus pares.

Jessica Jones (Jessica Jones)

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O mundo dos quadrinhos foi (e ainda é) majoritariamente dominado por homens. Mas em 2015, duas personagens femininas passaram a protagonizar a vasta gama de séries de super-heróis na TV. São elas Supergirl e Jessica Jones. Escolhi aqui a personagem do Netflix principalmente pela maturidade da narrativa da série. Jessica, ao contrário da sua versão das revistas (e da maioria das heroínas) não tem um uniforme sexualizado (a série inclusive tira sarro do uniforme dos quadrinhos) e não está a serviço de nenhum outro homem nos serviços que realiza. Além disso, na primeira temporada da série ela protagoniza uma importante discussão sobre abuso, expondo as facetas mais misóginas do vilão Kilgrave. Jessica Jones também inova (para o bem) quando transformou um personagem masculino das revistas em um personagem feminino na série: Jeryn virou Jeri, interpretado por Carrie-Anne Moss na produção da Netflix.

Claire Fraser (Outlander)

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Claire Beauchamp (Randall Fraser) é uma mulher a frente do seu tempo. Como enfermeira inglesa na segunda guerra mundial, ela esteve no front de guerra não como um “personagem masculino adaptado”, mas como uma mulher forte, sem estereótipos. Ao viajar 200 anos no passado (sim, isso acontece), o protagonismo de Claire como feminino incomoda alguns dos personagens masculinos, retratados na Escócia do século 18.

Claire é dona da sua própria sexualidade, faz suas próprias escolhas e é muito inteligente. Sabemos que no gênero da fantasia, isso é raro para coadjuvantes e praticamente impossível quando falamos de protagonistas. A antologia literária na qual a série é baseada foi escrita por uma mulher, Diana Gabaldon. Já, a adaptação televisiva, tem seus problemas (foi desenvolvida por um homem – coincidência?), como as constantes tentativas de estupro a Claire, mas pelo menos ela sempre consegue sair dos atos violentos (às vezes sozinha, às vezes com ajuda masculina).

Se a sua personagem favorita não apareceu na lista, deixe a sua sugestão nos comentários. Quem sabe a gente não faz uma parte II?

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