Objetificação Masculina NÃO é a Mesma Coisa que Objetificação Feminina. Entenda
Não procede usar a objetificação masculina para desqualificar a crítica contra a objetificação feminina. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Ontem eu li uma notícia deveras interessante. Dizia ela que as marcas de cerveja querem se distanciar da objetificação feminina em suas propagandas, enfatizando que a gigante Ambev se tornou signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU neste ano.
Está aí uma notícia que me deixou muito feliz e que vai fazer com que eu preste atenção extra nas propagandas das marcas daqui em diante. Afinal, comerciais de cerveja objetificam mulheres há décadas, não só nos ignorando como consumidoras, como promovendo a nossa desumanização.
Infelizmente, não sei o que me deu quando vi essa notícia que resolvi cometer o erro amador de ler os comentários. E sem falta, lá estava o clássico discurso que diz que “homens também são objetificados!” – discurso esse turbinado pelo advento recente do “hipster da federal”, cujo coque (inicialmente) causou furor entre as internautas.
Gifs de Magic Mike e propagandas da Calvin Klein também costumam surgir nesse tipo de discussão.
Agora, esse tipo de comentário é inevitável e deprimente em partes iguais, porque ele está apenas parcialmente correto. Homens também são objetificados? Sim. Objetificação sexual masculina é a mesma coisa que objetificação sexual feminina? Claro que não, mil vezes não, não chega nem perto, nem aqui nem na China.
Não, sério, não.
Mas como assim?!, você pergunta.
Bem, antes de qualquer coisa, há de se reconhecer que existe uma diferença gritante entre o volume de imagens objetificadoras de homens e de mulheres. De acordo com Caroline Heldman, doutora em Ciências Políticas e uma das maiores vozes contra a objetificação feminina na mídia nos EUA, 96% das imagens que trazem objetificação sexual são de mulheres.
Além disso, mulheres figuram em todas as variedades de objetificação sexual na mídia diariamente, enquanto o mesmo não acontece com homens. Que variedades são essas? Bem, Heldman desenvolveu um teste com sete perguntas para determinar se uma imagem traz uma pessoa objetificada ou não. São elas:
- A imagem mostra apenas partes sexualizadas do corpo de alguém?
- A imagem apresenta uma pessoa sexualizada como um objeto inanimado?
- A imagem mostra pessoas sexualizadas como intercambiáveis? Ou seja, como um item que se pode trocar por outro.
- A imagem afirma a ideia de violação da integridade corporal de uma pessoa sexualizada, sem que a pessoa possa consentir?
- A imagem sugere que a disponibilidade sexual dessa pessoa é a principal característica que a define?
- A imagem mostra uma pessoa sexualizada como algo que pode ser comprado e vendido?
- A imagem trata o corpo sexualizado de alguém como uma tela?
Essas variações na forma de retratar as mulheres na mídia é o que estou chamando de “variedades de objetificação” – isto é, formas diferentes de fazer passar a mensagem de que aquela pessoa é menos do que uma pessoa. Para todas elas é muito fácil encontrar exemplos com mulheres. O mesmo não acontece com homens.
Dificilmente vemos homens sem cabeça ou desempoderados.
(OBS: não confundir objetificação sexual com hiper-masculinização, que apresenta homens musculosos como um ideal de masculinidade que empodera os homens, ao invés de diminuí-los.
Certo, então concordamos que mulheres são muito mais objetificadas, e de formas muito mais variadas e degradantes do que homens. Mas mesmo assim, isso não significa que tudo bem objetificar homens. Afinal, os efeitos nefastos causados por essas imagens são os mesmos, certo?
Pois é, aí que está o cerne da questão. Não, não são os mesmos. E não são por causa de uma coisa muito simples: contexto.
Explico.
Por causa do machismo e da misoginia, homens e mulheres habitam mundos bem diferentes. Desde crianças, mulheres são ensinadas (em casa e/ou fora dela, direta e/ou indiretamente) que não podem ser completas sozinhas, e que por isso seu maior objetivo deve ser se tornar desejável e agradável ao olhar masculino. Para isso, elas devem ser delicadas, cordatas, submissas, agradáveis e, principalmente, belas. Quanto mais passiva e decorativa a mulher, melhor.
Ou seja, aquelas mulheres objetificadas na mídia são um retrato exato do que a sociedade machista e misógina entende por mulher ideal. Tem um motivo, afinal, por que 96% das imagens sexualmente objetificadas são de mulheres. A objetificação feminina (e a consequente desumanização da mulher) faz parte do modus operandi da misoginia, e é em grande parte o que motiva as diversas violências que sofremos, desde assédio de rua, até estupro coletivo, violência obstétrica e feminicídio.
Digite “inconformado com o fim do relacionamento” no Google para ver o resultado do sentimento de posse que muitos homens têm em relação a mulheres.
A desumanização das mulheres também explica por que temos nossos direitos reprodutivos restritos e ainda somos tratadas como incubadoras de bebês.
Além disso, como objetos, aprendemos desde muito cedo que nosso maior valor reside em nossa aparência – o que gera uma série de outros problemas. Pesquise quem movimenta a indústria de cosméticos, quem mais sofre com distúrbios alimentares e quem mais morre em mesa de cirurgia plástica e você descobrirá que embora também exista um padrão de beleza para homens, a diferença de cobranças e do que significa não se conformar a esse padrão é monumental entre homens e mulheres.
Fonte: Brasil Post.
Por outro lado, a realidade dos homens é bem diferente. Ao contrário da objetificação feminina, a objetificação masculina não reduz ou ameaça o status do homem na sociedade. Na verdade, porque ele já se encontra em posição de poder, ela funciona como um adendo, uma forma a mais de homens serem valorizados – no caso, por seus atributos físicos. Aliás, não é à toa que quando falamos sobre isso algum homem sempre aparece para dizer que adoraria ser usado como objeto sexual. Como ele não tem a existência reduzida ao seu corpo e não precisa lidar com as violências decorrentes disso, objetificação é para ele algo completamente inócuo.
Além disso, vale lembrar que o contexto machista e misógino em que vivemos faz com que o nosso entendimento de imagens objetificadas seja diferente para homens e mulheres. Lembre-se que em 96% dos casos é a mulher que é retratada como objeto – isto é, algo que sofre ações -, enquanto o homem é entendido como o sujeito – aquilo que age sobre o objeto. Porque isso já está tão profundamente entranhado no nosso psicológico, nas 4% das vezes que vemos homens sendo hipersexualizados, dificilmente os vemos como menos do que sujeitos. Um exemplo literal é o filme Magic Mike, que traz um stripper que não só um personagem complexo, como também é o protagonista do filme.
Bem diferente do que acontece com mulheres no cinema, que muitas vezes são usadas apenas como objetos de cena, não têm nenhuma profundidade, ou são definidas completamente por suas relações com os homens da história.
Resumidamente: a objetificação feminina perpetua a desumanização das mulheres, ponto-chave do machismo e da misoginia. Já a objetificação masculina pode não ser lá muito legal, mas é praticamente irrelevante para a visibilidade e o status do homem como ser humano. Na verdade, dado que ela não chega a ter efeitos objetificadores de fato, acho que não dá nem pra usar a palavra “objetificação”.
Que fique claro que não estou falando aqui que pressões estéticas não existem para homens ou que eles não podem se sentir incomodados quando alguma marca usa o corpo masculino para vender produtos. Estou dizendo que quando um homem minimiza o problema da objetificação feminina com uma falsa simetria de que “homens também são objetificados”, ele está ignorando todo um contexto de desumanização e violência contra a mulher que se perpetua em grande parte através dessa objetificação. Contexto é a chave.
Leia também Objetificação e Repressão do Corpo Feminino – Dois Lados da Mesma Moeda.
Nadia Braga
October 27, 2016 @ 1:06 am
No cerne da questão, sem deixar canto escuro. Sempre um texto necessário e excelente.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 1:59 pm
Obrigada, Nadia!
Gabriela
October 27, 2016 @ 4:27 pm
Texto excelente como sempre, Iara!
Só faço um adendo: A única vez que vi homens serem de fato objetificados, foi no programa “RuPaul’s Drag Race”, que sou muito fã, mas que é repleto de problemas. O PitCrew é um grupo de homens (em sua grande maioria, brancos) super malhados, que servem apenas de ajudantes, ou no máximo de decoração.
Mas aí entramos em outra esfera a discussão, de como a esfera de homens gays e bisexuais são retratados, mesmo em progamas voltados para eles.
Lara Vascouto
October 27, 2016 @ 4:58 pm
Realmente, Gabriela! Teria que fazer o recorte tanto para homens gays e bissexuais, como para homens negros, que são afetados negativamente pela objetificação. Obrigada pelo comentário! 🙂
Lucas Gobato
October 27, 2016 @ 5:29 pm
Bacana, obrigado pela leitura! Precisava ler isso.
Pandora
November 3, 2016 @ 1:18 pm
Tem um recente programa brasileiro que faz exatamente a mesma coisa: “Ferdinando Show”.
Os rapazes “assistentes de palco” estão lá só pra mostrar seus corpos sarados e serem desejados sexualmente. No início achei legal a inversão, mas, parando pra pensar, aquilo só acontece pq se trata de um programa conduzido por um cara homossexual escrachado (que eu adoro) e mais voltado para o público gay. No final das contas, só faz parecer que o “mundo gay” é só esbórnia sexual e suruba, como muita gente ignorante e desinformada já pensa.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:00 pm
Sim, tem que fazer esse recorte também. :/
Kaio
October 27, 2016 @ 9:55 pm
Cara, peço licença pra expor um desabafo. Primeiramente, eu revi meus conceitos sobre a paridade entre objetificações da mulher e do homem. Vendo as 7 perguntas fica visível essa diferença. Deixo meus agradecimentos desde já. Não vou repetir 96% do artigo (haha), que está perfeitamente correto. Vou falar dos 4% que acho importante perceber. Tem uma coisa desse artigo todo que eu não posso entender: hiper-masculinização dos homens os empodera ao invés de diminuí-los? Eu não sei que homem se sente empoderado com essas figuras cuja semelhança reside apenas no fato de terem um pênis. Todo o resto da figura do homem hiper-masculinizado é diferente. E isso não empodera os homens normais, empodera os super-heróis! O menino pequeno pode até se sentir um super-herói num primeiro momento, mas logo ele vai se olhar no espelho, logo vai adquirir consciência corporal. E a queda vai ser bruta: “meu deus, eu não tenho nada a ver com essa imagem de homem! Quando vou crescer e poder calçar esse sapato que pra mim hoje é simplesmente surreal?” Os homens normais são muito reduzidos por isso. Eu teria sido mto mais feliz até hoje se não tivesse essa responsabilidade que não pedi de ser foda, confiante, voz grossa, peito peludo, cara de mau, super pauzudo, pegador, atlético, etc., etc. Isso não tem nada a ver com o mundo de praticamente nenhum homem!
À medida que cresce o homem se liberta de um bocado dessas responsabilidades, mas outras as substituem: ele ainda deve ser o homem da casa, o mais psicologicamente controlado, o protetor, provedor. E pra ser completo deve também saber cozinhar muito bem, ser massoterapeuta, multiatleta na cama e nunca recusar sexo, melhor que o vizinho, ter o carro melhor também, o mozão seguro de si, o paizão do filhão, etc., etc. E se discordam que essa pressão continua, sejam honestas: se vcs estiverem conhecendo homens, quantos não perdem grande parte do charme se revelarem insegurança? O cerne dessa realidade é visível nessa reação que muitas mulheres têm. É só observar os “Misfits” no colégio, nem todos se libertam e vivem livremente suas vidas.
O que eu quero dizer com isso é que essa parte e nunca vejo nesses artigos. “A mulher é vítima muito maior e o homem, pelo contrário, acaba sendo empoderado”. Empoderado nada, na moral haha. *Empoderado é quem é livre*. Vcs acham mesmo que os homens aí de cima, de cueca, malhados, empoderam alguém? Quando o sujeito está sozinho e tira a roupa e se observa, vcs acham que ele se sente empoderado por ter visto o magro musculoso na revista? Pelo contrário. Ele se sente diferente do modelo correto, se sente o incorreto. E o cara ali com a mulher no colo como se fosse um brinquedo – que nojo desse comportamento, que atitude besta a dele, mas será que todos os homens se sentem empoderados vendo isso? Todo o estranhamento dos padrões de estética injustos causam essa insegurança. E isso nunca será empoderamento.
Quando leio essas opiniões sobre o que os homens fazem e sentem, é como se olhasse pela janela para Nárnia – metade não corresponde ao meu mundo. Pra mim, seria muito melhor na sociedade se cada um olhasse pro próprio rabo, no sentido de deixar de julgar não apenas aos corpos, mas culturas, personalidades, preferências e etc. E se eu vir uma mulher objetificando outra pessoa, seja homem ou mulher, por mais que ela sofra muito mais com isso, eu vou recriminar igual. E se eu objetificar, quero ser recriminado e corrigido. Objetificação, hiperssexualização, hipermasculinização e todos esses comportamentos e padronizações bestas são preconceitos nojentos. E não deixam de ser nojentos só porque afetam menos um dos gêneros. Vcs sabem disso. Essa sociedade mais diversa que aceita todos os espectros de pessoas que existem é o que todos queremos, mas não acho que será diminuindo a realidade de alguns que alcançaremos.
Seu artigo é muito bom. Ampliou bastante a minha visão. Mas esse ponto que levantei também existe. Passar por cima disso é agir com dois pesos e duas medidas e perder grande parte da razão. Não ajam assim, não coloquem todos os homens no mesmo saco e nem digam que a pimenta que fere os olhos de vcs pra nós é colírio, pra inverter o ditado. Porque não é, esse padrão de machão é diferente do homem e não o empodera. É o que penso. Obrigado a quem leu meu desabafo até aqui hahaha 🙂
Lara Vascouto
October 27, 2016 @ 10:54 pm
Oi Kaio! Acho que eu podia ter explicado um pouco melhor essa questão da hiper-masculinização. A questão é que a hiper-masculinização tem a ver com um ideal de masculinidade (machista) que coloca homens como fortes e poderosos, e mulheres como frágeis e incapazes. Esse ideal, como você bem disse, é sim um padrão bem ruim e eu tenho certeza que muitos homens se sentem oprimidos por ele, mas no fim das contas o padrão em si reforça a superioridade masculina (enquanto o padrão feminino reforça a inferioridade da mulher).
Eu gostei muito do seu desabafo, principalmente porque ele surgiu como um complemento ao que foi dito no texto. Pra mim é sempre muito motivador quando um homem reconhece que o machismo é algo que afeta negativamente também a vida dele. Separei dois textos (escritos por mim, eheheh) que eu acho que você vai gostar. Eles falam um pouco sobre esse ideal machista de masculinidade e como eles nos afetam a todos.
– 7 Estereótipos Masculinos que Hollywood Precisa Parar de Usar – http://nodeoito.com/estereotipos-masculinos-hollywood/
– Documentário Escancara Efeitos Nocivos das Noções Atuais de Masculinidade – http://nodeoito.com/efeitos-nocivos-masculinidade/
Obrigada pela contribuição! 🙂
Bruno
November 3, 2016 @ 5:25 pm
Eu gostei muito do texto !
Eu sei que o Kaio já disse tudo, mas vou postar só pra mostrar que tem “mais um” hehehehe
Longe de mim, querer comparar o cenário de homens e mulheres. Vivemos numa sociedade machista e o primeiro passo pra mudar algo é admitir isso. Devemos mudar isso, assim como uma série de outros problemas. Eu faço a minha parte “no dia a dia” e sempre estou disposto a ouvir as pessoas e aprender.
Por outro lado, eu não só nunca me considerei “empoderado”, como sempre me senti muito deprimido com essa representações de heróis e protagonistas com corpos “invejáveis”…
Eu já passei por preconceitos durante boa parte da minha vida quando estava acima do peso, inclusive com uma experiência de conhecer uma menina pelo computador, de outro estado, com a qual tive longas conversas, inclusive pela Webcam. Um dia, eu apenas ouvi um “nossa, você é gordo, nunca notei antes”, seguido de ela sumir completamente da minha vida.
Ironicamente, quando eu emagreci 30 kgs, tudo mudou.
Eu “misteriosamente” virei popular, fiz amigos e diz a lenda que tinham meninas interessadas em mim.
Hoje eu ganhei um peso de novo, e voltei a me sentir incomodado. Talvez a sociedade não me cobre tanto quanto me cobrava antes (em especial quando eu era solteiro, já que hoje estou em uma relação estável), mas a própria cobrança existe e é significativa. E ela afeta vários homens, mesmo que não todos. Inclusive coisas como tom de voz e atitude “machinho”.
E olha que agora eu sou um cara muito bem resolvido… Já não sou tão influenciado como quando era adolescente.
No mais, concordo em 99% com a matéria, só fazendo a ressalva que o Kaio fez.
Mas com certeza, não dá pra comparar os problemas. Precisamos de um mundo com igualdade!
PS: Ontem minha namorada chamou eu e meus pais para jantar. Ela estava comemorando algo especial ontem e decidiu dividir conosco.
Qual não foi nossa surpresa quando, ao pedirmos a conta, o garçom ignorou ela com o braço esticado para pegar a conta e a entregou pro meu pai, o homem mais velho da mesa…
Fizemos nossa parte. Avisamos ao garçom que quem pediu a conta foi ela e que quem pagaria integralmente a conta seria ela, portanto ele deveria entregar pra ela a conta e pegar o dinheiro com ela.
Dá pra ver que o cara não fez por mal, pediu desculpas e tal, mas é o tipo de coisa que “acontece”, sabe?
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:03 pm
Obrigada pelo seu desabafo e o seu relato, Bruno!
Monalisa
October 29, 2016 @ 10:03 am
Eu queria dar uma sugestão para um tema. Você podia falar sobre atrizes mirins que quando crescem são hipersexualizadas. Vejo vários posts na internet a fora que mostram: ” Lembram aquela menina que fez tal papel em tal novela? ela cresceu!” E quando dizem que “ela cresceu” logo em seguida postam várias fotos sensuais dessa atriz. Alias a maioria das atrizes mirins que vi atuando quando adultas foram se tornando objetificadas. Enquanto atores mirins quando crescem tem maior variedade de papeis. E também não tem esse “antes e depois” bizarro.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:03 pm
Obrigada pela sugestão!
Cristal Sauwen
November 2, 2016 @ 11:29 pm
Nossa que texto ótimo! Que comentários lindos!!
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:04 pm
Só amor, Cristal! <3
Maria
November 4, 2016 @ 4:00 pm
Que texto maravilhoso! Agora, vai tentar explicar isso pra quem não quer deixar de ser ignorante
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:04 pm
É como eu digo, Maria: a gente tem que escolher nossas batalhas. Obrigada pelo comentário!
Vinicius Castro
November 7, 2016 @ 8:14 am
Não tem lugar para assinar a newsletter de vocês?
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:05 pm
Estamos providenciando, Vinicius!
Samantha
November 9, 2016 @ 10:41 am
Muito bom seu texto! Lembrei na hora que como vc disse, muitos homens gostariam de serem usados como objeto sexual, vem a desvalorização do homem que é estuprado. Geralmente motivo de piada entre os outros pq supostamente o homem deveria gostar de fazer sexo de qualquer forma. Uma grande consequência do machismo pra eles mesmo.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:05 pm
Exato Samantha!
Julia Dantas
November 22, 2016 @ 9:28 pm
Li esse texto e lembrei de um episódio recente:
Dia desses, assisti a um vídeo de uma jornalista especializada em nutrição comentando a linha de congelados de Jamie Oliver. É um assunto que está em alta e que engloba temas como nutrição, agronegócio e indústria alimentícia, todos esses temas que eu sei que a tal YouTuber domina, portanto, fui correndo assistir pra ver o que ela achava. Muito que bem, desci pra ver comentários porque eu tinha sentido falta da tabela nutricional (quem sabe alguém já tinha comentado isso?). Lá estava, em primeiro lugar, o comentário mais curtido: um homem dizendo apenas “Você parece a Natalie Portman”. Cada uma tem o direito de interpretar este comentário como quiser. Fato é que, não importa o que você faça, sendo mulher, a aparência SEMPRE vem primeiro.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:06 pm
Pois é! Muito frustrante isso. 🙁
Júlia
December 25, 2016 @ 6:05 pm
Um dos textos que encaminharei aos meus amigos em futuros debates sobre feminismo 💛
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:06 pm
Boa! 🙂
Allan
January 2, 2017 @ 1:02 am
Vale lembrar tbm que homens são objetificados a meros ajudantes de mulheres.
Só aparecer uma cena de violencia que homens presenciam que logo aparecem os comentários do tipo “não tinha homem lá não pra ajudar ela”, ” cade o cavalherismo? ”
Com a igualdade, deve ficar claro para as mulheres que assim como elas não nos devem nada, nós não devemos nada a elas. Na Alemanha, os homens não se intrometem em problema alguns de mulheres, pois é dever do poder público protegê-las
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:08 pm
Sobre isso, te indico o seguinte texto Allan: 4 Argumentos a Favor do Cavalheirismo que Provam que Cavalheirismo é Machismo – http://nodeoito.com/argumentos-cavalheirismo-e-machismo/ Obrigada pelo comentário!
Marcella
January 4, 2017 @ 4:54 am
Não sei quanto do meu comentário se relaciona com o post, mas eu tenho uma dúvida. Nós, mulheres, somos pressionadas diariamente para seguirmos e nos encaixarmos em um padrão de beleza que muitas vezes é irreal. Mas eu sinceramente acho que homens também sofrem algo tipo de pressão para se encaixarem em um padrão de beleza (pra mim é fato que o machismo é ruim principalmente para as mulheres, mas prejudica os homens também), obviamente que essa pressão nem se compara com a que nós sofremos, mas na minha opinião, sim, ela existe. E é meio óbvio, se for parar pra pensar. Sei que beleza acaba sendo algo subjetivo, mas até qual ponto? Existe sim um padrão de beleza masculino, embora ele seja mais abrangente que o padrão imposto ás mulheres, é só reparar nos galãs de filmes de Hollywood, ou mesmo nos das novelas da Globo. Sei que existem alguns filmes hollywoodianos onde o cara gordinho, nerd e desajustado fica com a menina bonitona no final, mas esse tipo de personagem não é apresentado como algo no qual os meninos deveriam se espelhar, não é alguém que eles almejam ser; é só reparar que na maioria das vezes esses personagens, por exemplo, não têm uma posição de sucesso no trabalho, por exemplo (vide personagem do Jonah Hill em Superbad, que é o estereótipo do gordinho loser babaca e do Seth Roged que é o gordinho fracassado e atrapalhado em Ligeiramente Grávidos).
Além disso, como foi citado no post existem as propagandas da Calvin Klein, que só apresentam modelos sarados e dentro do padrão. Fora isso, acaba sendo um consenso, desde a adolescência (quem são os ídolos teens que as meninas são apaixonadas? os bonitinhos do One Direction, Justin Bieber e afins), até a maioridade (Ryan Gosling, Chris Hemsworth e Jamie Dornan são atores que as mulheres geralmente se sentem atraídas, mesmo os ”galãs mais velhos” costumam seguir um padrão também, quando se trata do gosto da maioria das mulheres, George Clooney por exemplo, Tom Cruise, Brad Pitt, Colin Firth, entre outros) é muito, mas muito raro alguém colocar nessa lista de ”famosos mais gatos” algum ator que fuja desse padrão de beleza (nunca vi ninguém citar Jack Black como ícone de beleza, por exemplo).
Que existe um padrão de beleza masculino é fato, mas eu me pergunto até que ponto isso influencia a vida dos homens e garotos? Eles se sentem pressionados por esse padrão? Eu obviamente não tenho essas respostas porque não sou homem, hahaha.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 2:09 pm
Alguns rapazes falaram sobre isso aqui nos comentários, Marcella! Dá uma olhadinha. Obrigada pela reflexão!
Beto Balzer
March 3, 2017 @ 1:06 am
agora pesquisa “inconformadA com o fim do relacionamento”, uoouuuu mulheres com sentimento de posse por homens. A única coisa que vcs falam que tem coerência é o papo do homem pegador e da mulher vadia.
Lara Vascouto
March 3, 2017 @ 11:19 am
Com certeza, Beto, sentimento de posse não é exclusividade masculina. Homens também sofrem violência doméstica, embora em números muito menores do que mulheres e muitas vezes em retaliação a violências deles contra elas (temos que sempre que olhar o cenário geral e é nele que o texto se baseia). Infelizmente, muitos homens não denunciam por medo de serem ridicularizados. Um ótimo exemplo que mostra que os homens também perdem com o machismo. Obrigada pelo comentário!