23 Mulheres Incríveis da Ciência e da Tecnologia que Dariam Ótimos Filmes

Inspirada pelas incríveis personagens geniais recentes da cultura pop, selecionei 23 mulheres reais da Ciência e da Tecnologia que dariam ótimos filmes!

Personagem Shuri, a irmã genial do Pantera Negra

Durante muito tempo, mulheres foram ativamente impedidas de atuar em áreas que fugissem do que era era considerado tradicionalmente feminino. Muitas delas, no entanto, conseguiram romper barreiras e abrir portas para as gerações que vieram depois.

Curiosamente, raramente ouvimos falar sobre elas.

A História é escrita por quem domina e oprime, e a invisibilização feminina na Ciência e na Tecnologia é um exemplo clássico disso. Considere, por exemplo, que até pouco mais de um século, leis em todo o mundo impediam que mulheres possuíssem qualquer tipo de propriedade em seus nomes, inclusive intelectual. Isso significa que quando algo era inventado por uma mulher, a invenção era registrada no nome de seus pais ou maridos.

Na realidade, nem precisa ir tão longe assim. Uma mulher foi uma das principais responsáveis por uma das maiores descobertas do século XX: a estrutura de dupla hélice do DNA. Quantos de nós conhecem o seu nome? Da mesma forma, na década de 1960, mulheres (negras, especificamente) foram as responsáveis pelos cálculos que levaram a humanidade ao espaço. No entanto, até o ano passado (quando finalmente saiu um filme sobre essas heroínas) quase ninguém sabia disso.

Em uma sociedade patriarcal como a que vivemos, é de se esperar que mulheres não sejam reconhecidas por suas contribuições em áreas que fogem do rígido papel imposto a elas. Usufruímos de suas conquistas, claro, mas não as celebramos. Afinal, fazê-lo poderia dar ideias a outras meninas e mulheres e, bem, onde iríamos parar desse jeito, não é mesmo?

Meninas vestidas como as personagens de Estrelas Além do Tempo posando em frente ao poster do filme. Não sei, talvez em Marte. Imagine a tragédia.

 

Felizmente, meninas e mulheres em todo o mundo vêm resgatando e celebrando nomes femininos da Ciência e da Tecnologia que deveriam ter sido celebrados desde sempre, e inúmeras iniciativas vêm surgindo para fazer com que mais meninas entendam que, sim, essas áreas são para elas também!

Na esteira desse movimento, temos visto a mídia e o entretenimento tentar acompanhar o ritmo, seja finalmente contando a história real de mulheres do passado, seja criando novas personagens incríveis que fogem dos estereótipos e ampliam o entendimento do que é possível na cabeça de meninas e mulheres em todo o mundo. E o que é melhor: finalmente temos cada vez mais personagens para inspirar meninas não-brancas.

A genial Shuri, de Pantera NegraA genial Shuri, rainha da p**** toda, em Pantera Negra (2018).

 

As computadoras negras da NASA que levaram a humanidade ao espaço, em Estrelas Além do Tempo.As computadoras negras da NASA que levaram a humanidade ao espaço, em Estrelas Além do Tempo (2016).

 

Riri Williams, a brilhante adolescente que substituiu Tony Stark como Homem de Ferro nos quadrinhos.Riri Williams, a brilhante adolescente que substituiu Tony Stark como Homem de Ferro nos quadrinhos (2017).

 

Pensando nisso tudo, decidi fazer uma pequena compilação de mulheres incríveis da Ciência e da Tecnologia, tanto para celebrá-las, como para mostrar como ainda temos inúmeras histórias para contar sobre a atuação feminina nessas áreas. 

OBS: Não deixe de compartilhar e deixar outros nomes que precisam ser lembrados nos comentários!

Rosalind Franklin

Foto em preto e branco de Rosalind Franklin

“Espero que a fumaça de bruxaria saia logo de nossas vistas”.

Tal frase foi escrita em uma carta de 1953, de Maurice Wilkins a James Watson e Francis Crick – os três vencedores do prêmio Nobel de Medicina pela descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA. A “fumaça de bruxaria” de que os três cientistas estavam doidos para se livrar era uma referência a ninguém menos que a biofísica Rosalind Franklin, responsável por tirar a fotografia que possibilitou a descoberta.

Na época, Franklin tentava, como muitos outros, elucidar a estrutura do DNA.  Especialmente habilidosa no método de cristalografia de raios-X, ela conseguiu as melhores imagens da época. Sem que ela soubesse, no entanto, essas imagens fora compartilhadas com Watson e Crick por Wilkins. Infelizmente, sem saber que a descoberta da dupla não teria acontecido sem as suas fotografias, Franklin simplesmente parabenizou os colegas e morreu logo depois, em 1958, antes de receber o devido reconhecimento por uma das maiores descobertas da Ciência.

Watson, Crick e Wilkins poderiam ter, desde o início, dividido o crédito da descoberta com Franklin? Certamente. Mas não é assim que as coisas funcionam para mulheres na Ciência. A frase escrita por Wilkins chamando-a de bruxa é apenas um pequeno exemplo da discriminação que Franklin enfrentava no trabalho simplesmente por ser mulher.

Christine Darden

Foto de Christine Darden

Darden foi contratada pela NASA em 1967 como computadora, mas tendo estudado programação na faculdade, logo assumiu atividades chave de programação também (com a introdução de computadores eletrônicos, as computadoras passaram a realizar também as atividades de programação). Em cinco anos, ela foi promovida a engenheira aeroespacial.

Em 1983, Darden completou o doutorado em engenharia de aerodinâmica supersônica e se tornou uma das maiores especialistas da NASA em voos supersônicos e estrondos sônicos. Em 1989, ela foi promovida a líder da Equipe de Estrondo Sônico e se tornou a primeira mulher negra na NASA a assumir um cargo executivo senior.

Barbara McClintock

Foto de Barbara McClintock

A botânica americana Barbara McClintock (1902 – 1992) descobriu o fenômeno da transposição genética, o que lhe rendeu não somente um Nobel de Medicina/Fisiologia, mas também o título de uma das três figuras mais importantes da história da Genética.

Por ser mulher, no entanto, o trabalho de McClintock foi recebido inicialmente com imenso ceticismo. Tanto que o seu reconhecimento com o prêmio Nobel só aconteceu em 1983 – nada menos que trinta anos depois da sua descoberta.

Marie Curie

Foto de Marie Curie

A química e física polonesa Marie Curie (1867 – 1934) foi uma das mais importantes cientistas da História. Conduzindo pesquisas pioneiras na área da radioatividade – termo que ela mesma cunhou – Curie e seu marido, Pierre, desenvolveram técnicas para isolar isótopos radioativos e descobriram os elementos polônio (Po) e rádio (Ra). Iniciaram, com isso, o estudo e uso moderno da radioatividade, incluindo tratamentos atuais de câncer.

Felizmente, Curie teve reconhecimento ainda em vida. Recebeu, por seu trabalho, dois prêmios Nobel – o de Física, em 1903, e o de Química, em 1911 – tornando-se a primeira pessoa no mundo a receber o Nobel duas vezes.

Curie morreu aos 67 anos de leucemia, causada pela exposição prolongada à radiação durante suas pesquisas. Em 1995, seus restos mortais foram transferidos para o Panteão de Paris, fazendo dela a primeira mulher a ser sepultada no local. O elemento Cúrio (Cm) foi batizado em sua homenagem.

Irene Joliot-Curie

Foto de Irene Joliot-Curie

Irene Joliot-Curie (1897 – 1956) foi ninguém menos que a filha de Marie Curie. Seguindo os passos da mãe, Irene estudou a radioatividade junto com seu marido, Frederic. Juntos, eles demonstraram a existência do nêutron e foram os primeiros cientistas a criar um elemento radioativo artificialmente, o que lhes rendeu o prêmio Nobel de Química, em 1935.

O trabalho de Irene constituiu uma das maiores contribuições para a descoberta da fissão nuclear – o processo por trás da energia nuclear e de armas atômicas. Infelizmente, assim como sua mãe, Irene também desenvolveu leucemia e morreu jovem, aos 59 anos.

Katherine Johnson

Foto de Katherine Johnson

Felizmente, Katherine Jonhson foi finalmente celebrada mundialmente por seus feitos com o lançamento do filme Estrelas Além do Tempo, em 2017.  Contratada em 1953, Johnson iniciou seus trabalhos na NASA como uma computadora da ala oeste, mas não ficou por lá muito tempo. Perguntando coisas como “Por que mulheres não podem participar das reuniões e briefings? Tem alguma lei?”, Johnson logo passou a trabalhar lado a lado com os engenheiros, se tornando a primeira mulher – e a primeira pessoa negra – a participar da Space Task Force, responsável por colocar seres humanos no espaço o mais rápido possível.

Em 1961, seus cálculos para a trajetória da cápsula de Alan Shepard foram fundamentais. De acordo com ela:

“Logo no começo, quando eles disseram que queriam que a cápsula descesse em um lugar específico, eles estavam tentando computar quando deveriam lançar. Eu disse, ‘Deixa que eu faço. Vocês me dizem onde a querem e onde querem que ela pouse, e eu faço os cálculos ao contrário e digo quando lançar’. Essa era a minha especialidade”.

Mais tarde, Johnson revisou todos os cálculos para o lançamento histórico de John Glenn (o primeiro homem a entrar em órbita), que não confiava nos computadores eletrônicos e pediu para que Johnson checasse se todos os cálculos estavam corretos.

Ada Lovelace 

Retrato de Ada Lovelace

Filha do poeta Lord Byron, Lovelace foi uma matemática brilhante nascida em 1815 que escreveu o primeiro algoritmo para ser processado pela máquina analítica de Charles Babbage – reconhecida em 1953 como o primeiro modelo de computador da História. Além de desenvolver os algoritmos que permitiriam à maquina computar os valores de funções matemáticas, ela ainda publicou uma série de notas, que seriam reconhecidas como a descrição de um computador e software um século mais tarde .

Hedy Lamarr 

Foto de Hedy Lamarr ao lado de um modelo de seus estudos

“Qualquer garota pode ser glamourosa, basta ficar quieta e fazer cara de burra.”

Quem costumava dizer isso era Hedy Lamarr, a atriz hollywoodiana e inventora que provou que dá pra ser glamourosa e brilhante, sim senhor. Entre sua atribulada vida como “a garota mais bela do mundo” e a primeira atriz a protagonizar uma cena de orgasmo feminino no cinema, Hedy ainda se dedicou à criação do “frequency hopping” – um sistema usado para evitar a interceptação de mensagens durante a crise dos mísseis, na Guerra Fria (Lamarr conseguiu a patente pela invenção na década de 1940, mas levou mais de vinte anos para que ela fosse levada a sério). Mais tarde, sua tecnologia possibilitou a telefonia celular, o 3G, as redes sem fio (sim, agradeça a ela pelo Wi-fi) e o GPS.

Margaret Hamilton

Hamilton trabalhou junto a NASA na década de 1960, quando foi a diretora da Divisão de Software no Laboratório de Instrumentação do MIT, que desenvolveu o programa de vôo usado no projeto que levou a humanidade até a lua – o Apollo 11. O software de Hamilton impediu que o pouso na Lua fosse abortado.

Foto de Margaret HamiltonOlha ela aí, ao lado do código-fonte que escreveu para o programa.

 

Hamilton é creditada por ter criado o termo “engenharia de software”, tendo sido uma das desenvolvedoras dos conceitos de computação paralela, priority scheduling, teste de sistema, capacidade de decisão com integração humana, e mostradores de prioridade, que seriam a base moderna para o design de software ultra confiável.

Em 2003, Margaret foi premiada pela NASA por suas contribuições técnicas e científicas. O prêmio incluiu a soma de $37.200,00 – o maior valor já premiado a um indivíduo na história da NASA.

Shirley Ann Jackson 

Foto de Shirley Ann Jackson

Shirley Ann Jackson foi a primeira mulher negra a conseguir um doutorado em Física pela prestigiada MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets – em 1973. Hoje em dia ela é reconhecida como uma das mais famosas cientistas negras, tendo suas pesquisas contribuído para o avanço tecnológico que possibilitou a invenção do fax portátil, do clássico telefone de cordinha, de células solares, cabos de fibra ótica e da tecnologia por trás do identificador de chamadas.

Stephanie Kwolek 

inventoras

O kevlar é uma levíssima fibra sintética de aramida cinco vezes mais forte que o aço. Inventado pela química Stephanie Kwolek em 1966, enquanto ela trabalhava na DuPont, o kevlar é utilizado hoje em coletes à prova de balas, cintos de segurança, construções aeronáuticas, cordas, velas, linhas de pesca, na composição de alguns pneus, raquetes de tênis e até nos tanques de combustível de carros da Fórmula 1. Nada revolucionário, não?

Lise Meitner

Foto de Lise Meitner

Lise Meitner (1878 – 1968) foi a física austríaca responsável pela descoberta da fissão nuclear – o processo por trás da geração de energia nuclear e de armas atômicas. Depois de completar seu doutorado na Universidade de Viena, Meitner partiu para Berlim, onde estudou com o físico Max Planck e trabalhou em parceria com o químico Otto Hahn durante trinta anos no Instituto Kaiser Wilhelm. Nele, Meitner se tornou a primeira mulher a se tornar professora integral de Física na Alemanha.

Em 1938, Meitner, sendo judia, se viu obrigada a fugir da Alemanha para o Instituto Manne Siegbahn, na Suécia, onde conseguiu dar seguimento ao seu trabalho, apesar do preconceito da instituição contra mulheres cientistas. Durante todo o tempo, Hahn e Meitner permaneceram em contato, compartilhando resultados e planejando novos experimentos químicos que demonstrassem a fissão nuclear. Em fevereiro de 1939, Meitner finalmente publicou na Revista Nature a explicação física da fissão nuclear – termo cunhado por ela – demonstrando que a divisão do átomo de urânio libera uma enorme quantidade de energia. Meitner, no entanto, se recusou a colaborar no Projeto Manhattan, cujo objetivo era construir a primeira bomba atômica.

A descoberta da fissão nuclear rendeu a Otto Hahn o prêmio Nobel da Física em 1944, mas infelizmente Meitner foi ignorada pelo comitê. Na década de 1990, os arquivos da época foram abertos e, com base nas informações reveladas, inúmeros cientistas e jornalistas consideraram injusta a exclusão, fazendo com que Meitner recebesse uma série de honrarias póstumas. Em 1997, o elemento meitnério (Mt) foi batizado em sua homenagem.

Amalie (Emmie) Noether

Foto de Amalie Noether

De acordo com Albert Einstein, Pavel Alexandrov, Jean Dieudonné, Hermann Weyl e Norbert Wiener, a alemã Emmy Noether (1882 – 1935) foi a mulher mais importante da história da Matemática. Em uma época em que mulheres eram amplamente excluídas do meio acadêmico, Noether conseguiu aos poucos se infiltrar na área, até que em 1915 recebeu um convite de David Hilbert e Felix Klein para o Departamento de Matemática da Universidade de Gottingen, um renomado centro de pesquisa na área. Infelizmente, o corpo docente fez objeções à sua entrada e somente em 1919 o seu ingresso foi oficializado.

O trabalho de Noether foi fundamental para os campos da física teórica e álgebra abstrata. O teorema de Noether explicou a conexão entre a simetria na física e as leis de conservação, fazendo com que o seu trabalho fosse classificado como “um dos mais importantes teoremas matemáticos já provados a guiar o desenvolvimento da física moderna”.

Em 1932, Noether recebeu o prêmio Ackermann-Teubner Memorial Award por suas contribuições à Matemática – um reconhecimento considerado tardio do trabalho da matemática. Seus colegas também expressaram frustração por Noether nunca ter sido eleita para a Academia de Ciências de Gottingen ou promovida para a função de professora integral na Universidade.

Melba Roy Mouton

Em 1961, Mouton se tornou responsável pela equipe que determinaria a órbita de naves no Espaço. Nessa função, ela desenvolveu programas para prever o local e a trajetória de aeronaves, permitindo a NASA acompanhar as naves no espaço.

Foto de Melba Roy Mouton

De acordo com a astrofísica Dr. Chanda Prescod-Weinstein:

“Quando lançamos satélites em órbita, existem várias coisas a rastrear. Temos que garantir que a força gravitacional de outros corpos, como a lua, etc, não desestabilizem a órbita. São cálculos extremamente difíceis, mesmo hoje em dia, com computadores eletrônicos. Então, o que ela fazia era trabalho difícil e extremamente intenso. O objetivo do trabalho, além de garantir que os satélites ficassem em uma órbita estável, era saber onde tudo estava o tempo todo. Então eles tinham que ter os cálculos com um alto nível de precisão.”

Demorou apenas dois anos para que Mouton assumisse essa função. Ela foi contratada em 1959 como matemática-chefe para os Satélites Echo 1 e 2, mas rapidamente foi subindo de cargo, passando por Diretora de Programação Computacional, Chefe da Seção de Produção de Programas no Goddard Space Flight Center, e Assistente-Chefe de Pesquisa de Programas na Divisão da NASA de Trajetória e Geodinâmica, até chegar a Programadora-chefe, em 1961.

Grace Hopper 

Foto de Grace Hopper

Nós devemos muito à cientista da computação e almirante da Marinha dos EUA, Grace Hopper. Em 1944, ela foi uma das primeiras programadoras do gigantesco computador Mark I, o primeiro computador eletromecânico automático de larga escala. Além disso, ela inventou o primeiro compilador para uma linguagem de programação e dirigiu o programa de desenvolvimento da primeira linguagem de programação voltada ao uso comercial. – o COBOL. O termo “bug” (inseto, em inglês) para indicar um problema técnico no computador foi cunhado por Hopper, quando ela teve que remover uma mariposa de dentro da máquina, em uma ocasião.

Pearl Young

Foto de Pearl Young

Young foi a primeira mulher contratada como profissional – física, no caso – na NACA (a precursora da NASA), em 1922. Com isso, ela foi também a segunda física mulher a trabalhar para o governo federal norte-americano. Em 1929, Young foi a primeira pessoa a assumir o cargo de Editora Técnica Chefe, sendo uma de suas principais contribuições a criação de um escritório editorial e de um manual para engenheiros, que definia o formato para relatórios e pesquisas conduzidos em todos os centros da NACA.

Maria Telkes 

inventoras

Em 1947, a biofísica húngara Maria Telkes se uniu à arquiteta Eleanor Raymond para criar algo revolucionário: a primeira casa com sistema de aquecimento solar. A estrutura da casa, batizada Dover Sun House, ficou por conta de Raymond, enquanto Telkes inventou o gerador de energia termoelétrico e o composto químico responsável por armazenar calor nos dias sem sol. A Dover House sobreviveu a três invernos antes de o sistema falhar.

Alice H. Parker 

Modelo desenhado por Alice H. Parker

Alice Parker é notável por vários motivos: não só ela criou o modelo que possibilitou o surgimento dos sistemas modernos de aquecimento à gás, como ela também foi uma das poucas mulheres negras nos EUA a se formar na faculdade no começo do século XX. Em 1919, ela conseguiu a patente por sua invenção, que mais tarde eliminaria a necessidade de aquecimento através de lareiras em todos os aposentos de uma residência.

Vera Rubin

Foto de Vera Rubin

Vera Rubin (1928 – atual) é uma astrônoma norte-americana cuja carreira nos dá um vislumbre dos obstáculos que mulheres enfrentaram na Ciência (e ainda enfrentam, em muitos casos). Depois de concluir o bacharelado na Vassar College, ela tentou ingresso na Universidade de Princeton, mas não conseguiu porque mulheres não foram permitidas no programa de graduação de Astronomia até 1975. Ela conseguiu, no entanto, concluir sua especialização na Universidade de Cornell, onde estudou Física com Philip Morrison, Richard Feynman e Hans Bethe.

Em 1951, Rubin foi a primeira a argumentar que as galáxias giram em torno de um centro desconhecido, ao invés de continuamente se expandirem, como era a teoria da época. Apesar de hoje serem comprovadas, suas ideias não foram aceitas por seus colegas. Mais tarde, em 1954, concluiu em sua tese de doutorado que as galáxias se aglomeram em grupos, ao invés de serem distribuídas de forma aleatória no universo. Essa teoria, também, só foi levada a sério duas décadas mais tarde.

Para evitar novas controvérsias, Rubin passou para o estudo pioneiro das curvas de rotação de galáxias espirais, descobrindo que a velocidade de rotação nas regiões externas destas galáxias é tão alta que elas se dispersariam se dependessem apenas da gravidade das estrelas e de toda a matéria visível dentro delas. De acordo com os cálculos de Rubin, deveria existir 50% mais massa nas galáxias do que somos capazes de observar. Essas observações foram recebidas com ceticismo na época, mas acabaram confirmadas nas décadas posteriores, e levaram à teoria da matéria escura.

Além de astrônoma respeitada, Vera Rubin é uma grande ativista e defensora de mulheres na ciência, apontando diversas discrepâncias de gênero em relação aos críticos e avaliadores de estudos científicos. Ela foi a primeira mulher a observar do telescópio Palomar (mulheres eram proibidas nesse observatório até então) e a segunda mulher a ser eleita à Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Dorothy Crowfoot Hodgkin

Foto de Dorothy Crowfoot Hodgkin

Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910 – 1994) foi a bioquímica britânica responsável por aperfeiçoar a técnica de cristalografia de raios-x – o método usado para determinar a estrutura tridimensional de biomoléculas. Com isso, ela conseguiu confirmar a estrutura da penicilina e descobrir a estrutura da vitamina B12, o que lhe rendeu o prêmio Nobel da Química, em 1964. Em 1969, depois de 35 anos de trabalho, Crowfoot conseguiu decifrar a estrutura da insulina.

A cristalografia de raios-x se tornou a principal ferramenta para determinar a estrutura de inúmeras moléculas, tendo sido crucial, inclusive, na descoberta da estrutura helicoidal do DNA (lembra? Rosalind Franklin tirou a foto que resolveu essa questão usando a cristalografia de raios-x). Além disso, seu trabalho com penicilina, vitamina B12 e insulina permitiram a modificação e síntese de novas variedades dessas substâncias, contribuindo para o tratamento de doenças e salvando inúmeras vidas.

Apesar disso tudo, Crowfoot foi impedida por anos de participar de reuniões do clube docente de química na Universidade de Oxford – onde ela era professora e pesquisadora – simplesmente por ser mulher.

Rita Levi-Montalcini

cientistas

A italiana Rita Levi-Montalcini (1909 – 2012) foi a neurobióloga que descobriu o fator de crescimento nervoso (NGF), uma proteína de secreção interna que funciona como molécula de sinalização entre os neurônios e é importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência de células nervosas. A descoberta foi fundamental para pesquisas relacionadas ao mal de Alzheimer e a doença de Huntington e lhe rendeu o prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia em 1986. Seus estudos do sistema nervoso lhe renderam também vários outros prêmios.

Em 2009, completou 100 anos de idade e se tornou a primeira vencedora do Nobel a alcançar um século de vida.

Tabitha Babbit 

inventoras

A tecedeira Tabitha Babbit foi a primeira a sugerir que os marceneiros usassem uma serra circular ao invés da clássica serra reta que precisa de dois homens em cada ponta e só corta quando puxada em uma direção. Em 1813, ela fez um protótipo e a anexou à sua roda de tecelagem. Infelizmente, a comunidade onde Babbit vivia não deixou que ela solicitasse uma patente, mas mesmo assim fez pleno uso da invenção.

Katharine Blodgett 

inventoras

Katharine Blodgett foi a primeira cientista mulher a ser contratada pela General Electric. Em 1935, ela descobriu uma forma de transferir finas camadas monomoleculares a vidros e metais. Com isso, ela criou vidros que eliminavam reflexos e distorções, revolucionando o mercado de câmeras, microscópios, telescópios, óculos e outros.


Dicas de livros para quem quer conhecer mais sobre mulheres que mudaram o mundo:

 

Você sabia que a computação surgiu como uma área predominantemente feminina? Entenda o que aconteceu em Por que Mulheres Deixaram de ser Destaque na Computação?

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