O Duplo Padrão “Homem é Pegador, Mulher é Vadia” Explicado Através de um Episódio de How I Met Your Mother
Vem explorar todas as implicações do clássico machista “Homem é Pegador, Mulher é Vadia” através de um episódio de How I Met Your Mother.
How I Met Your Mother é uma série de comédia que acompanha o protagonista, Ted Mosby, em sua busca incansável pela mulher que se tornará a mãe de seus filhos. Quem conhece sabe que seria possível usá-la para discutir inúmeras situações de ‘dois pesos, duas medidas’ entre homens e mulheres. No entanto, preferi escolher um episódio apenas para falar de um duplo padrão machista que muita gente nem questiona.
O padrão? O clássico “Homem é Pegador, Mulher é Vadia”. Isto é, o fato de que se um homem fica com várias mulheres, ele é celebrado, enquanto se uma mulher faz o mesmo, ela é hostilizada.
O episódio? The Naked Man – ou O Cara Pelado, em português.
Esse.
O episódio é mais ou menos o seguinte: Ted chega em casa e encontra um cara desconhecido sentado pelado no sofá. Questionado, o cara explica que está em um encontro com a Robin (que divide apartamento com o Ted e está do lado de fora de casa, no telefone). Enquanto Robin não entra de novo em casa, ele explica que essa é a sua “jogada”. Em encontros em que ele percebe que não rola química e provavelmente nunca mais vai ver a moça na frente, ele dá uma desculpa para subir no apartamento dela e, em um momento de ausência, tira toda a roupa e fica esperando. Quando a moça retorna, ela ri da situação ridícula e acaba transando com ele, por uma mistura de graça, choque, comodidade e piedade.
Ted, então, desce para o bar e conta aos amigos a jogada do Cara Pelado. Todos riem e concordam que ela nunca vai funcionar com a Robin, e que é muito provável que ela saque sua arma e o mate. Subitamente preocupados, eles sobem correndo para o apartamento e ficam chocados quando encontram o aviso na porta que Ted e Robin usam para avisar um ao outro quando querem privacidade. Inacreditavelmente, a jogada do Cara Pelado funcionou.
No dia seguinte, quando estão falando sobre isso com Robin, ela diz que “sei lá, achei engraçado, e dormi com ele”. Ao que Marshall, então, explode:
Inesperadamente crítico do comportamento sexual dos outros, Marshall diz que Robin se comportou como uma vadia, e deu a entender que a única coisa que a impede de fazer sexo com qualquer um é a roupa. E continua, afirmando que o único motivo para qualquer pessoa fazer sexo é amor.
Cabe parar aqui a minha narração para fazer algumas observações. O episódio The Naked Man é o nono episódio da quarta temporada da série, sendo que cada temporada tem, em média, 22 episódios. Isso significa que, antes de The Naked Man, Marshall teve mais de setenta episódios para fazer suas observações bizarras sobre motivos para fazer sexo, principalmente levando em consideração que praticamente todos esses episódios envolveram o Barney (e mesmo o Ted) dormindo com mulheres que não amavam simplesmente porque sim. Mas somente quando Robin, uma mulher, faz o mesmo, ele se revolta. Eis que surge o primeiro indício do duplo padrão Homem é Pegador, Mulher é Vadia no episódio, mas fica pior.
Logo após constranger Robin chamando-a de vadia, Marshall escuta impassível enquanto Lily (sua esposa) e os amigos listam motivos para fazer sexo sem ser por amor. Porém, ele surta novamente quando Robin indica conhecer um motivo para fazer sexo listado por Barney.
Sim, ele a chama de vadia de novo.
E pior: na sequência, permanece impassível quando Barney anuncia que vai tentar fazer a jogada do Cara Pelado naquela noite. Ou seja, homem pode querer fazer sexo com qualquer pessoa sem compromisso, mas mulher não. Hum.
Ah, não é isso! – alguém aí está falando. – É só que ele está acostumado com o comportamento depravado do Barney e esperava que Robin fosse superior a isso.
Bom, eu ainda teria objeções se esse fosse o caso, mas a questão é que não é. Marshall continua imperturbável mesmo depois que descobre que Ted – o-romântico-e-moralmente superior-Ted – também faz a jogada do cara pelado.
Na verdade, ele não só fica impassível, como parabeniza o amigo no final.
Ok, então já estabelecemos que temos aí um exemplo clássico do Homem é Pegador, Mulher é Vadia. Vale agora parar um pouquinho para fazer uma simples, mas importante pergunta: por que?
Por que o Marshall se incomoda tanto com o fato de Robin dormir com um cara qualquer?
E por que ele não se incomoda quando seus amigos homens fazem a mesma coisa?
Por que o filho é endeusado quando traz várias namoradas para casa, mas a filha traz desonra e vergonha para a família se carrega uma camisinha na bolsa?
Talvez homens sintam medo da sexualidade feminina, como se fosse algo que pudesse controlá-los de alguma forma. Mas a realidade é que essa hostilidade tem muito mais a ver com controle e poder do que com desejos carnais. Na sua base, está a ideia tecida na estrutura machista da sociedade de que mulheres existem em função dos homens. A sua sexualidade, portanto, estaria a serviço do prazer masculino, não do prazer feminino. Por esse motivo, quando uma mulher exerce sua sexualidade a favor de si mesma, assumindo o papel de sujeito e abandonando o de objeto sexual, ela é mal vista. Ela está, afinal, bagunçando a ordem das coisas.
É a mesma lógica que explica a objetificação feminina na mídia. Pela quantidade de foto de peito e bunda que vemos todos os dias daria até para achar que o corpo feminino é venerado. Mas não é isso. O que é venerado não é o corpo feminino, mas sim o corpo feminino como objeto sexual. E como todo bom objeto, esse corpo está sempre dentro dos padrões pré-estabelecidos e é absolutamente passivo. Por isso ele não chega a ser ofensivo ou indecente. Afinal, os valores tradicionais machistas ditam que é assim que as mulheres devem ser: dentro dos padrões estabelecidos e exultando passividade. No entanto, quando o corpo feminino sai dos padrões idealizados e abandona a sua condição de objeto, ele passa rapidamente de venerável para obsceno, indecente e perigoso.
Em 2014, este quadro de Leena McCallem foi retirado de uma exposição de arte da Mall Galleries (Londres) porque as pessoas acharam “pornográfico”, “nojento” e perturbador para crianças. Um clássico exemplo de um corpo feminino empoderado causando desconforto e revolta. Mais exemplos aqui.
Por esses motivos, Marshall, que como um ser social é profundamente afetado por ideais machistas, despreza Robin por exercer sua sexualidade, mas não se incomoda que Ted e Barney façam o mesmo. Pelos mesmos motivos, ele não se incomoda nem um pouco que Lily seja uma pessoa desinibida na cama e sempre sexualmente disposta. Afinal, Lily é uma mulher casada – com ele, inclusive, o que significa que ele se beneficia diretamente disso.
Mas e a Robin? Bom, a Robin também é um ser social e também é afetada por ideais e expectativas machistas. Por esse motivo, vemos uma personagem que é normalmente super dona de si ficar extremamente constrangida pela “opinião” do Marshall e tentar ao longo de todo o episódio convencer a galera de que não é uma vadia, e que dormiu com o tal do cara pelado porque gostava dele de verdade.
Ela sai de novo com ele…
(que mesmo sem se dar conta, sabe o suficiente sobre os efeitos do machismo para sacar exatamente o porquê)
…e força um namorico de aparências até que o Marshall retire o xingamento.
Todo o comportamento da Robin mostra que ela sabe exatamente o que significa ser chamada de vadia (mesmo que inconscientemente). Significa que ela agora corre o risco de se tornar um alvo fácil para machismo hostil, do tipo que fala coisas como “ela estava pedindo”. O perigo que isso representa é grande demais, por isso ela tenta reverter a situação.
Isso tudo me lembra do trabalho dos pesquisadores Peter Glicke e Susan T. Fiske sobre machismo benevolente. Machismo benevolente é a ideia de que mulheres são seres frágeis e veneráveis que precisam ser cuidados e protegidos. É o tipo de machismo que as coloca em um pedestal e por trás do qual está a ideia do cavalheirismo (aproveitando, saiba mais por que cavalheirismo é machismo). O problema é que o machismo hostil e o machismo benevolente se alternam o tempo todo dependendo do comportamento da mulher. Se ela se comporta de acordo com as expectativas machistas, recebe menos hostilidade. Se não…bem, o que dizer? Ela estava pedindo.
Resumindo: o pedestal (inscrito com as palavras “Bela, Recatada e do Lar”) é bem estreito.
O comportamento do Marshall é um bom exemplo dessa alternância entre machismo benevolente e machismo hostil. O Marshall é decerto o personagem mais decente do grupo. É um sujeito gentil, preocupado e um marido dedicado e carinhoso. Isso significa que na maioria das vezes, se demonstra algum machismo, é um machismo benevolente. No entanto, o que vimos em The Naked Man é que quando uma mulher do seu convívio não se comporta da forma que ele acha apropriado, seu comportamento muda rapidamente para machismo hostil.
Durante séculos a sexualidade feminina foi reprimida e continua sendo. Não é à toa que o pior xingamento que uma mulher pode receber é “puta”. Não raro, essa repressão varia em intensidade para justificar comportamentos criminosos, e funciona na base de uma ameaça constante do “castigo” se ela não se adequar.
Resumindo: surpreendentemente, existem mais coisas em um episódio de How I Met Your Mother do que sonha a nossa vã filosofia.
Leia também Objetificação e Repressão do Corpo Feminino – Dois Lados da Mesma Moeda.
Paulo David
January 28, 2017 @ 3:46 pm
Sempre notei o machismo de HYMYM ao longo dá série. Creio que esse episódio passou despercebido por exatamente pelo fato de que, como você falou no texto, o Marchal era o mas gentil no grupo. Quanto machismo não deixamos passar por se disfarçar dentro dessa “benevolência” protetora e cuidadosa? Me sinto contemplado por ter lido esse texto. Parabéns pelo texto!
Lara Vascouto
January 29, 2017 @ 2:03 pm
Pois é, Paulo! Infelizmente, HIMYM opta por reproduzir um “machismo irônico” que nem sempre consegue deixar de reforçá-lo para o público. Obrigada pelo comentário!
Felipe Carver
January 28, 2017 @ 9:27 pm
Poxa cara, você tenta falar que How I Met Your Mother é uma série machista, mas só mostra que o Marshall é machista. E pior (pior pro objetivo do post), mostrando a ideia (com a qual eu concordo) que o machismo tá enraizado na sociedade, você mesma já explica porque isso não é um problema da série, a série simplesmente está mostrando um comportamento, e não da em nenhum momento enfase em um dos personagens estarem certos ou errados (quem defende um lado ou outro são os personagens que são tão humanos e erram tanto quanto os outros, e não recursos de roteiro ou enaltecimentos genéricos), inclusive eu vendo esse episódio de primeira defendia a Robin. Os personagens todos tem seus problemas e defeitos e isso é o que torna a série boa e real. Outro erro na minha opinião sobre o post é quando falam que a Robin é SEMPRE segura de si e SÓ nesse episódio demonstra se incomodar. A Robin em vários episódios fica incomodada quando acusam ela de qualquer coisa, ela sempre inclusive manda o clássico: What? Noo… Shut up!! Com aquela voz aguda. E isso é porque ELA É UMA PESSOA NORMAL, com inseguranças. Pra mim o problema desse post todo se resume a: Parece que na sua opinião pra uma série ser aceitável tem que mostrar personagens exemplos e perfeitos, verdadeiros super homens e capitães américa, ou pelo menos que se for pra ter defeitos que sejam defeitos “aceitáveis”, ser tímido, ou não saber falar com as pessoas, mas não se pode ter um personagem com defeitos horríveis, que fazem mal a sociedade, como ser machista. Algo que não faz sentido, já que o machismo existe, pessoas machistas existem, pessoas que não são de todo horríveis mas tem um defeito horrível como ser machista existem, o machismo dominou o mundo por tanto tempo e está enraizado na sociedade até hoje, a série só mostra um personagem realista, e não, ela não critica o comportamento dele, mas também não elogia, ela só mostra. A série não quer nos convencer a ter uma opinião a favor ou contra nada, ela só mostra e deixa a parte da opinião totalmente por nossa conta. Por fim, essa é minha opinião e você pode ter uma diferente, só estou dando meus argumentos e você pode dar os seus. Desculpa se te ofendi ou algo parecido em algum momento. 🙂
Lara Vascouto
January 29, 2017 @ 2:00 pm
Oi Felipe! Não me ofendeu, não! Mas eu acho que você entendeu errado o objetivo do texto. Eu sou bem contra definir uma produção inteira como “machista” ou “feminista”. Não dá pra ser taxativo assim, porque muitas vezes elas trazem coisas boas e ruins (embora HIMYM traga vááárias situações bem machistas). Por isso mesmo em nenhum momento meu objetivo foi falar “olha como HIMYM é machista, queima!!”, mas sim usar uma situação machista específica dentro dela para discutir um duplo padrão da vida real que afeta a vida das mulheres. Concordo completamente quando você diz que o machismo é enraizado na sociedade – e acho que é isso que tento mostrar ao apontar como até um personagem dócil e correto como o Marshall o reproduz. Também não defendo de forma alguma personagens perfeitos, embora eu ache que as produções tem uma obrigação de mostrar certos defeitos de modo a não reforçá-los. Enfim, espero ter esclarecido. Obrigada pelo comentário!
Patthy
February 1, 2017 @ 3:37 pm
Mas geeeente, onde minha cabeça estava na hora em que vi esse episódio? Fiquei passada de não ter percebido isso. Talvez tenha sido pela característica que você citou no post: Marshal geralmente é tão gentil, não é o tipo de comportamento que esperamos dele… O que me faz pensar nas vezes em que a gente acaba deixando passar um comportamento machista de um amigo porque ele é gente fina, aquele foi “só um momento ruim”. Mas dá para dar aquele toque no amigo sem ser rude, se ele for mesmo um cara legal, ele vai acabar entendendo, não é?
Voltando à HIMYM, é curioso reparar que a Robin tenta convencer o Marshal de que ela não é uma vadia, porque ele é o cara legal, então a opinião dele é confiável… E não o contrário: o Marshal sendo realmente um cara legal e reconhecendo que ele não tem nada a ver com a vida sexual alheia e não cabe a ele julgar os outros.
Continuarei achando graça da série, assistindo e me divertindo, mas é importante ver as coisas com senso crítico para não sair repetindo os erros da ficção, né?
Lara Vascouto
February 1, 2017 @ 4:29 pm
Isso aí, Patthy! Obrigada pelo comentário!
Grazi
February 8, 2017 @ 3:14 am
Esse episódio foi um dos quais eu mais odiei o Marshall. De todos os personagens, ele foi o que menos me incomodou ao longo da série, mas essa situação aí foi o cúmulo para mim. Me diverti com o episódio de qualquer jeito, mas tratei de papear com meus amigos que veem a série sobre isso pra alertá-los sobre esse comportamento. Não é porque o Marsh era sempre uma boa pessoal, que essa situação deve ser passada em branco, sem reclamações.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 1:32 pm
Pois é, quando eu vi pela primeira vez, anos atrás, não achei nada – o que me deixou mais de cara ainda quando vi de novo recentemente, porque é muito descarado! Obrigada pelo comentário!
Marina
March 16, 2017 @ 2:13 pm
Eu amo muito How I Met your Mother, é uma das minhas séries preferidas. Porém, não dá para deixar de notar que eles pisam na bola várias vezes nessa questão de machismo. Tem um episódio (não vou me lembrar qual) em que o Barney explica que para “pegar” uma mulher você precisa deixa-la insegura; apontar um defeito nela. Achei péssimo. Em outro ele está para ficar com uma moça até ela dizer que vai completar 30 anos. Ele faz uma cara de nojo e vai embora. E todas as garotas que o Barney fica são muito, muito burras. Além disso, eles têm váaaaarias piadas com mulheres gordas nada legais. Eu sei que os outros personagens da série mais ou menos condenam esse tipo de comportamento do Barney… mas, na verdade, ele é o personagem mais amado pelos fãs. Não sei se a série deixa claro se critica ou endossa esse tipo de coisa, sabe? Acho que é uma análise mais difícil de ser feita em uma comédia. Bom, eu não deixo de curtir How I Met por causa disso, mas acho que há defeitos que poderiam ser corrigidos.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 12:20 pm
Exato, Marina! Muita gente diz que o Barney foi criado como uma caricatura, para ironizar o machismo. Mas fico me perguntando se é possível realmente ironizar algo que ainda estamos tão longe de superar como sociedade, sabe? Acho que qualquer produção que se propõe a isso precisa ser MUITO cuidadosa pra não acabar endossando a opressão que pretende ironizar – coisa que eu acho que na maioria das vezes HIMYM não é. Obrigada pelo comentário!
Thais
March 30, 2017 @ 12:55 am
Ei Lara, adorei o texto! Acho que uma ótima ideia seria também falar como (isso de uma maneira mais geral) o Ted normaliza questões de abuso psicológico, por meio do ideal de amor verdadeiro, ao depositar todas suas esperanças em todas as mulheres que conhece. Pra ele, todas são “the one”, e até quando ele finalmente acha a que é, ele sofre e culpa a tudo (o universo, as mulheres, etc), menos as suas próprias atitudes – ou modo de ver a vida. Bjs
Yago
March 30, 2017 @ 1:14 pm
Ted comete abuso psicológico ao depositar suas esperanças nas mulheres que conhece? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkklkklkkkkk isso é ridículo.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 11:49 am
Obrigada, Thais! Eu nunca parei pra pensar a fundo sobre o Ted, mas tenho a impressão que a visão de mundo dele causa mais problemas para ele do que pras mulheres que ele namora. Eu tenho mais interesse, na verdade, na Robin. Sempre achei a personagem super fodona, mas agora re-assistindo a série fico de cara com o tanto que ela se incomoda com a opinião dos outros. To com vontade de pensar nela com mais calma.
Beatriz
March 30, 2017 @ 12:54 pm
Sabe quando você estuda uma matéria na escola e quando vai fazer o exercício e as questões são complicadas e você não consegue responder, aí tem que consultar o material novamente? Ou precisa de um professor de reforço escolar pra entender, mas entender mesmo? Seus textos funcionam assim pra mim. Eu tô aqui crente que já entendo “tudo” de machismo e feminismo, mas é só ler um texto seu que percebo “ahhhhh, agora sim eu entendi! Agora tudo faz sentido…”
Só posso dizer obrigada! MUITO obrigada por todos eles.
Lara Vascouto
March 31, 2017 @ 11:41 am
Eu que agradeço o comentário, Beatriz! <3
Pedro
April 30, 2017 @ 4:34 pm
Concordo com a sua análise. E realmente pra mim a Robin é uma personagem muito forte e esse episódio merecia uma abordagem mais digna nesse sentido. Pra mim a Robin deveria se sentir incomodada sim, mas com a atitude do marshall e o episódio deveria terminar com ele se desculpando por chamar ela de vadia e dar um high five celebrando sua vitória. E não ela ficar tentando desesperadamente se enquadrar na visão machista dele pra que ele retire o pensamento de vadia dela. Chega a ser incomodo, o marshall erradão e colocam ele como o “certo” da história e a robin se ~submissando~ pra ser aceita.
Gus
July 3, 2017 @ 4:09 am
Eu comecei a assistir How I Met Your Mother umas 3 semanas atrás. Adoro a série, mas não consigo deixar de notar que é MUITO, MUUUUUITO machista. Esse episódio do Naked Man foi a gota d’água; assim que assisti fui pesquisar pra ver se outras pessoas também se identificaram e achei essa maravilha de texto ❤
Continuo assistindo a série e gostando muito (apesar de uns probleminhas tipo esse, o humor é maravilhoso e a história é envolvente), mas não posso deixar de reclamar quando umas coisas dessas acontecem, né?
Outra coisa que me irrita muito é o Ted, que sempre tá sendo posto num pedestal de “cara-mais-fofo-ever-o-homem-dos-seus-sonhos”. Gente, ele PERSEGUE a Robin, tem um comportamento super abusivo com ela e outras namoradas e ainda assim é visto como a melhor pessoa!
Também notei comportamentos assim em outra série que eu amo: Friends. GEEEEENTE, friends é maravilhosa mas as vezes passa dos limites! Tipo aquela vez em que os caras disseram que a mônica não pode flertar com outros caras mas o Chandler podia, ou quando as mulheres SEMPRE cuidam do jantar de ação de graças e os caras ficam no sofá fazendo vários nadas… Isso me irrita muito!
Mas não vou me prolongar mais (sorry pelo comentário imenso, mas esse texto me tocou profundamente ❤), abraço.
ps: não sei porque mas no comentário não tá indo as letras maiúsculas, perdoa o meu texto todo em minúsculo e não desiste de mim :c
Julia
May 29, 2018 @ 7:33 am
Nossa sim! recentemente revi friends para dar umas risadas e deixar algo rolando na tv enquanto me preparava pra dormir e jesus cristo! como assim nao notei o quanto friends é cheio de episódios machistas e sexistas? Quando vi o episodio que o chandler acusa a namorada de ser uma vadia traidora por ela simplesmente ~ pasmem ~ encenar com outro cara uma cena mais quente em uma peça em que ela estava atuando, eu fiquei ué…mas
.. que? o ross também, meu santo, ele e meio colocado como o cara bobo que sempre é jogado pro escanteio, pobrezinho, mas no entanto… surta de ciumes quando a namorada resolve sair, como amiga, com a mulher de sua ex. Mano eu super achava Friends uma serie com humor cabeça, inteligente, livre desse horror de humor construido na vibe de humilhar/ fazer chacota de minorias por serem so e somente minorias. Foi um grande e otimo choque, e eu agradeço muito ao no de oito por ter me munido desse arsenal mais atento e esclarecido sobre esses assuntos. Otimo texto, to apaixonada por esse site!