19 Livros de Escritoras Brasileiras Negras que Você Precisa Conhecer

Escritoras negras são duplamente invisibilizadas pelo machismo e pelo racismo. Já passou da hora de conhecer algumas delas.

escritoras negras

Faça o teste: quantos livros na sua estante foram escritos por mulheres? Agora, desses livros, quantos foram escritos por mulheres negras?

Já sabemos que mulheres são amplamente invisibilizadas na literatura. Mulheres negras, atingidas não só pelo machismo, como também pelo racismo, são duplamente invisibilizadas. Mas elas existem, e não é porque só em 2017 a Flip descobriu as suas obras, que elas são um fenômeno recente. Escritoras negras sempre produziram muito, e sempre tiveram presença significativa na literatura nacional. Aliás, foi uma mulher negra a primeira romancista brasileira: Maria Firmina dos Reis. Você leu as obras dela na escola?

Numa tentativa de remediar essas lacunas que fortalecem o racismo nosso de cada dia, criamos essa lista com 19 livros de autoras negras brasileiras que todo brasileiro precisa conhecer. Claro, a lista é colaborativa, portanto deixe suas sugestões nos comentários!

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Úrsula

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Autora: Maria Firmina dos Reis

Sinopse: Publicado em 1859, é considerado o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil. É também o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira, e também o primeiro romance da literatura afrobrasileira, isto é, uma obra produzida por uma autora afrodescendente. A história de amor ultrarromântico entre Úrsula e Tancredo tem como pano de fundo a temática do negro a partir de uma perspectiva comprometida em recuperar e narrar a condição do ser negro em nosso país.

Quarto de Despejo

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Autora: Carolina Maria de Jesus

Sinopse: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos

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Autora: Ana Paula Maia

Sinopse: Com dois romances publicados, a carioca Ana Paula Maia se firmou como uma das mais festejadas autoras da nova literatura brasileira e chamou a atenção de críticos e formadores de opinião ao publicar, em 2006, uma novela folhetinesca na Internet. Durante meses, os leitores acompanharam pela web os 12 capítulos de Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos. que chega agora às livrarias com novo final. É o primeiro livro publicado originalmente na internet a ser lançado por uma grande editora. Com muito sangue, violência e boa literatura, Ana Paula Maia lança o olhar ao outro, com profundos traços de ousadia e peculiaridade, para esmiuçar o cotidiano de homens que lutam para sobreviver em meio à pobreza e a falta de esperança em uma vida melhor. Entre Rinha de Cachorros e Porcos Abatidos contém duas novelas, que junto com o volume Carvão Animal compõem a trilogia A Saga dos Brutos.

Carvão Animal

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Autora: Ana Paula Maia

Sinopse: Terceira parte da trilogia A saga dos Brutos, iniciada com as novelas Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos e O Trabalho Sujo dos Outros. Com muito sangue, violência e estilo, Ana Paula Maia lança o olhar ao outro, e extrai, de cada um, sua qualidade mais humana. E assim subverte qualquer atitude condenável em feito redentor. Mas não há luz nesse heroísmo. Também não há trevas. É um momento repleto de cinzas, de um tom intermediário, suspenso no tempo. Uma atmosfera claustrofóbica, que envolve e hipnotiza o leitor.

Um Defeito de Cor

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Autora: Ana Maria Gonçalves

Sinopse: Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro, o livro é narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página.

A Cor da Ternura

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Autora: Geni Guimarães

Sinopse: Ser pobre e negra trouxe para Geni muitos conflitos interiores. Já adulta, continuou enfrentando barreiras impostas pela sua cor. Para vencê-las, traçou uma meta de vida e chegou lá! Lutou e continua lutando com armas poderosas que adquiriu durante sua vida: amor, carinho, afeto… O mundo seria melhor se os homens deixassem, assim como Geni, que essas poderosas armas brotassem em seus corações?

Heroínas Negras Brasileiras

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Autora: Jarid Arraes

Sinopse: Desde 2012, a autora Jarid Arraes tem se dedicado a desvendar a história das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. E não bastava conhecer essas histórias, era preciso torná-las acessíveis e fazer com que suas vozes fossem ouvidas. Para isso, Jarid usou a linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. E vendeu milhares de seus cordéis pelo Brasil, alertando para a importância da multiplicidade de vozes e oferecendo exemplos de diversidade para as mulheres atuais. Neste livro, reunimos 15 dessas histórias, que ganharam uma nova versão da autora e a beleza das ilustrações de Gabriela Pires, e um prefácio da pesquisadora Jaqueline Gomes de Jesus. Conheça a história de: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.

Sobre-viventes!

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Autora: Cidinha da Silva

Sinopse: Este é um livro de crônicas contundentes sobre pessoas que muitas vezes são tornadas invisíveis ao olhar de uma sociedade racista e preconceituosa. Situações cotidianas colocadas em nossa cara como retrato feio de nós mesmos. Os sobreviventes combatem as dificuldades todos os dias. Precisamos falar destes viventes.

Mulher Mat(r)iz

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Autora: Miriam Alves

Sinopse: Coletânea de trabalhos publicados ao longo de 23 anos de vida literária sobre o universo da mulher afro-brasileira em suas várias possibilidades vivencial-afetivas.

Só as Mulheres Sangram

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Autora:  Lia Vieira

Sinopse: Os contos de Só as Mulheres Sangram, de Lia Vieira, procuram revelar diversos aspectos do cotidiano dos negros, em especial o cotidiano das mulheres. Ambientados em diversos espaços, os contos traçam um panorama abrangente dessas experiências negras excluídas do cânone literário brasileiro, apresentando paradigmas ainda não assimilados pela crítica literária tradicional.

Olhos D’Água

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Autora: Conceição Evaristo

Sinopse: Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a condição humana.

As Lendas de Dandara

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Autora: Jarid Arraes

Sinopse: As Lendas de Dandara é um livro que mistura ficção, história e um toque de fantasia, onde são narrados dez contos sobre a guerreira quilombola Dandara dos Palmares, companheira de Zumbi dos Palmares. Embora seja voltado para o público adulto e adolescente, As Lendas de Dandara oferece um material inédito para os jovens e pode ser lido para crianças com a mediação de um adulto responsável, por tratar de temas de violência como o tráfico humano e a escravidão.

O Tapete Voador

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Autora: Cristiane Sobral

Sinopse: Coletânea de contos, O Tapete Voador é o quarto livro da atriz, escritora e poeta Cristiane Sobral. Neste livro, a autora apresenta 19 narrativas que abordam de forma inventiva e contundente diversos aspectos sobra a questão racial no Brasil, incluindo racismo, empoderamento e colorismo – apontando para a construção de uma identidade negra contemporânea.

Não Vou mais lavar os pratos

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Autora: Cristiane Sobral

Sinopse: Não vou mais lavar os pratos reúne 123 poemas fortemente ligados ao cotidiano, abordando diversos temas como: maternidade, gravidez imaginária, filho desejado, memórias da infância e da mocidade, relações familiares, imagens de uma África longínqua e ancestral, e a situação atual da mulher negra.

Ponciá Vicêncio

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Autora: Conceição Evaristo

Sinopse: A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.

Águas da Cabaça

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Autora: Elizandra Souza

Sinopse: “E é nessa cabaça que ela traz sonhos, esperanças e água/vida. Água essa que limpa e leva tudo que não for bom embora. A água que rompe barragens, faz nascer rios, corre para o mar e vira imensidão, o imensurável”. Assim diz Mel Adún em um trecho do prefácio da obra, que ao longo das mais de 130 páginas, faz o leitor deparar-se com a alma pulsante da poesia negra e encanta-se com o concretismo de algumas poesias e com a graça das ilustrações em sincronismo com as letras. Com ilustrações de Salamanda Gonçalves e Renata Felinto, a obra faz parte do projeto ‘Mjiba – Jovens Mulheres Negras em Ação’ e reúne sete mulheres negras em diferentes protagonismos.

Os Nove Pentes D’África

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Autora: Cidinha da Silva

Sinopse: Em Os nove pentes d’África, estreia de Cidinha da Silva na cena literária juvenil, tradição e contemporaneidade tecem um bordado de poesia e surpresa na tela de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e dos rituais cotidianos da narrativa.

Por Elise

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Autora: Grace Passô

Sinopse: Uma dona de casa que fala sobre a vida dos seus vizinhos. Um cachorro que late palavras. Uma mulher perdida E um lixeiro em busca de seu pai. Esses são alguns dos personagens da peça Por Elise, escrito e dirigido por Grace Passô juntamente com o grupo Espanca!. Umas das primeiras peças da autora mineira, a obra lhe rendeu o APCA e o SESC/SATED de melhor dramaturga e, em 2005, o Prêmio Shell de melhor texto em 2006. No formato livro, o leitor pode acompanhar um olhar muito particular sobre as relações humanas e as contradições que a conduzem.

Quando me Descobri Negra

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Autora: Bianca Santana

Sinopse: “Tenho 30 anos, mas sou negra há dez. Antes, era morena.” É com essa afirmação que Bianca Santana inicia uma série de relatos sobre experiências pessoais ou ouvidas de outras mulheres e homens negros. Com uma escrita ágil e visceral, denuncia com lucidez – e sem as armadilhas do discurso do ódio – nosso racismo velado de cada dia, bem brasileiro, de alisamentos no cabelo, opressão policial e profissões subjugadas. Quando me descobri negra fala com sutileza e firmeza de um processo de descoberta inicialmente doloroso e depois libertador. Bianca Santana, através da experiência de si, consegue desvelar um processo contínuo de rompimento de imposições sobre a negritude, de desconstrução de muros colocados à força que impedem um olhar positivo sobre si. Caminhos que aos poucos revelam novas camadas, de um ser resinificado. Considero este livro um presente, é algo para se ter sempre às mãos e ir sendo revisitado. Bianca, ao falar de si, fala de nós.” – Djamila Ribeiro colunista da Carta Capital, pesquisadora na área de filosofia política e feminista.


Julho é o mês da celebração da luta e da resistência da mulher negra. Marcadamente, o dia 25 representa o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Durante todo o mês, núcleos e coletivos articulam entre si campanhas de cultura, identidade e empoderamento dessas mulheres. Participam dessa ação o Collant Sem DecoteSéries Por ElasKaol PorfírioDelirium NerdValkiriasMomentum SagaNó de OitoIdeias em RoxoPreta, Nerd & Burning Hell e Prosa Livre. #WeCanNerdIt #FeminismoNerd #JulhodasPretas


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