BGS 2018 – O Lado Humano da Maior Feira de Games da América Latina
Inclusão, receptividade, nostalgia e muita gente feliz: a experiência Brasil Game Show vai muito além das novidades gamers.
Oi! Aqui quem fala é uma criança de 1990 em 2018.
Dessa forma me senti quando me olhei no espelho do banheiro aos pulinhos, assim que peguei meu cordão de credencial para entrar na BGS 2018, o maior evento de games da América Latina. Nele estava escrito ‘XBOX’ e só ali já me senti maravilhada (sou fã).
No banheiro, três garotas se arrumavam para trabalhar. Cabelo black power, saia de bailarina e, num cantinho nada merecido no chão, as asas da Mercy (Overwatch). Por um instante me imaginei correndo com aquelas asas e a moça gritando atrás pra eu devolver…Mas tarde demais: eu já estaria lá no céu gritando “Heróis nunca morrem”!
Minha emoção estava no céu, como a heroína de algum jogo, realizando meu próprio sonho. Sim, a BGS é realizadora, fazedora e mantenedora de sonhos.
Tantas novidades, tantas marcas, tantos famosos dos games, que eu nem sabia por onde começar. Por isso resolvi começar do começo, que é, para mim, o arcade e qualquer coisa relacionada a jogos e videogames antigos. E lá vem a nostalgia. Não lembrava de todos, mas a maioria eu jogava com meu pai na minha infância. Naqueles estandes especializados, eu, com meus 30 e poucos anos, virei uma saudosista.
Mas logo pulei no tempo. Saí do arcade para quase 50 anos no futuro, para ver um Oculus Rift de realidade virtual sendo testado e aprovado por pessoas de 12 a 60 anos.
No futuro, vi também teclados de computador nadando literalmente em um aquário cheio de água, para provar que aquele copo de café que você toma pela manhã pode derramar inteiro em cima que ele ainda vai funcionar. Show de mágica, a BGS fornece.
Mas a beleza do evento não se restringiu às novidades gamers, pois estou aqui pra falar da parte humana e emocional da coisa. Eu, portadora de síndrome do pânico e depressão, consegui estar ali no meio daquele tanto de gente linda, feliz e simpática. Me senti segura, protegida. Gente rindo em todos os cantos, adolescentes sendo adolescentes de verdade, pais, avós e tios se divertindo junto. Gamers de todos os estilos, fãs de esportes eletrônicos, cosplayers perfeitos que pareciam ter saído do jogo para te dar um abraço. Uma multidão de pessoas jogando e até dançando num jogo de dança que parecia uma apresentação sincronizada e perfeita. Era muita coisa para visitar, conhecer e se divertir.
Jogos de todos os tipos, gostos e estilos, com heroínas, monstros, elfos, reis e rainhas. Jogos dos mais técnicos e lógicos aos mais indies e casuais, que vão dos mobiles aos consoles. Assim que surgiu a oportunidade, criei coragem e fiz minha inscrição para jogar Overwatch Xbox; fui competir representando meu clã, (Starlite) Over Xbox Girls. Porque era isso que eu queria, mostrar que meninas também jogam. Tirando eu e minha amiga, nos nossos 30 e poucos anos, o restante das meninas tinha entre seus 13 e 18 anos. Senti orgulho da minha geração, e senti orgulho das mulheres, pois vi muita inclusão, receptividade e representatividade feminina – tanto no evento, como nos jogos. Quem ainda acha que jogos são só para garotos, definitivamente não conheceu a BGS.
Além da experiência, ganhei muitos presentinhos, brindes e abraços. Uma sacola que acende da Logitech, chaveiros, créditos de jogos, lives e até um cordão de credencial que brilha no escuro da equipe da Razer.
E tive a oportunidade de ver gente que admiro também. Ninguém menos que a Malena narrou o jogo do qual participei e muitas outras celebridades gamers estavam por lá. Somos uma família gamer aqui em casa – a pedido do meu marido fomos conhecer o Zangado e ganhei um baita abraço dele.
Resumindo, vi muita coisa legal, inclusive a minha cara no espelho naquele mesmo banheiro na hora de ir embora. Dessa vez não tinha black power, saia de bailarina e nem a asa da Mercy no chão. Mas tinha o meu sorriso. E eu posso jurar que me senti com 12 anos ali. Fazia tempo que eu não me sentia tão feliz.