7 Filmes de Terror para Agradar Feministas

Com o Halloween chegando, separamos alguns filmes de terror amigáveis para feministas.

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O Halloween está chegando, e mesmo que você seja contra toda essa importação de festas estrangeiras no Brasil, temos aqui uma ótima oportunidade para falar um pouco mais sobre um gênero bem polêmico do cinema: o terror. Recheados de mulheres seminuas fugindo de todo tipo de perigo, filmes de terror são alguns dos que mais carregam na hipersexualização e estereotipização feminina, além de reforçar algumas concepções bem problemáticas do que significa ser mulher.

Mas nem tudo são trevas, e existem, sim, algumas pérolas do terror que, se não são feministas, ficam muito perto disso. Semana passada escrevi uma análise feminista da aclamada quadrilogia Pânico, e hoje estou aqui para listar alguns filmes que não vão fazer com que feministas atentas tenham vontade de jogar a televisão pela janela. São filmes que ou trazem protagonistas femininas poderosas ou problematizam as limitações e vivências impostas a mulheres, entrelaçando essas questões com doses cavalares de horror e suspense (e, às vezes, comédia).

Vale lembrar que embora sejam “feminist-friendly”, é possível que os filmes abaixo também tragam alguma dose de machismo. Por isso, não esquece de ligar o raio problematizador antes de assistir, ok?

Jovens Bruxas (1996)

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Sinopse: Uma jovem (Robin Tunney) se muda de São Francisco para Los Angeles para começar uma nova vida. Lá conhece três alunas do colégio onde estuda que se dedicam ao ocultismo e à magia (tanto que têm a fama de bruxas entre seus colegas). Quando as quatro fazem amizade e começam a praticar magia juntas, desencadeiam um poder que foge do controle, gerando trágicas conseqüências.

Qualquer mulher que tenha crescido na década de 1990 provavelmente era fascinada por Jovens Bruxas. Não vou falar muito sobre, porque ainda vai ter texto só sobre ele aqui no Nó de Oito, mas adianto que o filme é um ótimo retrato do que pode acontecer quando o poder feminino é reprimido.

O Labirinto do Fauno (2006)

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Sinopse: Espanha, 1944. Oficialmente a Guerra Civil já terminou, mas um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas ao norte de Navarra. Ofelia (Ivana Baquero), de 10 anos, muda-se para a região com sua mãe, Carmen (Ariadna Gil). Lá as espera seu novo padrasto, um oficial fascista que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes (Maribel Verdú), jovem cozinheira da casa, que serve de contato secreto dos rebeldes. Além disso, em seus passeios pelo jardim da imensa mansão em que moram, Ofelia descobre um labirinto que faz com que todo um mundo de fantasias se abra, trazendo consequências para todos à sua volta.

Ok, então talvez alguns discordem que O Labirinto do Fauno seja um filme de terror, mas para mim, as sensações que ele gera são definitivamente aterrorizantes. Narrando o trágico fim da infância de Ofelia, o filme dá muito o que pensar ao focar nas opressões vividas por suas personagens.

O Babadook (2014)

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Sinopse: Seis anos já se passaram desde a morte de seu marido, mas Amelia (Essie Davis) ainda não superou a trágica perda. Ela tem um filho pequeno, o rebelde Samuel (Noah Wiseman), e tem dificuldades para amá-lo. O garoto sonha diariamente com um monstro terrível e ao encontrar um livro chamado “The Babadok” reconhece imediatamente seu pesadelo. Certo de que Babadok deseja matá-lo, o menino começa a agir irracionalmente, para desespero de Amélia.

Escrito e dirigido por Jennifer Kent, O Babadook traça um retrato fascinante da maternidade ao contar uma história de luto de uma mãe e seu filho.

A Bruxa (2015)

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Sinopse: Nova Inglaterra, década de 1630. O casal William e Katherine leva uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente daquela permitida pelas autoridades. A família passa a morar num local isolado, à beira do bosque, sofrendo com a escassez de comida. Um dia, o bebê recém-nascido desaparece. Teria sido devorado por um lobo? Sequestrado por uma bruxa? Enquanto buscam respostas à pergunta, cada membro da família vive seus piores medos e seu lado mais condenável.

Com um subtexto que entrelaça fanatismo religioso e feminismo, o indie A Bruxa consegue assustar (mesmo!) e fazer pensar. Um clássico dos dias atuais.  

Garota Sombria Caminha pela Noite (2014)

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Sinopse: Bad City é uma cidade iraniana abandonada e sem leis, onde vivem diversos traficantes e prostitutas. Enquanto Arash (Arash Marandi) luta para sobreviver e para afastar o próprio pai do vício em drogas, a Garota (Sheila Vand) parambula pelas noites, com um segredo: ela é uma vampira, e mata seres solitários para saciar a sede de sangue. Quando os dois se encontram, as suas vidas se transformam.

Escrito e dirigido por Ana Lily Amirpour, Garota Sombria Caminha pela Noite é uma história de vampiro que traz incríveis imagens em preto e branco e um final inesperado.

A Morte lhe Cai Bem (1992)

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Sinopse: Uma famosa atriz de cinema “rouba” o namorado de sua amiga tímida, uma aspirante a escritora, e se casa com ele. Anos depois, a atriz enfrenta o envelhecimento enquanto que sua amiga, agora famosa escritora, está cada vez mais jovem e bela, e disposta a se vingar.

Quando eu falei lá em cima sobre comédia, era desse filme que eu estava falando. Lá pelas tantas, as duas inimigas tomam uma poção mágica que garante juventude eterna, e aí a coisa descamba de vez. O filme é ótimo em explorar questões como vaidade, envelhecimento e rivalidade feminina, com um final bastante interessante.

O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962)

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Sinopse: Jane Hudson é uma artista que, quando criança, ficou famosa e conhecida como Baby Jane. Depois de um acidente, ela caiu no ostracismo e, já adulta, vive trancafiada na casa que divide com sua irmã Blanche. Destinada a voltar aos palcos, a atriz vai tentar retomar o personagem que a fez famosa – nem que para isso precise passar por cima de algumas pessoas bem próximas.

Um clássico cult, O Que Terá Acontecido a Baby Jane é outro que mistura terror e comédia ao colocar as duas antagonistas da vida real – Bette Davis e Joan Crawford – como antagonistas também na telona. Apesar de antigo, ainda hoje Baby Jane pode ser considerado inovador por trazer duas protagonistas de meia-idade que, além de tudo, não são lá muito gostáveis.

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