Meu Corpo, Minhas Regras – Petra Costa Reage a Comentários Machistas

Petra Costa é a cineasta brasileira por trás de Elena, Olhos de Ressaca e Olmo e a Gaivota. 

petra costa

Há poucas semanas, a cineasta brasileira Petra Costa subiu ao palco no Rio de Janeiro para receber o prêmio de Melhor Documentário do Júri Oficial do Festival do Rio, com seu filme Olmo e a Gaivota. Usando uma peruca azul, para simbolizar a protagonista do filme, ela dedicou o prêmio à sua mãe e às mulheres. E acrescentou:

“Em breve eu espero que no Brasil toda mulher tenha soberania total sobre o próprio corpo. Seja pra rejeitar uma gravidez, interromper com o aborto – que já é legal há mais de 40 anos na França, nos Estados Unidos, em Cuba… – seja pra mergulhar nela (como é no caso do nosso filme) e ter todos os direitos pra fazer isso da melhor forma. Espero também que nenhuma mulher brasileira sofra machismo verbal ou físico, desde a presidenta, às cineastas , às atrizes, às domésticas…às mulheres!”.

Infelizmente, como se ativados por um sinal supersônico que só besouros rola-bosta e machistas misóginos podem ouvir, inúmeros comentários asquerosos recheados de ódio e misoginia profunda inundaram a página da produção em resposta.

“Cambada de mulher promíscua, irresponsável, assassinas, egoístas! Se vcs tivessem vergonha nessas suas caras , assistiriam os inúmeros vídeos de abortos e veriam o sofrimento tanto dos pequenos fetos, quanto os das mães. Será que doar um filho para uma família criar é mais repugnante e cruel do que picotá-lo dentro da barriga e arrancá-lo para fora?”

“Mulherada sem vergonha fica fazendo aborto usa preservativo” [sic]

“Vadia, se não quer ter filho fecha as pernas”.

Como podem ver, comentários de pessoas sem o mínimo conhecimento do que é aborto.

Felizmente, Petra Costa não recebeu as ofensas quieta. Sem perda de tempo, ela produziu uma resposta na forma do vídeo “Meu Corpo, Minhas Regras”, com o coletivo As Gaivotas e a participação voluntária de grande nomes, como Bruna Linzmeyer, Barbara Paz, Alexandre Borges e Julia Lemmertz. Veja abaixo o resultado.

Leia também sobre como o corpo feminino é encarado como uma ameaça quando não faz as vezes de objeto sexual. 

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