Beleza Interior? A Misteriosa Síndrome dos Caras “Feios” com Minas Gatas na Cultura Pop
O problema não é a presença de caras “feinhos” ou de aparência normal na mídia, mas a ausência quase que absoluta de mulheres assim na frente das câmeras.
Desde pequenos, todos aprendemos algumas regrinhas sobre como se relacionar e tratar outras pessoas. Uma delas diz respeito à clássica mensagem da “beleza interior” e sobre como é ruim julgar alguém pela aparência.
A cultura pop adora nos lembrar dessa mensagem. Só durante a minha infância e adolescência, por exemplo, tivemos três animações de sucesso estrondoso que se baseiam precisamente nessa temática: A Bela e a Fera, O Corcunda de Notre Dame e Shrek. Além disso, a minha adolescência foi recheada de comédias românticas com protagonistas “feinhas” e desajeitadas que quase sempre acabavam o filme com o cara mais gato da escola.
Por algum motivo, no entanto, essas histórias nunca apaziguavam as minhas ansiedades em relação à minha própria aparência. E só agora acho que consigo entender o porquê.
Em primeiro lugar, nos grandes clássicos de animação mencionados, os personagens cuja aparência questionável teríamos que relevar são todos homens. As protagonistas femininas desses filmes, com as quais eu teria que me identificar, eram todas lindas e perfeitas (com exceção de Fiona, que no final vira um ogro, como Shrek).
Já nas comédias românticas, a suposta feiura das protagonistas era frequentemente apenas um embuste, cuidadosamente criado com óculos, aparelho nos dentes, mau gosto para se vestir e cabelos desgrenhados. No final de todos esses filmes, sem exceção, essas meninas provavam que nunca foram feias de verdade, bastando uma makeover para resolver todos os problemas de suas vidas.
Ou seja, para mim, uma criança e adolescente feinha e desengonçada, esses filmes não contribuíram em nada para o meu bem-estar psicológico. Uma porque reforçavam ainda mais a ideia de que beleza é a coisa mais importante na vida de uma mulher. E outra porque os padrões de beleza a que somos sujeitadas são extremamente rígidos, fazendo com que “ficar bonita” não seja apenas uma questão de tirar os óculos, soltar os cabelos e colocar um vestido bonito.
Como ficar bonita, de acordo com a cultura pop:
Tira seus óculos.
Pera, pera – solta seu cabelo
Dessa forma, nos poucos filmes que talvez tivessem o poder de fazer com que mulheres sentissem que são mais do que suas aparências, os roteiristas estragavam tudo no final, fazendo com que as protagonistas só conseguissem o que queriam depois de ficarem lindas.
E isso é algo com o que homens não precisam lidar. Além dos clássicos da beleza interior tratarem quase que unicamente sobre como é feio julgar homens (apenas) pela aparência, a cultura pop repete essa lição diariamente, com a criação constante de casais formados por minas incrivelmente gatas e caras absolutamente normais, ou até meio “feinhos”.
Tipo esses dois.
E esses.
Aqui ó.
Te adoro, Tom Hanks, mas né.
Seguindo a tendência de sitcom “marido gordinho / esposa gostosa”.
Nesse caso nem a personalidade dele salva, mas ainda assim ele ganha a Emma Stone no final.
Uma tendência que se observa também nos filmes do Adam Sandler.
Em todos os filmes do Adam Sandler.
E nos do Seth Rogen.
E, claro, aqui também.
Animação também não escapa da síndrome.
Por exemplo.
Qué dizê.
Essa dinâmica se repete incessantemente, principalmente porque a sociedade coloca tanta importância na necessidade de mulheres serem “bonitas” (lembrando que esse “bonitas” atende a um padrão misógino, racista, gordofóbico, etc), que dificilmente uma mulher “normal” ou fora do padrão de beleza sequer consegue aparecer na frente das câmeras. É uma exigência de conhecimento geral: se uma mulher pretende aparecer na mídia, o pré-requisito principal é ser bonita.
Com isso, a vasta maioria das mulheres que vemos todos os dias nas artes e na cultura pop – e que consequentemente se tornam modelos a serem seguidos – representam apenas uma minoria da população feminina em termos de aparência. Cria-se e reforça-se, assim, um padrão de beleza e uma ideia de como mulheres devem ser na qual pouquíssimas se encaixam. E com isso, nenhuma de nós jamais tem o benefício de se sentir bem consigo mesma tendo uma aparência simplesmente normal ou fora do padrão.
E esse é um privilégio que homens têm, embora muitos digam que a ditadura da beleza os afeta tanto quanto afeta as mulheres. A síndrome dos caras “feios” com as minas gatas na cultura pop é apenas uma entre muitas provas incontestáveis de que isso simplesmente não é verdade. Como muito bem disse William Leith, em um artigo do The Telegraph três anos atrás:
“Se você é mulher, uma enorme proporção das mulheres que são seus exemplos são lindas. Então, se você tem uma aparência normal, você se sente feia. E se você é meramente bonitinha, os homens se sentem no direito de comentar sobre como você não é linda.
Como um homem de aparência normal, eu me encontro em uma posição completamente diferente. Ser normal faz com que eu me sinta, bem, normal. Totalmente bem. Como se a minha aparência não fosse uma questão. Isso porque não é mesmo.
Como um cara de aparência normal, estou em boa companhia. Claro, alguns atores homens e celebridades são muito bonitos. Brad Pitt. George Clooney. Russell Brand. Mas muitos dos principais atores de Hollywood, assim como eu, são como os caras que você vê todo dia, na vida real. Russell Crowe, Kevin Spacey, Bruce Willis, Jack Black, Seth Rogen, Martin Freeman, Tom Hanks, Steve Carrell, Jim Carey, Will Ferrell, Vince Vaughn, Brendan Fraser…Na verdade, dá até para dizer que a maioria dos protagonistas são caras com aparência normal. (…)
Quando eu assisto o noticiário, em qualquer canal, ele é apresentado pela clássica parceria formada por um cara de aparência normal e uma mulher deslumbrante. Depois das notícias, assisto a previsão do tempo. Apresentador homem tem aparência normal, como outros homens. Apresentadoras mulheres parecem modelos. (…)
A mensagem pra mim, como homem, é: é o que você faz que importa, não a sua aparência. Mas como as mulheres se sentem? Posso apenas imaginar.”
Que fique bem claro que essa crítica não é uma questão de “realismo”, do tipo “até parece que essa mulher ficaria com esse cara na vida real”. O problema não é a presença de caras “feinhos” ou de aparência normal na mídia, mas a ausência quase que absoluta de mulheres assim na frente das câmeras.
A mídia e a cultura pop tem muito poder nas mãos. Como bem disse Nanette Braun, da ONU Mulheres, “a mídia cria uma visão de mundo que se entranha profundamente na percepção das pessoas de como as coisas são”. Rejeitemos, portanto, essa visão deformada da realidade que nos é vendida todos os dias.
Leia também Como a Falta de Mulheres em Hollywood Contribui para a Desigualdade de Gênero na Vida Real; e O Grande Erro do Novo Comercial do Boticário.
Maria Eduarda
March 18, 2016 @ 6:02 pm
Por isso que a série britânica My Mad Fat Diary é tão original, tão maravilhosa e capaz de gerar tanta identificação. Vale dar assistir!
Ivy Batista
March 21, 2016 @ 7:21 pm
Meu deus, achei essa série booooooooooring. A primeira tempora é ok, mas depois disso o roteiro não serve nem pra um filme medíocre de sessão da tarde.
Monique
August 4, 2016 @ 2:44 pm
Hair Spray também é um filme que quebra esse esteriótipo de protagonista surreal, e o filme é embasado em questões sociais, como o negro e a mídia.
Euclides
March 21, 2016 @ 12:06 am
O que vc tem como “homem feio” pode ser bonito pra outras mulheres, pare de colocar regras em sobre qual homem é bonito ou não.
Lara Vascouto
March 21, 2016 @ 1:06 pm
Oi Euclides! Por isso mesmo coloquei aspas em “feios”. 😉
Marco
March 21, 2016 @ 11:00 pm
Quer dizer que se eu usar as palavras “preto”, “viado”, “gordo” e “piranha”, sempre com aspas, não estou reforçando o que a autora chama de “um padrão misógino, racista, gordofóbico, etc”?
Lara Vascouto
March 22, 2016 @ 1:16 pm
Oi Marco! O uso de aspas exige sempre um contexto para que o significado do que está sendo dito possa ser inferido. No caso, as aspas usadas na palavra ‘feios’ serve para indicar que o significado da palavra que está sendo usado no texto é diferente do seu significado literal. E então, na leitura do texto você encontra o contexto, que deixa claro que a palavra ‘feios’ está sendo usada com o significado ‘fora do padrão de beleza’. Porque, como todo mundo sabe, também existe um padrão de beleza para homens. A diferença está no nível de cobrança e no que significa para homens e mulheres não se encaixar nesses padrões. Obrigada pelo comentário! 🙂
Ivan vie
February 19, 2020 @ 9:03 pm
Lara gostei muito dos seus textos e li vários de seus textos e acredito que a libertação masculina só pode vir com a libertação feminina,todavia em vários de seus textos percebi que você fala que a opressão e o julgamento é sempre pelo masculino ,não quero dizer que isso trata de uma vitimização,mas quero saber que parte as mulheres tomam nessa sociedade patriarcal ou elas são simplesmente a vítimas a mercê da percepção e relação dos homens com elas. Gostaria muito que e vc respondesse meu comentário ou fizesse mais um artigo falando disso. Gostaria de saber se não a nada que as mulheres fazem que por fim contribuem para essa sociedade machista,porque todo o homen saber quais suas ações estão sendo machistas é necessário e eu acho importante também para uma mudança de postura mas e o que a mulher pode fazer e quais mudanças de postura ela pode ter?Afinal um ovo é não é feito só de gema e uma sociedade não é feito só de homens, além de que vc tbm fala muito de come é realidade mas quais são as causas e as consequências (consequência até que vc fala bastante) e oque podemos fazer para mudar isso,eu acredito que o machismo corre o sério risco de se tornar que o racismo no Brasil,de fachada um dia todo mundo será feminista e acreditará na igualdade entre gêneros mas no fundo todo mundo será um pouco machista,semelhante aquela pergunta você é machista ? não você conhece alguém machista? sim, aí quando ver os dados todo mundo conhece alguém machista e ninguém se considera machista. e em que espectros políticos a defesa por igualdade se encontra?apenas na esquerda?e a igualdade ou a luta por ela só pode realizada por leis ou pelo anteparo do estado ?(eu sou liberal,mas beirando ao anarquismo então sou muito cético à coerção estatal e a moralização da sociedade por meio de leis)obrigado,seu trabalho é show para uma “mulher”(brincadeiras a parte eu dou glória a deus por nunca ter ouvido um comentário desse nível, certamente eu brigaria com a pessoa a não ser que essa fosse idosa ,por que agora sinceramente quando eu vejo um idoso ou uma idosa machista eu só sinto pena e dó pois não a nada que possa mudar mente desses tipos de individuos presos a sua época) e também queria saber se é possível uma mulher usufruir do machismo ao seu “favor ” e que ponto os movimentos feministas já foram contra isso?(se isso acontece né).Agora pronto ,parei de escrever chega .
Lela
March 21, 2016 @ 1:48 am
Sempre percebi isso também. Obrigada pelo texto.
Lara Vascouto
March 21, 2016 @ 1:06 pm
Que bom, Lela! Obrigada pelo comentário! 🙂
Melise
April 5, 2017 @ 1:30 pm
Ela quis dizer homens fora do padrão de beleza, qual é a dificuldade?
Isa
March 21, 2016 @ 4:39 am
Adorei o texto. Só uma opinião MINHA que discordo de você: O Corcunda de Notre Dame, pois a Esmeralda nunca se apaixonou por ele, ele se apaixona por ela. Ela desde o início tem ele como um amigo muito querido, e antes mesmo de conhecer o Quasímodo ela já tava piscando o zoínho pro Febo(que é um tão gato quanto a Esmeralda). E o pai da Merida é um homem bonito na animação, assim como a mãe dela, mas a figura dele passa um cara mais desleixado, mais bruto. Já a da mãe uma figura mais certinha, mais sensata e centrada.
Abraços.
Lara Vascouto
March 21, 2016 @ 1:13 pm
Tem toda razão, Isa! Incluí o Corcunda de Notre Dame não como um exemplo de cara “feio” com mina gata, mas como um exemplo de como a cultura pop reforça a mensagem da “beleza interior” como aplicável apenas no caso de homens. Quanto ao pai da Merida, claro que é uma questão de gosto, mas a diferença entre ele e a esposa é descarada, rs! Obrigada pelo comentário! 🙂
Leticia
March 21, 2016 @ 3:25 pm
Que lixo de texto, as comparações das imagens foram horríveis. Vocês dependem muito do externo para se sentirem bem hahaha. E sobre a mídia, é só parar de assistir, pare também de assistir filmes e séries e concentre mais nas pessoas a sua volta(que em grande maioria não são modelos). Ninguém depende de outra pessoa para se sentir bem.
carol
March 21, 2016 @ 8:46 pm
Leticia, não assistir os filmes que retratam essas situações ajuda, mas a cultura pop influencia todas as pessoas a nossa volta, cria tendências de comportamento, é impossível ficar imune, a não ser que fuja para uma ilha deserta.
E se você se sente bem e é imune a qualquer opinião alheia, dos amigos, família ou sociedade, das duas, uma: ou é totalmente dentro do padrão, ou deveria estar dando palestras milionárias ensinando como fazer isso.
L.
March 23, 2016 @ 11:18 pm
Que comentário raso, arrogante e (provavelmente) hipócrita. O ser humano é um animal social. Quando a sociedade ensina a todos que só algumas pessoas têm valor, há prejuízo real para aqueles que são excluídos do ideal, prejuízo que incide sobre toda e qualquer interação entre o indivíduo e outras pessoas. E isso não pode ser evitado apenas parando de assistir TV. Aposto um rim e meio que a senhora está mais incluída do que excluída no padrão aqui discutido.
Rhay
June 24, 2016 @ 7:06 am
Só um adendo sobre a questão da mãe da Merida, que eu vi muita gente dizer que o pai não é tão feio e blablablá como se achassem que nunca houve sexismo na criação do design dos personagens: a primeira diretora do filme é Brenda Chapman, que foi a primeira mulher diretora em vários estúdios, como a Dreamworks e a Disney, e Brave era o primeiro filme dela como diretora da Pixar, um projeto que ela criou se inspirando no relacionamento dela com a filha dela. O problema é que ela começou a ter diferenças criativas com o co-diretor, e a Pixar simplesmente demitiu ela e deu a direção pro cara. Ela ficou arrasada por ser desligada de uma projeto que surgiu do coração dela e, e pior, substituída por um homem. Quando um animador da Disney fez uma declaração pública uma vez dizendo que era difícil animar mulheres ‘pq elas tem que permanecer sempre bonitas mesmo passando por um amplo espectro de emoções’, a Brenda também se manifestou publicamente e disse que não se surpreende em nada pq o mundo da animação é um ‘clubinho de garotos’. Ela sempre faz declarações denunciando o sexismo dentro da indústria depois desse episódio. Acontece que uma das diferenças artísticas que ela teve com esse co-diretor era justamente isso, que ela queria fazer a mãe da Merida mais reconchuda, pra retratar o corpo de uma mulher de meia idade, mas ele não. Então se vocês tinham alguma dúvida de que a personagem tem essa beleza desnecessária por sexismo, não tenham mais.
Lara Vascouto
June 24, 2016 @ 5:47 pm
Rhay, quero te dar um abraço por esse comentário! Obrigada!! <3
JLUCAS
August 19, 2018 @ 8:08 pm
Caraca, chocado, não sabia que tinha sido por isso, mas faz todo sentido. pra mim a pixar sempre foi feminista já que suas personagens femininas sempre foram muito bem construídas, ou com presença e importância (desde vida de inseto). Mas já percebi a tal síndrome com senhor incrível e mulher elástica, mike wazowsky e Sally, esse da lista, linguini e colette ou Carl e ally. Sendo que no caso do primeiro e do último eles talvez tenham tentado dar uma desconstruídazinha, apesar de não ajudar muito no resultado final. Tipo nos incríveis dá pra dizer que a Helena tem aquele corpo perfeito por causa dos poderes dela, e ainda mostra o beto se exercitando insatisfeito com sua aparência, mesmo que ele tenha continuado gordinho e não se importado com isso. E no up assim como mostra a ally indo de feia pra bonita quando eles se casam também mostra o carl entrando no padrão ao ficar magro, apesar de continuar “feinho”. É como eu disse, dão uma desconstruídazinha mas nem tanto.
Daniel Maia
March 21, 2016 @ 3:27 pm
É difícil comentar algo de um universo tão específico – quando não se faz parte dele.
Mas eu e minha barriga temos lutado por anos pra conseguir encontrar um “contentamento interior”. Ou seja, mesmo sendo homem, também rola esse tipo de coisa. Não me sinto em condições de mensurar isso pra poder comparar com o que sofrem as mulheres, mas acumulo anos sem desfrutar plena e despreocupadamente uma piscina ou praia.
Minha única observação no texto é o “‘há’ três anos ‘atrás'”.
Zeus
March 22, 2016 @ 9:52 am
É, bora proibir as menininhas de assistirem tv, filmes, tudo. Essa é uma maneira bem prática de impedir as mulheres de ter uma péssima auto imagem. Mas também tem de por venda nos olhos quando forem na rua, pra não verem propagandas. (Ironico)
E mano, você realmente acha que o fato de a maior parte das mulheres que vemos na mídia são dentro dos padrões definidos como “gostosa” não influenciam na maneira como as pessoas se vem?
Se você faz uma prova e tira 8, po, é uma nota legal. Mas e se te falarem que todo mundo (é uma mentira) tirou 10, vai se sentir mal, burra, sl. E não é vdd.
Mila
March 21, 2016 @ 4:54 pm
Aquele filme “O Amor é Cego” ilustra bem isso. Os protagonistas masculinos, dois homens considerados feios, só querem se envolver com mulheres deslumbrantes. Um dos personagens resolve dar um pé numa menina linda, apenas por ela ter o dedão menor que o outro dedo. Inclusive, um dos personagens cita que eles são caras normais que só se envolvem com mulheres perfeitas. O filme só desenrola quando o personagem do Jack Black enxerga a Gwinelth Paltrow numa mulher obesa.
Outra coisa que me incomoda bastante é que vários desses filmes a melhor amiga esquisita (nem precisa estar fora dos padrões) apaixonada em segredo pelo protagonista, este, por sua vez, é apaixonado loucamente pela menina mais bonita da escola. À amiga só resta o papel de: a) aceitar a friendzone e ajudar o amigo a ficar com a menina bonita b) Passar pelo makeover e chamar a atenção c) Quando o protagonista percebe que a popular nem é isso tudo e resolve dar uma chance para a amiga da friendzone.
Dayanne Soares
March 21, 2016 @ 6:33 pm
Tá, mas tiveram a b r i l h a n t e ideia de fazer Corcunda de Notre Dame 2 (o retorno rsrsrs) e lá eles arranjam uma mina linda que se apaixona pelo Quasímodo. Você só não acertou no filme, mas a crítica foi certeira. 😉
Pandora
March 31, 2016 @ 5:55 pm
Que comparação boa essa das notas. Acho que resume toda a ideia do texto. Parabéns.
juliel
March 21, 2016 @ 6:52 pm
Indico a novela Yo so Betty, La fea. Pois foi a pioneira nesse assunto.
Para quem assistiu com atenção percebeu q, no fim das contas, pouco importava se ela mudasse o não o visual. Foi uma mudança interna e a forma como encarava a ela msm.
O “feio” da estória eram as atitudes das pessoas, e como refletiam na construção da baixa autoestima da protagonista.
Enqt as pessoas belas da trama, possuíam atitudes feias. Penso q dps desse estrondoso sucesso colombiano, muitos autores beberam da “fonte” mas acabaram pecando no embelezamento extremo e colocando a mudança de aparência como chute inicial para a mudança.
Sendo q, na novela original, a repaginada era consequência e não necessidade primeira. Apenas reflexo da quebra do alívio do peso de alguns preconceitos trazidos de casa. Onde uma moça de beleza “normal”, sem nenhuma esbelteza angelical, não permitia-se explorar sua vaidade. Seu pai smp dizia “o diabo é porco!” ou seja, “a vaidade é coisa do diabo”.
Evandro Oliveira
March 21, 2016 @ 7:29 pm
Faz bastante sentido quando pensamos em filmes como arte. Infelizmente muitos artistas vão descobrir isso bem tarde: no século XXI, arte não passa de – mais – um produto.
Enquanto o público-alvo feminino vai optar pela estória ou pela mensagem do filme, o público masculino vai dar muito mais peso ao apelo visual. Inverter os requisitos (moça comum, homem bonitão) vai gerar pouco impacto positivo no público feminino e muito impacto negativo no público masculino.
Queria deixar bastante claro que, quando me refiro à arte/produto estou falando do filme, a produção em si, não dos artistas, homens ou mulheres, que o compõem.
Sinceramente, mas aí é opinião pessoal, não consigo me recordar de nenhuma garota do tempo que “pareça uma modelo”. Talvez seja justamente o makeover – que só é reforçado na jornalista mulher – passe essa impressão de cara normal VS apresentadora modelo.
Um último ponto, pedir pela oferta (mais filmes com caras bonitões contracenando com atrizes comuns) eu acho válido. Mas, depois que isso acontecer, forçar a demanda eu discordo. Vai cair no mesmo caso de vc ser “gordinha” e não encontrar pretendentes e reclamar de gordofobia.
Ju
March 22, 2016 @ 2:38 pm
Também me lembrei de Betty, a feia. Ótimo comentário! E ótima novela!
JLUCAS
August 19, 2018 @ 8:37 pm
O ideal seria poder ter um equilíbrio, vários filmes de casais diversos ou padrão para não ficar devendo para nenhum público, isso eu digo sem considerar noções sobre o que é agradável para o estúdio, considero só o bem social. Transformar tudo em marketing e querer só quem atenda ao novo padrão pode ser perigoso porque acho que leva ao radicalismo, quando o objetivo é dizer que “falta de aparência” não é o fim do mundo, exatamente como fazem para nós homens. Pra mim, por exemplo, é possível se identificar com um galã como o star lord e querer ser como ele, ao mesmo tempo que têm caras feios como o justiceiro pra dizer que beleza não importa se você for bad ass, ou como o shrek que é engraçado e carismático, seguindo a máxima de vários outros. Desses dois exemplos entre as meninas eu acho que conheço a fiona, que quando fica feia continua bad ass, as personagens de pantera negra que são bem fora do padrão e são fodonas, e a bean da nova série desencanto da Netflix que luta, é engraçada e não é esteticamente perfeita, e também é pegadora, o que ajuda a desconstruir essa idéia de que “mulher não pode gostar de transar com pessoas diferentes pois se gostar é puta”.
sandra
March 22, 2016 @ 3:15 am
ótimo texto! também me lembrem de Penny e Leonard no The Big Bang Theory.
Natália
March 22, 2016 @ 3:55 am
Amei o post, eu já havia notado mas não tinha conseguido defenir os parametros tao bem para categorizar como um fenomeno. Mas é. O pior é na cultura nerd! Não são alguns ou a exceção, são todos os filmes e séries nerds. Sempre um cara esquisito, feio, fora do padrao ou mesmo normal demais e uma garota maravilhosa super perfeita que ele “consegue” como um trofeu. O unico casal que escapa é sheldon e amy e ainda assim ensaiam makeovers nela o tempo todo.
Continue com o blog, ele está lindo e você escreve super bem!
Lara Vascouto
March 22, 2016 @ 7:42 pm
Bem lembrado, Natália!
Muito obrigada pelo comentário e pelo apoio! 😀
Diego
March 22, 2016 @ 5:14 am
O oposto também acontece, mas é menos “naturalizado”, se dá pra mencionar alguns exemplos, os 2 “Hairspray” e “O Amor é Cego” (Jack Black não é exatamente um cara “bonitão” mas é bem bacana o que o filme questiona, como os homens tem expectativas altíssimas com mulheres quando sequer podem exigir), e acho que em “Shrek” tem uma ironia pq no fim os 2 ficam “feios”
Tem alguns pontos que eu não concordo, quando você menciona “Wall-E” por exemplo, é suposto que a EVA seja mais “high-tech” (inclusive ela foi inspirada em produtos da Apple) por vir de um ambiente moderno, enquanto o Wall-E tenha esse aspecto de CPU velho por ser datado, é a união dos 2 que salva a humanidade (inclusive é pelo amor dos 2 que os humanos, todos sem exceção obesos, redescobrem o amor dentro deles), eu acho esse filme lindo
Emanuelle Bezerra Silva
March 22, 2016 @ 2:30 pm
Sim, existe essa síndrome. Mas no seu primeiro parágrafo sua análise está equivocada. A Fera vira um príncipe lindo, mas sim a mensagem é “beleza interior”, pq foi por isso que a Bela se apaixonou. Em o Corcunda de Notre Dame, a esmeralda se a´paixona pelo policial. O Quasimodo era só um amigo. Alguém de quem ela tinha compaixão.. Ele é que se iludiu com ela, pois ela era a única olhar para ele como humano. em Sherek, ele sabe que não tem a mínima chance co ma princesa e que está fazendo o trabalho sujo pra um príncipe ganhar os louros. Mas, ela se apaixona por ele por saber que é uma igual a ele. e a mensagem é que existe amor nas imperfeições. Acho que deveria rever a interpretação,pois a tendência a vermos confirmação em algo que já acreditamos é semrpe grande. já analisar antropologicamente é diferente. Sim o fenômeno existe pq é um espelho da sociedade.
Lara Vascouto
March 22, 2016 @ 7:39 pm
Oi Emanuelle! Concordo totalmente com você em relação a esses filmes. No caso, eles entram no texto como exemplos de como a cultura pop reforça a mensagem da “beleza interior”, mas como aplicável apenas no caso de homens (porque os personagens com aparência fora do comum ou desagradável que a gente tem que relevar são homens). Concordo com você, também, quando diz que o fenômeno é um espelho da sociedade. A mídia de fato reproduz ideais machistas presentes na sociedade – sendo um deles a expectativa de que beleza define o valor de uma mulher -, mas ao fazer isso ela também os reforça para as novas gerações. A proposta é que a mídia se posicione contra esses ideais machistas e, com isso, ajude a quebrar o ciclo. Obrigada pelo comentário! 🙂
willian
March 22, 2016 @ 3:03 pm
se a mulher for “feia”, o filme é indie, pode ver
Ni
December 14, 2016 @ 1:25 am
Pqp, tudo tem que ser reexplicado, tá díficil isso aqui en?
Juca da Silva Sauro
March 22, 2016 @ 5:20 pm
Sua crítica não faz sentido nenhum. O anti-herói cômico é por definição o oposto patético daquilo que a sociedade admira. Ele é feio, covarde, banana, etc. Esse arquétipo existe assim desde a comédia grega.
Depois, você parece achar que quando um escritor cria um personagem ele tem que pensar em satisfazer a Lara Vascouto, e preocupar-se se ela vai se identificar ou não com a heroína, em vez de simplesmente contar uma estória que lhe deu na telha.
Jade
April 4, 2017 @ 1:02 pm
Que comentário mais arrogante, senhor Juca! Claramente o senhor não entende patavinas de crítica de mídia feminista. O propósito aqui não é agradar a srta Lara Vascouto, até porque ela não está partindo de premissas pessoais e individuais para a crítica e sim de premissas sociais.
É fácil partir para o ad hominem quando não se pretende sequer refletir sobre a ampla presença de homens com aparência e atitudes dentro do espectro normal e acompanhados de mulheres deslumbrantes porém nem todas profundamente tratadas. O senhor se utiliza do argumento da vontade do roteirista mas está sendo ingênuo ou hipócrita se nega que todos esses são vontades estritamente individuais sem nenhum respaldo social.
Curioso esse fenômeno. Em vários filmes, peças publicitárias, séries e até telejornais se repete isso né? Mas segundo o senhor Juca é apenas uma vontade individual, nada influenciada em papéis de gênero.
Leila
March 23, 2016 @ 6:06 pm
O ruim é que sempre que colocam uma mulher fora do padrão ou normal na mídia, o público vai lá e reclama da aparência dela. Isso pode ser observado em cantoras como Lady Gaga e Lorde, que por mais talentosas que sejam, sempre vai ter uma grande parcela de pessoas que vai dar pitaco na aparência delas. Nunca (ou quase nunca) vi isso acontecer com artistas homens…
Gabriela Guedes
April 5, 2016 @ 8:32 pm
oi lara. primeiramente: que texto incrível! então, queria recomendar o filme “the duff”, que quebra muito essa de que uma mulher precisa sofrer uma “makeover”. Sim, o filme pode parecer meio tosco, coisa de high School adolescente e tal, mas deixa uma mensagem do caramba no fim. Sem spoilers, vai que você interessa a se assistir haha, mas é importante que VEJA ATÉ O FINAL.
beijos
Charles Lindberg
April 7, 2016 @ 10:10 pm
WALL-E É LINDO! </3
Débora
April 8, 2016 @ 10:05 pm
Outro filme que se encaixa perfeitamente neste assunto é o “Segurando as Pontas”. No filme o personagem do Seth Rogen (de novo ele só pra variar) namora uma menina extremamente linda, só que ainda existe um agravante, a menina é menor de idade tem 17 anos e ainda frequenta a escola!!!
O Personagem do Seth inclusive “foge” do trabalho para dar uns amassos na garota bem no meio do corredor da escola na frente de todos, e o personagem dele é um cara totalmente babaca, fracassado profissionalmente e que passa o dia inteiro fumando maconha, ou seja, neste caso nem aquela falácia de “garota interesseira” funciona. Não existe absolutamente n.a.d.a ao longo do filme inteiro que explique porque uma menina jovem (e bota jovem nisso) e bonita estar com um maconheiro babaca como é o personagem do Seth.
Luisa
May 3, 2016 @ 5:31 pm
Como eu não conhecia esse blog ainda, minha deusa? Tô aqui lendo um texto atrás do outro e dando pulinhos de alegria por dentro de me sentir tão representada nos seus textos. Obrigada. ?
Lara Vascouto
May 3, 2016 @ 10:44 pm
Obrigada você, Luisa! E seja bem-vinda! 🙂 <3
Paulo H.
June 1, 2016 @ 11:46 am
Odeio tanto a palavra machismo como a palavra feminismo, pois nenhuma delas busca igualdade, mas sim superioridade. A mídia realmente molda o mundo, mas aqui nos textos deste site sempre há uma generalização em prol de um feminismo e contra o machismo, qual o problema de uma mulher bonita namorar um homem feio? Ou vice versa? Mulheres que só tem beleza e nada mais n vale nada e vão encontrar pessoas a sua altura, pessoas com alto grau intelectual não buscam apenas beleza,mas alguem com quem possa contar ser companheiro, homens feios podem ser inteligentes demais e conquistar qualquer mulher, bonitas, feias, mas irá buscar o que melhor o agrada, um conjunto, eles sabem agir no inconsciente das mulheres e fazer o que mais as agradam, mulheres dificilmente conquistam os homens principalmente as bonitas, elas apenas seduzem um sorriso um olhar uma roupa, mulher dificilmente é atraida pela beleza de um cara se ele só tem merda na cabeça, mas algumas irao se apaixonar pelo bonitao de merda na cabeça , e vários irao se apaixonar pela mulher que só tem um corpão apenas pela imagem. são coisas que não da pra generalizar sinceramente quem prega demais o poderes de seus generos são pessoas mal amadas que possuem problemas, traumas psicológicos desde seu berço e levando para uma vida toda, o inconsciente gera essa revolta, me pergunto se a autora do texto teve traumas ou decpções com homens, pois sinto raiva e ódio em qualquer texto deste site. Existem casos e casos, creio que se fazer uma pesquisa irá encontrar outros filmes contrários ao tema do texto, é como uma bíblia, pode se encontrar tanto o bem quanto o mal, basta encontrar os capítulos e versículos corretos assim induzir alguém.
Lara Vascouto
June 1, 2016 @ 12:51 pm
Oi Paulo! A única resposta que tenho pra você é: procure estudar sobre o que está falando antes de expressar sua opinião. Eu começaria buscando saber – de fontes legítimas – o que é feminismo. Obrigada pelo comentário!
OBS: Tive a sorte de só ter tido namorados ótimos na vida. Além disso, sou casada com um homem – e muito feliz com ele (não que eu te deva nenhuma satisfação da minha vida pessoal).
Rafael
May 26, 2017 @ 1:21 am
Acho que a maior parte das celeumas se resume à falta de uma definição correta dos termos.
– misoginia – ódio ao sexo feminino
– machismo – o sexo masculino é superior
– feminismo – os sexos são iguais
– femismo – o sexo feminino é superior (esse sim é o antônimo de machismo)
– misandria – ódio ao sexo masculino
E outra, o que ela falou é verdade inexorável. eu sempre vi as meninas sendo doutrinadas a olhar para o “interior” dos meninos (e os filmes contribuem muito com isso), enquanto o contrário não acontecia. e eu me coloco como produto dessa doutrinação! eu sou um cara mais-ou-menos-para-menos e queria que as meninas olhassem para minha “beleza interior” (que eu nem tinha, na verdade. eu era muito é babaca, mais do que sou hoje, inclusive). mas, em retrospecto, eu vejo que todas as meninas por quem eu me apaixonei eram lindas em absoluto, e não apenas aos meus olhos (algumas até eram babacas). e eu nunca olhava com os mesmos olhas para a menina apenas “gente boa”. elas eram o “prêmio de consolação”. e não tem como dizer que a mídia não ajudou a moldar a mim e a outros tantos homens. isso foi queimado na nossa eprom desde sempre.
Cristina Braga
June 6, 2016 @ 6:51 pm
Lara, parabéns pela análise e pelo Blog! Virei fã!
” O problema não é a presença de caras “feinhos” ou de aparência normal na mídia, mas a ausência quase que absoluta de mulheres assim na frente das câmeras”. É isso! 😀
Lara Vascouto
June 7, 2016 @ 12:46 pm
Obrigada, Cristina! 🙂
Katia
October 18, 2016 @ 12:51 am
Parei de ler no machismo e feminismo pregam superioridade.
Explicar o ABC tem que ter muita Boa vontade. E isso tem de sobra nas respostas dadas aqui pela autora 🙂
Rodrigo
October 17, 2016 @ 6:10 pm
Eita, que texto perfeito! Exatamente o que ocorre. Holywood SUCKS.
Raíssa
October 17, 2016 @ 6:57 pm
Lara,
Primeiramente parabéns pelo texto, uma excelente reflexão. Não só bem embasada como divertida. Adorei.
Em segundo lugar, só posso imaginar o quão difícil deve ser ter que ler e responder de forma tão educada alguns desses comentários, alguns puramente grosseiros e outros que nem se deram ao trabalho de ler o texto. Uma verdadeira inspiração.
Virei fã.
Felipe
October 17, 2016 @ 8:48 pm
Certo….vamos lá . ” E isso, meus caros, é algo com o que homens nunca precisam lidar (apenas mais um em uma longa lista de privilégios que eles têm apenas por serem homens). ” Então você quer dizer que nos filmes que você citou, escolhidos a dedo para se encaixar em sua teoria, o homem não “precisa” ser bonito para atrair as mulheres ? Espero que você não esteja querendo dizer que “não existe industria da beleza masculina” Porque existe e vocês mulheres consomem e incitam isso também de diversas formas. Um detalhe que você deixou de lado, a maioria desses homens (talvez com exceção do Wall-E) “feios”, são bem sucedidos, “e isto minhas caras , é algo que as mulheres nunca precisam lidar”. Essa cobrança de ser bem sucedida não existe nestes filmes, da mulher é cobrada a beleza e do homem fatores como dinheiro, coragem, força, serem engraçados, serem atenciosos ( O “feio” rei do desenho Valente em teoria devia mandar no local, mas quem apita as coisas é a mulher dele, fisicamente ele é MUITO mais forte que ela, porém, ela a respeita por gostar e valorizar ela como mulher). Em nenhum momento estes fatores “são” cobrados da mulher, algumas personagens tem e outras não. Só vocês sofrem hein mulheres…….
Lara Vascouto
October 17, 2016 @ 9:19 pm
Oi Felipe! Homens também sofrem pressão para estar no “padrão”, mas não estar no padrão tem consequências e pesos diferentes para homens e mulheres. Te recomendo pesquisar duas coisas: tripla jornada feminina; e números sobre quem movimenta a indústria de cosméticos, tratamentos estéticos e cirurgias plásticas. Aproveita pra verificar também quem mais sofre com distúrbios alimentares.
Uma observação: a maioria das pressões “próprias” que homens sofrem também são resultado de machismo. Dá uma olhada nesse texto aqui ó: 7 Estereótipos Masculinos que Hollywood Precisa Parar de Usar – http://nodeoito.com/estereotipos-masculinos-hollywood/
Obrigada pelo comentário! 🙂
Albuquerque Ton
October 18, 2016 @ 1:45 am
Excelente texto! Achei todos os exemplos citados bastante válidos, pois senti que estavam SIM no contexto apresentado (menos o Notre-dame, mas ai ia virar ooooutra conversa que é melhor deixar pra mais tarde) afinal de contas, os filmes estão sendo feitos aos montes pra serem assistidos, e muitos trazem mensagens boas ou ruins, e devem ser discutidos sim! Maravilha de site, já está entre meus favoritos! <3
Guilherme Almeida Pascon
October 18, 2016 @ 2:33 am
Em ‘O Terminal’, Tom Hanks não termina com a Catherine Zeta-Jones.
E problematizar com Wall-E, sendo que eles são robôs, nem possuem sexo, possuem só nomes. E mesmo assim nada impede que a inteligência artificial de ambos não se sintam de sexos opostos ao intuito dos quais eles foram criados.
Aldo
October 18, 2016 @ 3:32 pm
Entendo seu lado com relação as mulheres, mas como homem não vejo privilégio algum, sei que muitas séries e filmes colocam o cara como legal e a mulher como a super atraente. Digo que muitos outros colocam os caras fortes, bonitos e bem definidos como os fodas e os outros são basicamente os nerds sem muito a oferecer, ou colocam os caras legais como ricos que podem pagar/fazer tudo e os pobres como uns zé’s. Isso reflete muito na auto estime de muitos caras também.
Enquanto o homem tenta frequentar muitas vezes sem querer a academia, tenta comprar coisas “a cima do preço” (dinheiro que nem tem em alguns casos), frequenta psicólogos por se sentirem fracassados (“que mulher vai me querer se não consigo nem sustentar a casa?”) ou se sentem fracassados por não serem os caras legais dos filmes ou mesmo por não serem os caras bonitos e que chamam a atenção pelo corpo e etc …
Obs: Só fiz a observação porque na realidade vejo muito dessa indústria como prejudicadora da sociedade no geral: homens, mulheres, crianças, idosos e etc.
Kaji
October 19, 2016 @ 10:55 am
Sou aficionada por cinema e sempre amei comédias românticas, e por causa de tudo isso que você disse eu posso dizer que: as comédias românticas estragaram minha vida. Muitas pessoas sobrevivem de filmes séries e desenhos para fugir ou sobreviver a realidade que elas não se encaixam e isso acaba moldado muita coisa em nós. Muitas garotas como eu se sentiam feias e gordas e torciam pra que acontecesse com elas o que acontece nesse filme. Ótimo texto.
bulinado
October 19, 2016 @ 12:41 pm
Anos e anos de luta feminista sobre multiplicidade da beleza pra vir falar de padrão de beleza masculino? Não é igualdade de gêneros? Pq q homem também tem que ter o padrão de beleza?
Passei minha vida escutando de quem eu curtia que “nao gostava de homem gordinho”, ou saber que não tenho chance com alguém simplesmente por que a pessoa era bonita e eu não.
E na falta dos artifícios femininos de embelezar, os caras que não estão nos padrões tem que se contentar em só “ser apresentável”.
Lanika
October 26, 2016 @ 9:49 pm
O texto apareceu para mim como relacionado em outro post e fiquei pensando que em alguns casos um ou outro roteirista consegue encaixar uma inversão nos tropes como em Tá Chovendo Hambúrguer onde a linda garota do tempo é uma meteorologista formada mas sofre com a pressão de “parecer bonita” para conseguir aparecer na TV e quando o personagem esquisitão a pede para mostrar como ela “é” de verdade ela prende o cabelo e coloca óculos. E ele a acha linda assim.
Obs. : O Shareaholic está exibindo posts nadaver com o tema do blog como “solução mágica para evitar as rugas” e “perca peso com essa dieta milagrosa”
Wally
November 1, 2016 @ 2:26 pm
Belo artigo
Alexandre
November 1, 2016 @ 7:59 pm
Lara, esse padrão está até nos desenhos. Em quase, senão todas as famílias da Hanna-Barbera até Simpsons.
Favoritos dos últimos tempos: documentários, ansiedade e vulvas | Teoria Criativa
November 28, 2016 @ 12:00 pm
[…] Beleza Interior? A Misteriosa Síndrome dos Caras “Feios” com Minas Gatas na Cultura Pop: Um post extremamente pertinente sobre uma das coisas que me incomoda na indústria tanto cinematográfica quanto de séries. […]
Rafael
May 26, 2017 @ 1:12 am
O exemplo mais podre que eu vi desse fenômeno que alguns tentam negar é o seriado Love, da Netflix. A primeira temporada é baixa, e o primeiro episódio da primeira tornou o seriado, na minha opinião, impossível de continuar assistindo. Mesmo não sendo mulher eu fiquei realmente puto com a estória! E no final, bingo!, a série foi escrita por três homens e uma mulher.
mARCOS
July 4, 2017 @ 11:26 pm
É BOM LEMBRAR QUE ESSES CARAS NORMAIS QUE VC DIZ SÃO SEMPRE BRANCOS, NUNCA NEGROS, INDÍGENAS AS VEZES ATÉ ASIÁTICOS MAS COM TRAÇOS MAIS EUROPEUS, ACHO QUE ESSE PADRÃO DE BELEZA AFETA TODOS NÓS
Lais
December 3, 2020 @ 2:52 pm
Uma coisa que dá pra identificar em algumas dessas imagens, além da questão da beleza, é que a maioria dos homens parecem ser mais velhos que suas esposas. Reforçando o fetiche influenciado pela pornografia, e mídia do homem velho com uma mulher jovem.