8 Estereótipos Racistas que Novelas Brasileiras Precisam Parar de Usar
É raro ver personagens negros que não estão em situação de inferioridade social, intelectual ou cultural na televisão brasileira.
De acordo com o IBGE, 54% da população brasileira é negra. Curiosamente, porém, apenas 10% dos personagens em novelas de maior alcance (isto é, novelas da rede Globo) são interpretados por atores negros.
Que negros sempre foram minoria na televisão brasileira, qualquer pessoa honesta e com um par de olhos consegue enxergar. Mas quão profunda é essa exclusão e falta de representatividade? Recentemente, o GEMAA – Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa, do IESP da UERJ – respondeu exatamente essa pergunta ao publicar a pesquisa Raça e Gênero nas Novelas dos Últimos 20 anos, com uma análise em números da participação negra em telenovelas da Globo.
Ah, mas isso está mudando! – alguém aí está falando. – Hoje em dia tem muitos atores negros trabalhando!
Será? Em 2009, a Folha de São Paulo trouxe um artigo falando sobre um aumento de representação negra na televisão. Naquele ano, a Globo teve três atrizes negras como protagonistas em três de suas novelas – um verdadeiro marco na história da emissora. Com tempo, é possível encontrar artigos semelhantes que trazem outros marcos da representatividade negra na televisão brasileira em momentos variados dos últimos cinquenta anos, muitos com um tom esperançoso de “agora vai!”.
Mas o que uma análise mais ampla como a da GEMAA nos mostra é que esses marcos, embora significativos, não chegaram a influenciar as produções subsequentes. Não tendo promovido mudanças duradouras, esses marcos podem ser entendidos, na verdade, como exceções.
Em números.
A pesquisa também revelou o quão limitada a rede Globo se mantém nas suas escolhas. Entre 1994 e 2014, apenas 4% das protagonistas foram interpretadas por mulheres não-brancas, sendo que apenas três atrizes se revezaram para interpretar essas personagens.
E como se não fosse ruim o bastante, tudo isso fica ainda pior quando levamos em consideração que tipo de personagem os atores e atrizes negras são continuamente escalados para interpretar. Assim como no caso das três novelas globais que trouxeram protagonistas negras em uma mesma temporada, os casos em que um personagem negro não é apenas uma reprodução de estereótipos racistas são também exceções. No grosso das vezes, negros ocupam papéis secundários e terciários, e quase sempre são retratados em situações de inferioridade social, intelectual e cultural.
Só olhando informalmente as páginas de personagens das novelas atuais da Globo, contei um total de 207 personagens com nome. Entre eles, apenas 29 são aparentemente negros. E entre estes, 16 são identificados como empregadas domésticas, escravos, ex-escravos, prostitutas, fanfarrões ou fiéis amigos de personagens brancos de maior destaque. Agora no final de agosto vai estrear a nova temporada de Malhação, que pela primeira vez trará uma atriz negra como protagonista. Mas adivinha: a personagem será faxineira.
Gabi Oliveira, do canal DePretas, fala sobre essa escolha e os estereótipos da mulher negra neste vídeo ótimo.
Tanto a falta de representação negra na televisão, como a sua representação estereotipada contribuem para reforçar o racismo e as desigualdades decorrentes dele na sociedade brasileira, promovendo continuamente a invisibilização e desvalorização da população negra.
Durante conferência do Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana Caribenha, que aconteceu em julho de 2014, em Brasília – a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis observou:
“Sempre que venho ao Brasil, assisto à TV para ver como o país se representa. Pela TV brasileira, nunca seria possível imaginar que sua população é majoritariamente negra. (…) Não posso falar com autoridade no Brasil, mas às vezes não é preciso ser especialista para perceber que alguma coisa está errada se a cara pública deste país, majoritariamente negro, é branca”.
Da mesma forma, a escritora moçambicana Paulina Chiziane criticou as novelas brasileiras durante sua participação na 1ª Bienal do Livro e da Leitura em Brasília, em 2012.
Se a forma e a frequência com que a pessoas negras são retratadas nas novelas contribui significativamente para reforçar as desigualdades e violências verificadas na vida real – lembrando que um jovem negro morre assassinado no país a cada 23 minutos -, então o contrário também é verdadeiro. Não há dúvidas do potencial que esse meio tem de promover mudanças positivas na sociedade se houver disposição e vontade para tanto. Cabe a nós repudiar os estereótipos e cobrar uma participação proporcional de atores negros à sua parcela na população. E para tanto, é fundamental conhecer os principais estereótipos racistas que a televisão brasileira parece incapaz de superar. Estereótipos como…
A Mãe Preta que Faz Tudo pelos Patrões Brancos
Baseada no arquétipo norte-americano conhecido como Mammy, a Mãe Preta costuma ser uma escrava, ex-escrava ou empregada doméstica (dependendo da época retratada na novela) que ama demais a família branca que serve e faz tudo por ela. Gorda, supersticiosa e cozinheira de mão cheia, não raro ela atua como ama-de-leite/babá das crianças da família, além de realizar todos os afazeres domésticos e fazer as vezes de conselheira da patroa e de seus filhos. Sua vida é servir, o que ela faz com prazer e muito bom humor. Ah – e como os brancos são muito bonzinhos, a Mãe Preta é sempre muito querida e considerada como um membro da família. E não dá pra ser racista se você considera sua empregada negra como parte da família, néam?
A Empregada Doméstica [Espevitada/Servil/Bisbilhoteira/Sedutora/Submissa]
Um dos únicos papéis que costuma ter de sobra para atrizes negras é o da empregada doméstica. E existem alguns sub-estereótipos clássicos de empregadas domésticas que as novelas costumam usar. Tem a empregada espevitada e irreverente, que vive fazendo graça e arrancando risos da patroa (e do público). Tem a empregada submissa e dedicada, que faz tudo pela patroa. Tem a empregada sensual e fogosa, que tenta seduzir o patrão. E tem também a empregada bisbilhoteira e maliciosa, cheia de mania de grandeza e más intenções.
Embora sejam superficialmente diferentes, no entanto, todas estão em posição subalterna. Sua existência gira em torna das personagens brancas a quem elas servem e, sem falha, todas são retratadas de forma inferiorizada, tanto social, como culturalmente.
O Fiel Jagunço
Como uma versão masculina da empregada doméstica, temos o Fiel Jagunço: um empregado negro muito leal e dedicado ao seu patrão branco. É mais comum aparecer em novelas que se passam no meio rural, mas não raro vemos esse personagem também no meio urbano, como guarda-costas, motoristas, secretários e ajudantes pessoais. Independente do cenário, uma coisa não muda: é um personagem que reproduz sem falhas a imagem do negro submisso, que só trata seus patrões brancos com amor, lealdade e dedicação, e nunca questiona a opressão que sofre. Até porque, da forma como as relações de poder entre brancos e negros são adocicadas nas novelas, essa opressão quase nunca é retratada como tal.
O Escravo
Além de empregados, os atores e atrizes negros também costumam ter emprego garantido em novelas de época no papel, é claro, de escravos. Além de ela reproduzir o estereótipo do negro em posição subalterna, o problema com esse tipo de representação é que em 99% dos casos essas novelas nos mostram uma versão café-com-leite da escravidão, com uma boa quantidade de açúcar, pra deixar a história bem docinha e palatável.
No excelente documentário A Negação do Brasil – O Negro nas Telenovelas Brasileiras, o cineasta e pesquisador Joel Zito Araújo reflete que esse tipo de novela traz uma releitura do comportamento dos escravos, na medida em que elas raramente retratam a resistência negra à escravidão e apresentam a abolição como um ato de bondade dos brancos. E quando não é assim, os personagens negros só aparecem para sofrer, ficando o foco todo voltado para os personagens brancos.
A Negra Fogosa e Sensual
A hipersexualização da mulher negra também é outra constante na televisão brasileira. Normalmente, ela se materializa em personagens rebolantes e luxuriosas, seres irresistíveis e insaciáveis que enlouquecem todos os homens ao seu redor. Sobre esse estereótipo, eu vou pegar emprestado um trecho do excelente artigo da historiadora Suzane Jardim sobre estereótipos racistas na mídia norte-americana. Ela explica:
“(…) na era vitoriana, tinha toda uma imagem da boa mulher e basicamente ela era européia e cristã — fim. Até que um dia europeus entraram em contato com mulheres africanas e atribuíram aquela semi nudez usada nos trópicos à promiscuidade. Se eles se deparavam com aldeias africanas onde poligamia era uma prática então… vish, obviamente as mulheres negras só podiam ter uma luxuria incontrolável e ainda por cima eram pagãs, logo, não deviam ter moral nenhuma — igual a Jezebel.
Mas claro que isso não era um problema pros homens europeus da época né? Afinal, se tem essas minas aí, elas não são de Deus e portanto não tem moral, elas tão sempre quase nuas e são insaciavelmente luxuriosas ENTÃO SUPER DE BOA transar com elas sem pedir ou usar o corpo delas como exibição.
Basicamente o grande impacto desse estereótipo foi o de que ele foi responsável por justificar o estupro e abuso sexual cometido à mulheres negras, afinal, seria “impossível estuprar mulheres tão promiscuas”. Teve um abolicionista (sim! um a b o l i c i o n i s t a) que dizia que ‘as mulheres escravas ficavam gratas com os avanços dos saxões’……………….. é………….
Mesmo depois da abolição, o estupro e o abuso não parou: o medo que mulheres negras tinham de denunciar homens brancos de estupro e abuso era justificado e a prática se manteve até hoje — a negra fogosa que tá procurando, sabe como é….Essa imagem sexualizada da mulher negra devoradora de homens como um contraponto da mulher branca comportada é amplamente usada na mídia. (…) A mulher branca permanece uma ótima esposa enquanto as mulheres negras se fixaram como as melhores amantes.”
O Malandro
O Malandro pode se manifestar tanto em personagens negros adultos como crianças, normalmente do sexo masculino. Atuando por vezes como alívio cômico, esse tipo de personagem gosta de dar uma de espertinho e dobrar as regras à seu favor. Ele é a cara do “jeitinho brasileiro” e não raro é habitante de favelas ou da periferia.
O “Negro Perfeito”
No artigo A Personagem Negra na Telenovela Brasileira: Alguns Momentos (REVISTA USP, n.48, 2000-2001), a historiadora e antropóloga Solange Martins Couceiro de Lima chama atenção para um estereótipo que foi se tornando cada vez mais comum nas novelas a partir da década de 1970. Diz ela:
“Desde os anos 70 as telenovelas têm apresentado personagens negros de certa projeção social, representados por bons atores, mas que não têm, na trama, história própria, nem família, nem núcleo social: são as personagens soltas. Estão nessa situação uma galeria de padres, juízes, promotores, donos de estabelecimentos comerciais, etc. O início desta pesquisa, como já foi dito acima, elege a novela Pecado Capital, na qual Milton Gonçalves, ator negro consagrado, representa um psiquiatra, com essas características mencionadas. Nas palavras do ator, em depoimento pessoal para a pesquisa, “o primeiro personagem negro de terno e gravata”, mas sem identidade própria, situação que permanece até os anos 90.”
O cineasta e pesquisador Joel Zito Araújo também reparou nesse personagem em sua pesquisa, e o apelidou de “o negro perfeito”. Por quê? Porque por não ter vínculos com sua origem e com outras pessoas negras, ele se afasta também de sua negritude e se torna, assim, muito mais aceitável ao olhos dos brancos.
O Negro que só Serve para Compor o Caráter de um Personagem Branco
E por último, mas não menos importante, temos aquele personagem negro (normalmente na condição de empregado), que só tem função na trama de ajudar a mostrar para o público qual é o caráter de algum personagem branco. Nesse caso, das duas uma: se o branco ajuda, defende, elogia ou é gentil com o negro em algum momento, então devemos entender que ele é bom. Se, no entanto, a simples presença do personagem negro é o suficiente para fazer o branco torcer o nariz e agir de forma escrota, então entendemos que ele é racista e, portanto, ruim. E se por acaso ele é abertamente escroto com o personagem negro, pode ter certeza que vai aparecer um branco ~bonzinho~ pra salvar a pátria e mostrar quem é o herói da história.
A descrição desse cena da novela Liberdade, Liberdade diz: Joaquina assiste tortura a escravo e se revolta. Ou seja, a cena é sobre Joaquina, não sobre os escravos que estão sendo torturados.
Seja como for, assim como na grande maioria das vezes que temos personagens negros nas novelas, é o branco quem realmente importa nessa história. Fica a pergunta, tão perfeitamente colocada pela ativista Stephanie Ribeiro recentemente: quando é que nem tudo será sobre pessoas brancas?
Aprenda mais com os textos e vídeos abaixo:
– Documentário: A Negação do Brasil – O Negro nas Telenovelas Brasileiras, em https://vimeo.com/95471812
– Infográfico: A Raça e o Gênero nas Novelas dos Últimos 20 Anos (GEMAA) –http://gemaa.iesp.uerj.br/publicacoes/infografico/infografico3.html
– Texto: Reconhecendo estereótipos racistas na mídia norte-americana, de Suzane Jardim, em https://medium.com/@suzanejardim/alguns-estere%C3%B3tipos-racistas-internacionais-c7c7bfe3dbf6#.3jynolzf8
– Vídeo: Colorismo, ser negro e os 3 mitos da mulher negra, de Nátaly Neri, em https://youtu.be/DGGaLz_NYDo
– Vídeo: 3 Estereótipos sobre Mulheres Negras que PRECISAM acabar!, de Soul Vaidosa, em https://www.youtube.com/watch?v=uwS9Bhbb5KQ&feature=youtu.be
Dicas de livros para se educar sobre o assunto:
Leia também 4 Estereótipos Racistas que Hollywood Precisa Parar de Usar; e Personagens Não-Brancos em Filmes de Fantasia – Vilões, Monstros ou Figurantes.
Elisa Raizler
August 3, 2016 @ 12:18 am
Seus textos são incríveis, esse não foi exceção, mas eu gostaria de trazer uma reflexão sobre a palavra “assexuada” no estereótipo da Mãe Preta que Faz Rudo Pelos Patrões Brancos. Primeiramente, para se referir a alguém que não sente atração sexual o certo é “asexual”. Ainda assim, não sentir atração sexual não é uma característica que marque a personalidade de alguém, o que me faz concluir que, nesse sentido, a palavra “assexuada” foi usada com o intuito de dizer que a personagem-exteriotipo não tem desejos próprios. O que é bem verdade, mas não deve ser colocado através da perpetuação da crença de que assexuais são pessoas sem personalidade ou vontades.
Lara Vascouto
August 3, 2016 @ 12:24 am
Bem observado, Elisa! Retirei a palavra do texto. Obrigada pelo toque!
Daiane Morrudo
August 3, 2016 @ 12:55 am
Lara, adoro os teus textos, e com esse não foi diferente. Só acho que tu poderias acrescentar o estereótipo do negro artista ou atleta, geralmente oriundo da favela/periferia. Lembrando que a sua arte está restrita à música, que por sua vez está restrita ao samba, funk, percussão, dança, etc. A série Mister Brau é um excelente exemplo. E no esporte segue sempre a linha futebol e capoeira.
Também esse assunto é gancho para a falta de produtores, autores e diretores negros. Não vejo sinal de mudança drástica enquanto na raiz de tudo for o olhar do branco (não negro) por trás das câmeras. Novamente cito Mistar Brau, que apesar de não ser novela, tem um modo operendis parecido. Fizeram uma série pretensamente empoderadora sobre negros com um idealizador branco (Jorge Furtado).
Ana
August 3, 2016 @ 7:36 pm
Excelente texto, adoro essas listas. Como escrevo ficção, uso essas listas como guia do que não fazer com meus personagens, e são muito úteis, pois, às vezes, percebo que estou reproduzindo um estereótipo sem nem mesmo perceber, de tão comuns eles são. Porém, fiquei com uma dúvida sincera: como escrever uma ficção de época (antes da abolição) sem ser racista?
Afinal, nessa época, os negros eram considerados inferiores, e os personagens brancos tratariam eles mal (até porque, se eu escrevesse um livro sobre 1700 no Brasil com negros sendo tratados normalmente, eu estaria minimizando os efeitos negativos da escravidão). Então como colocar isso sem ser racista, mas verossímil?
Julia
August 17, 2016 @ 1:31 am
Olá Ana! Não sou a autora da postagem, mas atualmente também escrevo ficções de época (a minha sendo em meados de 1800’s) e venho pesquisando bastante sobre como tratar tais temas. Acredito que o principal ponto que a matéria expõe é sobre quando, mesmo quando a história trata sobre personagens negros de alguma forma, tudo acaba sempre refletindo para o personagem branco.
Concordo com você que sim, seria muito inverossímil num ponto de vista histórico simplesmente ignorar o modo horrível e escancarado o qual os negros eram tratados nessas época, ou tentar deixa-lo mais “açucarado”. Seria até desrespeitoso e não era o que acontecia, de maneira alguma. É complicado sim, estamos muito acostumados a ver esses estereótipos e acabamos reproduzindo-os quase que inconscientemente. O mais importante é identificar os pontos da sua história em que eles aparecem, e trabalhar neles. Lembre-se que os todos os empecilhos que a população negra enfrentava eram lutas DELES que afetavam principalmente a ELES, e não de qualquer outro personagem branco (vulgo algo que cena da personagem Joaquina ignora completamente por exemplo). Tente explorar seus personagens, seu psicológico, seus interesses e paixões, suas motivações, seus conflitos internos e externos, dê a eles múltiplas dimensões, além daquelas simplórias e planas que esses papeis tão carimbados dão. Desenvolva seus personagens negros, porque escravos ou não, ainda que colocados pela sociedade racista em condição de inferioridade, eles não são menos seres humanos. E é esta constatação, um tanto quanto óbvia, que muitos criadores de conteúdo parecem ignorar, não os tratando como indivíduos complexos e dotados de tantos conflitos quanto os preciosos protagonistas brancos. Talvez, no final das contas, o problema também está em como esses estereótipos, além de ofensivos, são limitados, definindo toda a natureza de um ser humano complexo, e de um grupo que sofreu e ainda sofre tantos abusos, em um plano de menor importância.
Acabei fazendo textão kkkk Espero ter ajudado!
Beatriz Rego
August 4, 2016 @ 4:25 pm
Ainda me fazem uma novela chamada Escrava Mãe, francamente…
Márcio
September 18, 2016 @ 3:14 pm
Lara, belo texto, mas acho que um detalhe tem que ser revisto, como revi também o meu conceito. Não devemos mais usar a palavra “negro” como caraterização física de uma pessoa. O motivo se deve ao fato de que a palavra “negro(a)” tem um condão negativo – basta olhar seu significado no dicionário e o seu uso no cotidiano (lista negra, dia negro, magia negra, câmbio negro, mercado negro e etc). O ideal é usarmos a palavra preto(a) ou pardo para os tons mais claros. A palavra preto por exemplo, tem um aspecto positivo, como no caso de o dono chamar o carro de preto e não negro. Não sei se entende, mas acho que isso tem um grande significado, principalmente no aprendizado de uma criança.
Lara Vascouto
October 24, 2016 @ 12:22 pm
Obrigada pelo comentário, Márcio! Usamos os termos que são usados pela militância e mídia negra brasileira (tanto “negro/a” como “preto/a” são usados). Caso essa questão seja levantada por esses grupos e isso mude, com certeza mudaremos também. Um abraço!
Na pele de Lázaro Ramos – Ser Linguagem
February 19, 2018 @ 1:46 pm
[…] mais difícil a uma pessoa negra, no Brasil, acessar espaços de “privilégio”, como a TV, a Aldeota, o Iguatemi, e a universidade. E é essa história, a de exceção, que serve como fio […]
Eight racist stereotypes that Brazilian | Black Women of Brazil
October 24, 2018 @ 1:31 pm
[…] Source: Nó de Oito […]
Estereótipos racistas nas mídias – Folheto Expresso
June 17, 2022 @ 10:58 pm
[…] 8 Estereótipos Racistas que Novelas Brasileiras Precisam Parar de Usar […]