3 Filmes Despretensiosos que Desafiam Estereótipos Femininos em Hollywood
É possível fazer filmes divertidos e de grande bilheteria que não fazem uso de estereótipos femininos cretinos. Queremos mais, Hollywood.
Quando alguém fala sobre fortes personagens femininas no cinema, normalmente menciona personagens fodásticas como a Uma Thurman em Kill Bill, a Angelina Jolie em Salt, a Milla Jovovich em Resident Evil ou qualquer personagem que a Michelle Rodriguez já tenha algum dia interpretado.
Se sabe lutar/atirar/esfaquear/matar com maestria tá valendo.
Embora valha a pena pensar um pouco por que uma personagem feminina precisa assumir estereótipos tipicamente masculinos para ser respeitada ou considerada interessante, eu considero essas personagens muito bem-vindas. Afinal, elas subvertem um dos maiores estereótipos femininos da cultura pop: a da mocinha em perigo que precisa ser salva por um homem (e que é entregue a ele no final como um prêmio). Por esse motivo é tão redentor ver mulheres se virando sozinhas e provando que são capazes de causar tanta carnificina quanto homens para salvar o dia.
Pessoalmente, no entanto, eu gosto mais quando personagens que desafiam estereótipos aparecem quando a gente menos espera. E normalmente isso acontece em gêneros que praticamente têm como marca registrada o uso exaustivo de estereótipos femininos cretinos: comédias, comédias românticas, filmes familiares – enfim, filmes leves, divertidos e despretensiosos.
Foi pensando nisso que eu fiz uma singela lista (que você pode engrossar lá embaixo nos comentários, se quiser) com alguns desses filmes que surpreendem positivamente em termos de personagens femininas. Entenda, não é que eles são perfeitos (a falta de diversidade em todos eles é patente, por exemplo), mas sim que conseguem subverter alguns estereótipos femininos com sucesso. Filmes como…
*Atenção, SPOILERS abaixo
Legalmente Loira
A Trama:
O filme começa com Elle Woods, aparentemente apenas uma patricinha desmiolada, ansiosa com a perspectiva de ser pedida em casamento pelo namorado Warner, que em breve deixará a cidade para estudar Direito em Harvard. Suas expectativas desmoronam, no entanto, quando ao invés de pedi-la em casamento, Warner termina o namoro, afirmando que precisa de uma namorada mais séria. Elle decide então se candidatar a uma vaga em Harvard para poder ir atrás de Warner e tentar reconquistá-lo.
A Subversão
Eu sei, essa sinopse é capaz de fazer até aquele seu tio que não deixa a mulher dirigir achar que o filme pega pesado no machismo. Mas o legal de Legalmente Loira é que ele começa se armando para ser o filme mais machista de todos os tempos, apenas para passar os 86 minutos seguintes subvertendo cada um dos estereótipos femininos cretinos que montou.
Lembrando que primeiras impressões não são sempre corretas.
Em primeiro lugar, Elle é vendida como uma cabeça de vento interessada apenas em moda, beleza e em conquistar o namorado de volta, mas BOOM. Logo ficamos sabendo que ela é super inteligente e esforçada (fica a um pontinho de conseguir a nota máxima na prova de admissão para Harvard), a ponto de conseguir um estágio cobiçado na firma de um de seus professores.
Mas nem tudo são flores. Elle sofre muito bullying em Harvard por não fazer exatamente o estilo “intelectual”, o que dá a deixa para vermos outro estereótipo feminino surgir – o da Garota que se Transforma para Agradar os Outros. Felizmente, isso nunca acontece. Elle simplemente não se deixa abalar e continua nos seus objetivos sem nunca tentar mudar quem é para agradar ninguém. Aliás, embora muita gente tente convencê-la de que ela não é capaz, ela tem plena consciência de suas capacidades e nunca duvida de si mesma.
E nisso temos outra quebra de estereótipo. Mesmo sendo super confiante e ultra embonecada, Elle nunca é metida ou arrogante e nunca julga outras mulheres que não seguem o mesmo padrão estético que o seu, tendo sempre algo positivo e encorajador a dizer. Ela é também muito leal, sendo uma grande amiga para a manicure Paulette e a única pessoa a acreditar que a cliente da firma, Brooke, é inocente de assassinato.
E por último, temos a maior destruição de estereótipos de todo o filme, na minha opinião: Vivian, a nova namorada de Warner e rival de Elle durante boa parte do filme, acaba virando sua melhor amiga (e, felizmente, larga o babaca do Warner também). Rivalidade entre mulheres? Mulheres brigando por homem? Não aqui!
Se você vai deixar um babaca idiota arruinar a sua vida, você não é a garota que eu pensei que era.
Resumindo: esse é um filme que começa com uma mulher perseguindo o ex para tentar reconquistá-lo, e acaba com essa mesma mulher mandando o ex ir pastar e se formando em Direito em Harvard com honrarias, a antiga rival como melhor amiga e alguns ótimos conselhos.
Você deve sempre ter fé em si mesma.
Meninas Malvadas
A Trama:
Cady é uma adolescente que cresceu na África com seus pais zoólogos e nunca frequentou uma escola convencional. O filme começa quando a família de Cady volta para os EUA e ela entra na escola secundária local. Depois de fazer amizade com Janis e Damian, dois alunos não populares, Cady chama a atenção das garotas mais populares (e maldosas) da escola – apelidadas de As Plásticas (ou As Poderosas, na tradução em português). Aproveitando a oportunidade, Janis sugere que Cady se infiltre entre elas, com o plano de se vingar de Regina George, a líder da panelinha. Qual não é a surpresa horrorizada de todos, no entanto, quando Cady começa a, de fato, virar uma das Plásticas.
A Subversão
Entre as muitas comédias adolescentes, essa é uma das minhas preferidas. Ao contrário de Legalmente Loira, que mostra como as aparências e as noções culturalmente construídas sobre mulheres enganam, em Meninas Malvadas as personagens se transformam ou se reconhecem como estereótipos e aprendem, ao longo do filme, que ser um estereótipo é uma bosta.
Basicamente, o filme é o seguinte: 1) Cady é uma pessoa ótima, 2) mas aí passa por uma makeover/transformação (tanto física, como de caráter) para ser uma das Plásticas, o que 3) deixa sua vida significativamente pior e 4) faz com que ela magoe um monte de gente no processo, o que a leva a 5) perceber o que realmente importa e voltar a ser o que era (tanto fisicamente como em termos de caráter). Ah sim, e 6) todo mundo fica de boas um com o outro no final.
Preciso falar mais? Pra mim, esse filme é ótimo principalmente porque subverte o estereótipo mais típico de comédias adolescentes: o da Menina-Que-Só-Precisava-de-Uma-Makeover-Para-Ser-Feliz. Cady passa por uma makeover, mas isso só piora a sua vida – o que a leva, claro, ao ápice da subversão: quando, após ser nomeada a rainha do baile de formatura (vestindo o moletom da competição de matemática que acabara de ganhar, diga-se de passagem), ela vai lá e quebra a coroa.
E distribui os pedaços para o resto dos alunos.
Além disso, tem o tema principal do filme, claro, que é sobre rivalidade feminina. Apesar de falhar forte ao não abordar as causas profundas dessa rivalidade (dica: tem a ver com machismo), o filme trabalha para mostrar que ela só trabalha contra nós…
Vocês precisam parar de ficar se chamando de vadias e vagabundas. Isso só faz com que seja ok que homens as chamem de vadias e vagabundas.
…e que nós temos muito mais em comum do que imaginamos, mostrando que a união entre as mulheres é o caminho.
É só que eu tenho muitos sentimentos.
E para finalizar, toda a historinha da Cady com o Aaron, em que ela finge ser ruim em matemática para chamar a sua atenção, ensina uma valiosa lição: nenhum homem vale a sua educação.
Até porque sexy mesmo é ficar em primeiro em uma competição de matemática.
Mamma Mia
A trama:
Em uma idílica ilha grega, Sophie mora com a mãe, Donna, e está prestes a se casar. Depois de encontrar um diário antigo de sua mãe, Sophie descobre que seu pai pode ser um de três casos que a mãe teve quando jovem. Com o sonho de entrar com o pai na igreja e a ideia de que saberá qual deles é seu pai quando os vir, Sophie convida os três homens para o casamento, sem que a mãe fique sabendo. Quando os três aparecem na ilha, Donna – que também não sabe qual deles é o pai de Sophie – se vê inundada por recordações e descobre que nunca deixou de amar um dos pretendentes.
A Subversão:
Ok. Temos aqui um filme todo colorido em que grandes estrelas do cinema passam boa parte do tempo dançando e cantando praticamente toda a discografia do ABBA. Gente. TEM COMO NÃO AMAR?
Sério, é perfeito demais.
E fica melhor ainda. O filme é subversão de estereótipos femininos do começo ao fim. Sério, ele distribui tantos “FODA-SE” para a visão dominante de mulheres em Hollywood que vou ter que escrever em itens para não me perder. Vamos lá, então:
1) É a história de amor de uma mulher de meia-idade
…com um homem também de meia-idade, em que ambos são interpretados por atores meia-idade. Só isso já faz do filme praticamente revolucionário em uma indústria que quase nunca fala da vida amorosa e sexual de mulheres mais velhas e que tem o costume chato de escalar mulheres de 30 anos para interpretar mães de 50. E podemos falar só o quão maravilhoso é ver uma cena repleta de mulheres de meia-idade dançando e cantando ‘Você pode dançar / Você pode agitar / Ter o melhor momento da sua vida???
2) O filme fala de sexualidade feminina sem hiper sexualizar as personagens
Temos Meryl Streep, Julie Walters, Christine Baranski, Amanda Seyfried e mais um monte de mulheres lindas interpretando personagens super abertas em relação à própria sexualidade, tudo isso em um cenário de PRAIA, e em nenhum momento o filme objetifica ou hiper sexualiza nenhuma dessas mulheres. Não há cenas com mulheres andando de biquini em câmera lenta, jogando o cabelo, mordendo os lábios ou jogando charme. Elas dançam, cantam, nadam, namoram, falam de sexo, falam de amor, mas em nenhum momento os seus corpos são explorados. E isso é lindo.
3) Não há slut-shaming
Slut-shaming é basicamente uma forma de restringir e controlar a sexualidade feminina com xingamentos ou fazendo com que a mulher se sinta culpada, humilhada ou inferior por determinados comportamentos sexuais, como ter vários parceiros, transar sem compromisso, usar roupas curtas, etc. O potencial para slut-shaming em Mamma Mia era imenso, dado que a história toda gira em torno do fato de Donna ter tido casos com três homens diferentes na mesma época e não saber qual deles é o pai de sua filha. Felizmente, o filme é completamente livre disso. Ninguém julga Donna, sendo que a própria Sophie fica escandalizada quando sua mãe pede desculpas.
4) As personagens são livres para tomar as próprias decisões
Sophie começa o filme querendo o casamento perfeito. Apesar de achar que a filha ainda é muito nova para casar, Donna não se opõe. No dia do casamento, Sophie percebe que não quer casar e resolve, ao invés disso, viajar pelo mundo com o namorado. Em nenhum momento ninguém a força ou a induz a fazer nada, ela toma as decisões sozinha. Além disso, o fato de uma personagem feminina desistir de um casamento apenas para continuar namorando o mesmo cara é quase que inédito em Hollywood. Geralmente, mulheres em filmes assim apenas trocam de mãos, só tomando decisões como essa se tem outro cara na jogada.
5) Há inversão do estereótipo do cara mais velho com a menininha de vinte
Todo o número musical em que a amiga de Donna, Tanya, recusa as cantadas e avanços de um homem da idade de Sophie é uma maravilhosa inversão do estereótipo do cara mais velho apaixonado pela menininha de vinte anos.
6) As noções tradicionais de família são desafiadas
Vemos isso, primeiro, pelo fato de a família principal do filme ser composta por uma mãe solteira e sua filha. Depois, quando Sky, noivo de Sophie, fala pra ela que sua família é composta por todos que a amam, e que isso inclui mais gente além de seus parentes de sangue. Em seguida, quando Sophie percebe que quer que a mãe a leve no altar, ao invés de um dos possíveis pais. E por último, mas não menos importante, quando todos decidem que não querem saber com certeza quem é o pai de Sophie e os três homens concordam em dividir a paternidade entre si. Basicamente, o filme começa com Sophie sem pai nenhum e acaba com ela tendo três pais amorosos e felizes em dividi-la como filha, num final que não deixa de ser um grande VRAAAA nas noções de família tradicional.
7) Donna é uma mulher independente e dona do própria negócio
Sou livre e sou solteira.
Donna é dona de um hotel – que é onde toda a história se passa – e criou Sophie completamente sozinha. Sim, é verdade que o hotel precisa de reformas e que ela fantasia com encontrar um cara rico para resolver os seus problemas, mas essa fantasia aparece como uma grande sátira do que é ser uma mulher em um mundo de homens. É só ver o que diz a música que a personagem canta nesse momento do filme:
Dinheiro, dinheiro, dinheiro / Deve ser engraçado / No mundo do homem rico / Dinheiro, dinheiro, dinheiro / Sempre ensolarado / No mundo do homem rico / Ah-haaa – todas as coisas que eu poderia fazer / Se tivesse algum dinheiro / É um mundo de homens ricos.
8) O filme termina com um casamento…mas de quem menos se espera.
Ao invés de o filme acabar com o casamento da mocinha de vinte e poucos anos, quem acaba se casando…é a sua mãe.
Então né…quem que está doido pra assistir Mamma Mia de novo? o/ o/ o/
Leia também 6 Estereótipos femininos que Hollywood Precisa Parar de Usar; e Personagens Femininas em Harry Potter: Um Adeus aos Estereótipos.
Júlia
May 22, 2016 @ 2:12 am
Nooossa! Amei! Sempre q assisto a um filme fico observando se os esteriótipos machistas estão presentes. Quero contribuir para aumentar a lista mas está difícil de lembrar de um mto bom. Precisamos Falar Sobre o Kevin e Que Horas ela Volta são livre de esteriótipos mas não valem por serem dirigidos por mulheres. Sei lá, acho q Valente e Mulan podem ser classificados assim. Foi Apenas um Sonho tb acho fantástico, a série Girls tb acho q tem estão presentes alguns quebras de paradigmas, mas não acompanho a série, só assisti os primeiros episódios da primeira temporada. Filme de comédia acho q Recém Chegada tb quebra alguns paradigmas. Eu teria q pensar com mais tempo para enumerar outros filmes, assim q eu lembrar de mais filmes vou fazer mais comentários. Kkkk. Seus textos são fodas!
Lara Vascouto
October 17, 2016 @ 12:18 pm
Obrigada, Júlia! Vou checar todas as suas sugestões para uma possível parte II dessa lista! 😀
Fernanda
July 1, 2016 @ 6:39 pm
Amo muito Mamma Mia e meu amor cresceu ainda mais depois desse post! Só achei que faltou destacar que apesar dos dois plots iniciais aparentemente serem sobre a relação da Sophie com homens (o noivo com quem ela vai se casar, o pai que ela quer conhecer), a relação central e predominante do filme acaba sendo a dela com a própria mãe (choro horrores inclusive naquela cena que elas tão juntas antes do casamento).
Lara Vascouto
October 17, 2016 @ 12:19 pm
Nossa, verdade Fernanda, eu também CHORO HORRORES nessa cena! É muito emocionante!
Sayuri
October 24, 2016 @ 5:55 pm
Amei a lista, são filmes comerciais, campeões de bilheteria, mas conseguem subverter a ordem.
Outro filme que também poderia constar é o recente Como Ser Solteira [spoiler alter]. Temos a mocinha que, querendo ficar sozinha, termina com o namorado de longa data (e continua sozinha no final). A pegadora/aproveita vida é a ‘gordinha’, que em outros filmes seria a amiga feiosa, nesse ela é a mulher livre, independente e segura de si, e em nenhum momento do filme é feita qualquer referência ao fato de ela estar fora do estereótipo de beleza. Por fim, temos a inversão do papel masculino do namorado da médica, que fica felicíssimo em ser pai de família e dono de casa. Falta, com certeza, papéis para pessoas não-brancas (o filme chega a apresentar um namoradinho da protagonista, que é negro, bem sucedido e ótimo pai, mas cadê os protagonistas negros?).
Gabriella
October 24, 2016 @ 6:22 pm
Outro que começa sendo um clichezão e termina quebrando alguns paradigmas é o Qual é o Seu Número, com a Anna Faris. Ela começa lendo na revista que uma mulher só tem chances de casar se já dormiu com menos de 20 homens na vida. Ela conta e percebe que já dormiu com 20, e, com medo de ser julgada e de não encontrar ninguém, resolve procurar entre esses 20 um cara pra casar. Mas no fim, não é nada disso. Tudo bem que no final ela acaba com um cara na história, mas pelo menos a mensagem é a de que nenhuma dessas regras ridículas importa, e que ela não nasceu pra agradar homem.
Andressa Brandão
October 24, 2016 @ 6:28 pm
Primeiramente queria dizer que amo seus textos, eles me fazem pensar muito e agradeço você por isso.
Eu nunca assisti Mamma Mia, culpa de uma certa aversão a musicais (é eu sei, me julguem :p), mas depois de ler todos os pontos que você escreveu, acabei ficando muito curiosa com o filme e acho que vou precisar dar uma chance a ele ^^
JULIA
November 5, 2016 @ 4:46 am
Lembrei de mais um filme Garota Fantástica, mto bom e combina super com os filmes da lista! Amo filmes e estou ficando com preguiça de como os diretores retratam as mulheres. Quando me lembrar de outro vou vir aqui comentar de novo! Kkkkkk. Adoro q vc escreve sobre filmes e feminismo!
A
February 9, 2017 @ 10:08 pm
Um filme que desafia bastante os estereótipos femininos é Tomates verdes fritos. Sei que o nome é estranho, mas é basicamente sobre uma mulher de meia idade, na menopausa e infeliz com o casamento, que faz amizade com uma velhinha que mora num orfanato. A velhinha conta historias sobre seu passado (a maioria das histórias é sobre um casal lésbico), e ouvindo as histórias, a protagonista decide mudar sua vida. É um filme sobre sonoridade, amor e coragem, que vai fazer chorar, mas é inspirador.
Lara Vascouto
February 10, 2017 @ 10:45 am
É um dos meus filmes preferidos!! Eu queria muito ler o livro, porque dizem que nele a relação das Idgie com a Ruth é explicitamente lésbica, o que não ficou super claro no filme. Você já leu??
ERIKA MOURA
June 20, 2017 @ 1:05 pm
Filme chamado Sem Filtro, Chileno, SINOPSE: Pía ( Paz Bascuñán ) está à beira de um colapso nervoso: Seu chefe a humilha, seu marido a ignora, seu enteado não a respeita, e seu melhor amigo não a ouve. Pía tem uma forte dor no peito e depois de tentar de tudo para curar ela decide se submeter a um tratamento de acupuntura. O médico chinês descobre que a dor de Pía é causada por sentimentos reprimidos e com uma técnica antiga que ele tira o filtro. A partir de agora, Pía não vai filtrar o que fala e perceber que a única maneira de se curar é dizer tudo o que ela pensa … O foco do filme é totalmente nela e na forma como ela se desconstrói durante o filme. Vale a pena, pois dá voz a mulher e o final não é um cliche! Assistam. Bjs, Erika
ERIKA MOURA
June 20, 2017 @ 1:10 pm
Sim, o livro é explícito e deixa bem claro a relação das duas, mas o filme foi rodado em 1991 e dirigido por um homem, entendo os motivos de não remeter à realidade do livro, pois, com certeza, houve “a necessidade” de fazer um filme o mais comercial possível e um casal lésbico não era “comercial” na época, era “cult/independente”, para outro público… Talvez se a direção fosse de uma mulher…ou de um diretor LGBT…teríamos visto romance de fato.
Lara Vascouto
June 20, 2017 @ 4:22 pm
Obrigada pela dica, vamos conferir!
Lívia
January 15, 2018 @ 12:35 am
Amo todos esses filmes, principalmente mamma mia, que eu assisto tantas vezes com a minha mãe. Um filme que eu acho que quebram os estereótipos femininos é Encantada. As pessoas esquecem da existência desse filme quando analisam o feminismo nas princesas da disney e falam só de mulan, valente e frozen – que são filmes de grande excelência nesse quesito também. Eu recentemente assisti encantada e fiquei impressionada, é um pai solteiro que foi abandonado pela esposa – a menina não é orfã – e dá pra menina um livro sobre mulheres importantes, ao invés de livros de contos de fada. depois que, apesar do filme ser basicamente sobre a princesa esperando o príncipe ir buscá-la, no fim ela não só salva o homem que ela ama com um ato de extrema coragem – lutando contra um dragão -, como também abre o próprio negócio. ah, sem contar que ele também elimina a rivalidade entre mulheres.
Joyce Noronha
January 15, 2018 @ 12:47 am
Nossa! Achei este texto só agora, mas gostaria de fazer um adendo sobre o filme Mamma mia!: Um dos pais da Sophie é gay e ngm dá a mínima para isso! O personagem Harry brigth e a homossexualidade dele (trabalhada de maneira muito sutil, nada estereotipada, dentro de uma comédia musical) foi meu objeto de estudo do TCC (OU TFG, como queira). Sei que não é uma quebra de esteriótipo feminino, mas acho válido deixar registrado.
RaCh
February 2, 2018 @ 6:44 am
Um filme que subverteu minhas expectativas ( apesar de ter suas falhas) foi “ELA É o cara”, o filme fala sobre uma menina que se passa pelo irmão para entrar no time de futebol masculino e derrotar o time do ex-namorado dela, que dizia que garotas não jogam tão bem como homem, achei positivo principalmente pelo fato de ser bem descontraído subverter algumas expectativas de gênero e ter um personagem gay com o mínimo de esteriotipagem
Luly Lage
April 25, 2018 @ 3:44 pm
O maravilhoso desse post é que fala de três dos filmes que estão no meu “Top 10 Filmes Favoritos”, onde eu sempre enxerguei todo esse potencial, mesmo quando ainda não buscava esse tipo de coisa. Minha idade quando assisti cada um deles era, na ordem, 13, 16 e 18 anos. O mais recente está completando uma década agora e nessa época minha preocupação com o empoderamento feminino era quase nulo: eu me preocupava em ver filmes cor-de-rosa e/ou que tocavam Abba. Era isso. Mas as mulheres deles me inspiraram muito mesmo assim e sempre os enxerguei como muito mais que filmes adolescentes (no caso dos dois primeiros) ou musical colorido (o último).
Elle Woods é minha favorita delas. Começa o filme querendo reconquistar o namorado, muda de foco pra se tornar uma advogada, recusa o assédio de seu professor babaca e consegue PEGAR O CASO DELE ainda como estudante. Ela até arruma um namorado legal no final do filme, mas seu feito principal não é esse: ela é oradora da turma que já está contratada numa das maiores empresas de Boston. E nem cito sua história na continuação, porque ela ainda se mostra ativista em defesa dos animais! Muito maravilhosa!