4 Estereótipos Racistas que Hollywood Precisa Parar de Usar
Numa tentativa mal-ajambrada de compensar por seus erros passados, Hollywood acabou criando uma nova leva de estereótipos para racista nenhum botar defeito.
Notícias chocantes: Hollywood continua racista. Ok, vai, se você é uma pessoa um tantinho antenada, então essa notícia não é tão chocante assim. Se você prestou atenção, por exemplo, agora em 2015 absolutamente nenhum ator/atriz negro foi indicado ao Oscar de 2015. De fato, em toda a história da premiação, apenas 31 negros ganharam a estatueta, contra 2947 vencedores brancos. Em se tratando de atrizes negras, então, nem se fale. A única a conseguir a façanha de ganhar a estatueta dourada para Melhor Atriz foi Halle Berry – e isso já faz mais de dez anos. Como Melhor Atriz Coadjuvante, apenas seis atrizes negras já ganharam. Seguindo a mesma tendência, nenhum diretor negro jamais ganhou um Oscar. A ojeriza da Academia em premiar um diretor negro aparentemente é tanta, que a diretora de Selma, Ava DuVernay, não chegou sequer a concorrer por Melhor Diretor esse ano – mesmo o filme tendo sido indicado para a categoria de Melhor Filme (e se você não acha isso estranho, deixa eu te contar que, pelo histórico da premiação, as duas categorias são praticamente a mesma coisa: de 86 filmes que ganharam Melhor Filme, 62 ganharam também Melhor Direção).
Inevitavelmente, essa disparidade se reflete também nos próprios filmes, com poucos negros integrando vastos elencos de atores brancos. E como se não bastasse a pouca representação negra no grosso dos filmes hollywoodianos, quando eles aparecem, na maioria das vezes é para reproduzir estereótipos racistas cretinos. E eu não estou falando só dos clássicos estereótipos racistas do Negro Bandido/Malandro/Preguiçoso/Serviçal. Embora muitos filmes ainda reproduzam esse tipo de estereótipo e ele ainda ser predominante nas novelas brasileiras, Hollywood, em geral, sacou que estava fazendo merda e fez um esforço consciente de mudar isso. Nessa tentativa mal-ajambrada de compensar seus erros passados, no entanto, acabou criando uma nova leva de estereótipos racistas para racista nenhum botar defeito. Estereótipos como…
O Negro Mágico
Exemplos: À Espera de um Milagre, Lendas da Vida, Um Maluco no Golfe, Endiabrado, Todo Poderoso e sequências. Basicamente, se o Morgan Freeman estiver no filme, são grandes as chances de você estar assistindo a um Negro Mágico.
Cunhado por Spike Lee em uma discussão sobre o filme À Espera de um Milagre, o termo Negro Mágico é usado para denominar aquele personagem sábio e místico que sempre aparece para salvar o dia do protagonista branco. Cheio de sabedoria e espiritualidade – e poderes sobrenaturais, em alguns casos – ele costuma ser de origem muito humilde (um zelador, um prisioneiro, um mendigo), mas pouco se preocupa com a própria condição. Não, o único objetivo de vida desse personagem é resolver os problemas do protagonista branco. Variações do Negro Mágico incluem a Empregada Benevolente (babá, cozinheira, faxineira) e o Melhor Amigo Conselheiro. Nenhum deles têm história própria – ou, pelo menos, nenhum deles tem história própria que tenha valor suficiente para aparecer no filme.
Apesar de a intenção por trás do personagem do Negro Mágico ser essencialmente boa e definitivamente uma melhora se comparado aos clássicos estereótipos racistas do Negro Bandido/Preguiçoso/Malandro, ainda assim ele é um problema. Em primeiro lugar, ele é um acessório fácil para roteiristas preguiçosos, que se aproveitam dos estereótipos racistas populares de que negros são seres exóticos da mística e misteriosa África para criar soluções fáceis para os seus enredos. Além disso, o Negro Mágico não salva o dia com a sua competência ou pelo seu próprio esforço, mas com a sua humilde sabedoria mística, que ele adquiriu…sei lá, pelo simples fato de ser negro. E por último, mas não menos importante, o Negro Mágico reforça a ideia de que pessoas negras são uma classe diferente de seres humanos – uma classe que não só é completamente indiferente e receptiva em relação à toda a bosta que a vida joga na cara dela (e quando eu digo a vida, eu quero dizer as pessoas brancas), como é uma classe que existe unicamente em função dos seres humanos que realmente têm valor: os brancos (afinal, são eles os heróis protagonistas, com problemas, ambições, angústias e desejos próprios). Então, sabe, por mais que Hollywood tente compensar por todos os Negros Bandidos/Preguiçosos/Malandros, ela ainda acaba caindo nos estereótipos racistas do negro-serviçal-’sua-história-não-é-tão-importante-quanto-a-do-herói-branco’ ao usar o Negro Mágico.
Curiosamente, o oposto do Negro Mágico também é um estereótipo muito usado, o que nos leva ao próximo item da lista…
O Negro que Precisa de um Branco que o Salve
Exemplos: Mentes Perigosas, Histórias Cruzadas, Um Sonho Possível, Hardball – O Jogo da Vida, Um Diretor Contra Todos, Música do Coração, Escritores da Liberdade
O Negro que Precisa de um Branco que o Salve (NPBS, para ficar mais fácil) é, na verdade, quase o oposto do Negro Mágico: ele não tem poderes, ele não tem sabedoria, ele não salva o dia, mas em praticamente todos os casos, ele é pobre e/ou fodido. Despojado da indiferença que o Negro Mágico possui pela sua própria condição desesperadora, o NPBS está sempre prestes a seguir pelo mal caminho quando um branco salvador da pátria aparece para mostrar que ele pode, sim, ser mais do que um traficante/membro de gangue/viciado, droga!
Ou então, que ela pode, sim, se rebelar contra a patroa cagando na torta dela!
Os filmes que trabalham com estereótipos racistas do do Negro que Precisa de um Branco que o Salve são alguns dos mais cretinos, na minha opinião, porque eles passam a falsa impressão de que a história é sobre os personagens negros, quando na verdade eles só estão ali para mostrar como aquele único protagonista branco é incrível. E o que é pior: o NPBS é quase que uma inversão completa do Negro Mágico – com o branco salvando o dia ao invés do negro místico -, mas enquanto o Negro Mágico é um personagem secundário, no NPBS o branco é O PROTAGONISTA. E ele faz tudo sem mágica, com muito esforço e perseverança – mostrando, assim, como ele é incrivelmente bonzinho e incrível com a pobre minoria marginalizada.
É possível que as intenções por trás do NPBS, assim como as do Negro Mágico, sejam boas (muito provavelmente elas se originam de uma culpa que os brancos sentem por serem privilegiados). Mas mesmo assim, Hollywood, você está fazendo isso errado.
O Negro que Não Merece uma Mulher Branca
Exemplos: Hitch – Conselheiro Amoroso, Homens de Preto II, Scrubs, Por um Triz.
O estereótipo do Negro que Não Merece uma Mulher Branca ocorre basicamente toda vez que um personagem negro tem uma namorada, esposa ou interesse amoroso e essa mulher não é branca (podendo ela ser negra ou latina).
A não ser em filmes com temáticas que tratam especificamente de questões raciais e em algumas raras exceções, é praticamente impossível ver um personagem masculino negro ficar com uma mulher branca. Já o contrário – isto é, uma personagem feminina negra com um homem branco – é até que frequente. O motivo para isso mistura doses cavalares tanto de racismo quanto de machismo: basicamente, o público norte-americano não gosta de ver “homens negros pegando nossas mulheres brancas”. No caso de Hitch – Conselheiro Amoroso, por exemplo, a atriz que inicialmente havia sido cogitada para fazer o par romântico de Will Smith foi a Cameron Diaz, mas o próprio ator comentou em entrevistas que isso não deu certo porque os produtores ficaram preocupados com a reação do público ao ver um homem negro com uma mulher branca. Com isso, a atriz latina Eva Mendes foi escalada para o papel, iniciando-se aí a sua saga de eterno par romântico de protagonistas negros – papel que ela repete em Dia de Treinamento, Por um Triz e Amigos por Acaso.
E se você ainda não está convencido, escuta essa. Um dos poucos filmes que mostra um casal composto por um homem negro com uma mulher branca é de 1967 e estrelou Sidney Poitier. O nome do filme era Adivinhe Quem Vem Para Jantar e a história era sobre as tensões que se seguem quando a personagem branca leva o namorado negro para jantar em casa. Trinta e oito anos depois, a refilmagem – rebatizada de A Família da Noiva – é feita, mas com uma pequena alteração: dessa vez, a noiva é uma garota negra que leva o namorado branco (Ashton Kutcher) para jantar em casa.
Droga, Hollywood!
* Vale lembrar que esse é um estereótipo hollywoodiano que prevalece pelo histórico racial único norte-americano, que reforçou um sistema binário de raças em que uniões inter-raciais foram proibidas durante séculos. No Brasil, onde prevaleceu a chamada “democracia racial”, com uma forte política de mestiçagem que fortaleceu ainda mais o racismo, acontece o contrário. Homens brancos escolhem mulheres brancas e homens negros…também. Entre as mulheres negras brasileiras, pegas em uma cruza cruel de racismo, machismo e opressão e classe, existe inclusive um nome para homens negros que “preferem” mulheres brancas em detrimento das negras: palmiteiro. Stephanie Ribeiro fala sobre isso muito bem no esclarecedor texto Tu Palmitas, Nós Preteridas, e Joice Berth também fala sobre o que realmente está por trás da solidão afetiva de mulheres negras brasileiras.
A Negra Arretada
Exemplos: A Casa Caiu, Hairspray – Em Busca da Fama, Vovó…Zona, Dreamgirls, e praticamente todos os filmes com a Queen Latifah.
A negra arretada é aquela personagem expansiva, cheia de atitude, que não tem medo de puxar a orelha de quem quer que seja e é mestre em fazer movimentos circulares com a cabeça sem dar mal jeito no pescoço.
Curiosamente, os estereótipos racistas relacionados à negra arretada surgiu como resultado do Movimento pelos Direitos Civis e do Movimento Feminista como uma forma de trazer mais visibilidade para mulheres negras no Cinema. Antes disso, elas eram relegadas à subserviência e/ou ao silêncio, por isso a mudança foi considerada bem-vinda inicialmente e foi muito utilizada por autores e roteiristas que queriam mostrar que não eram racistas escrevendo empregadas negras que eram a alegria da casa e não hesitavam em repreender o patrão quando preciso (porque, obviamente, se a empregada negra é como se fosse da família, então não tem como essa família ser racista, néam! #sqn).
O problema é que tem dois caminhos que esse estereótipo pode tomar: o caminho razoavelmente inofensivo, que geralmente faz com que a negra arretada seja barulhenta, sim, mas também sensata, confiável e uma boa líder; e o caminho negativo, que envereda ladeira abaixo nos estereótipos da Negra Promíscua, da Negra Barraqueira e da Negra Perua. O problema também está na frequência com que esse estereótipo é usado, que é grande. Sim, Hollywood, pode parecer chocante para você, mas mulheres negras também podem ser introspectivas, tímidas, observadoras, reservadas, etc, etc, etc. Em suma, todo o espectro de personalidades que uma pessoa branca pode ter é o mesmo para uma pessoa negra.
Então, Hollywood, faz favor: tira a cabeça de dentro do fiofó e larga mão de reproduzir racismo. Todos agradecem.
*Edição feita em 24/11/15 para incluir a realidade brasileira, bem diferente da norte-americana.
Leia também 4 Clássicos Infantis Inegavelmente Racistas; e 25 Privilégios de que Brancos Usufruem Simplesmente por serem Brancos.
Leonardo Cisne
April 10, 2015 @ 6:07 pm
Não receber o Oscar por não ser branco acho que é um exagero seu. Nem o di Caprio recebeu um até hoje.
Lara Vascouto
September 9, 2015 @ 10:58 am
Apenas 31 negros ganharam a estatueta, contra 2947 vencedores brancos. Apenas 1 mulher negra ganhou em toda a história da premiação.
Espero que você esteja brincando, Leonardo.
Nathália
September 20, 2015 @ 6:11 pm
Mais de uma mulher negra já venceu no Oscar… Acho que muitas vezes o racismo/homofobia/sexismo começa quando fazemos estas sutis distinções. Somos todos pessoas antes de qualquer coisa e a partir do momento que se fala ou escreve o sexo seguido de um adjetivo que identifique a cor da pele e/ou a sexualidade como uma característica fundamentalmente distintiva estamos praticando (inconscientemente) aquilo que (conscientemente) criticamos. E além do mais, premiações nem sempre são justas. Sabemos que artistas sobrevivem vigorosamente sem estatuetas. Quando admiro a obra de alguém eu não vou correndo ver quantos prêmios elx tem na estante de casa, o que me interessa é o quão inesquecível aquelx artista foi capaz de desempenhar determinado papel (e não me refiro somente aos que ficam em frente às câmeras). Blockbusters (exemplo) representam muito dinheiro e muitos prêmios, mas eu não lembro da maioria. Reservo esse lugar na memória pra aquela pessoa que toca um instrumento todos os fins de semana na esquina aqui de casa, aquela que sabe tomar o tamanho do que ela guarda dentro de si e não dependem do tamanho que os outros a enxergam.
Lara Vascouto
September 20, 2015 @ 10:19 pm
Oi Nathália! A Halle Berry foi a única mulher negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. Como Melhor Atriz Coadjuvante, apenas seis ganharam. Não estava claro no texto, mas já corrigi. 🙂
Também não dou muita bola para premiações. É tudo balela. Mas para quem está na indústria, acho que elas são um reconhecimento muito desejado que influencia consideravelmente as carreiras de quem ganha (tanto em termos de oferta de papéis, como em relação a salário, etc). E o fato de tão poucos atores, atrizes e profissionais negros receberem esse reconhecimento é digno de nota porque revela um racismo na indústria que precisa ser combatido.
Sobre “fazer distinções”. Não se trata de FAZER distinções. As distinções já existem. Deveriam? Não. Uma pessoa negra não deveria ganhar menos que uma branca. Não deveria ser menos reconhecida pelo menos trabalho. Não deveria ser alvo constante da polícia, não deveria sofrer com a mentalidade escravagista que persiste forte ainda hoje e repete que negro é malandro, negro é bandido, negro é folgado, negro é preguiçoso. Essas distinções já foram feitas. Por isso a ideia de “somos todos seres humanos, quem vê cor que é racista” é uma ideia linda, mas não cola. Não ver cor é ignorar a história e a luta de todo um grupo de pessoas, deslegitimar as suas reivindicações e desconsiderar as suas experiências. Além disso, não enxergar cor de pele nos impede de reconhecer as parcialidades presentes em nossos próprios comportamentos, expectativas e ações, inibindo, assim, mudanças necessárias.
Obrigada pelo comentário! Beijos!
Nathália
September 21, 2015 @ 12:38 am
Ah, sei como é. Grande parte da minha família é negra e já vi o que tem de feio quanto à isso. O que eu quis dizer é que do meu ponto de vista as diferenças de cada um devem ser valorizadas sim, bem como a carga histórica, mas não concordo que as diferenciações tenham de estar presentes em todos os momentos (apesar de eu mesma fazê-las sem perceber). Não divergimos quando ao fato de que elas não deveriam existir. Tenho consciência de que a indústria abriga preconceitos velados, principalmente de raça e sexo, mas ingênuo ou não apesar de tudo eu ainda acredito que essa ideia linda cole hahahah pelo menos pra mim ela cola. Tomara que um dia seja uma realidade. E eu que agradeço pelos posts. 🙂
Lara Vascouto
October 3, 2015 @ 4:18 pm
Tomara mesmo, Nathália! Beijos!
Amauri Angelino
December 28, 2015 @ 8:42 pm
Também acho que possa ser um exagero, embora também ache que contra fatos não há argumentos. Fatos esses que considero sejam números, que percebo ser instrumento dominado pela autora. Você tem os dados da proporção de atores brancos, negros e de outras etnias existem no mercado hollywoodiano e que efetivamente tenham probabilidade de serem ao menos indicados à premiação da Academia? Creio que esse dado é importante para validar a tese da premiação em si (considerando inclusive que no mercado norte-americano a proporção de personagens brancos seja muito maior do que em países em que a cultura predominante seja negra, ou asiática, por exemplo – acho que seria interessante avaliar esses dados também).
😉
Vinícius
January 17, 2016 @ 8:09 pm
Ei, resposta meio equivocada. Somente uma mulher negra ganhou o Oscar na categoria principal, que seria a Halle Berry em “A Última Ceia” (2001). Entretanto, outras atrizes já ganharam na categoria de Atriz Coadjuvante, como: Whoopi Goldberg, Mo’Nique e Lupita Nyong’o.
Junior
September 14, 2015 @ 4:02 am
kkkk chega a ser ridículo o pavor que os estadunidenses têm de relacionamentos interraciais (raça no sentido social) entre um homem negro e uma mulher branca. Em Hancock, por exemplo, eles inventaram um fraqueza para o personagem do Will Smith que perde seus poderes e se torna vulnerável quando se aproxima da atriz branca (Charlize Theron). Logo, o personagem não pode ficar com ela kkkkkk. Ridículo. Eles não suportam ver um negro beijando ou dando uns “amassos” em uma mulher branca. Não adianta, não passa! Rsrs. No caso do Colecionador de Ossos não pode rolar uns “amassos” com a personagem da Angelina Jolie por que o personagem do Denzel Washington é tetraplégico kkkkkkk. Assim, eles sugerem que pode rolar o romace, para passarem a mensagem que toleram, que pode rolar. Mas na hora do “vamu-ver” na hora de “lascar o beijo” e “dar uns pégas” na mulher eles sempre enrolam para que o personagem negro não tenham relações íntimas com a personagem branca. Por que eles não suportam ver. No filme Matrix, que se passa supostamente 200 anos no futuro (no começo do primeiro filme da trilogia o Morfeu fala que o ano é próximo de 2199), quando ocorre as relações afetivas/sexuais entre os humanos libertos da Matrix, essas seguem o mesmo padrão de parceria sexual dos anos 90: branco com branca negro com negra kkkkkkk. E isso que no terceiro filme dá pra ver que eles encheram o filme de personagens negros (parece até o ressurgimento da sociedade após a derrubada do império das máquinas vindo dos filhos da África como ocorreu na história da nossa humanidade rsrs). Mas mesmo num futuro distante eles não conseguem imaginar isso superado, ou seja, um personagem negro ficar com uma personagem branca é inadmissível. Acho que os criadores do Matrix até imaginaram isso já que pensaram em muitas coisas dois séculos a frente, porém se botassem o Neo branquinho se apaixonando pela capitã Niobe (negra) correria o risco do filme não vingar como vingou, isto é, seria reprovado pela opinião publica racista nojenta dos nobres cidadãos dos Estados Unidos.
Lara Vascouto
September 28, 2015 @ 4:27 pm
É uma coisa de louco isso mesmo, Junior! E que os estúdios entrem nesse jogo racista é de cair o ** da bunda. Obrigada pelo comentário!
Klédina
January 19, 2016 @ 3:38 pm
Lembro-me de uma entrevista em que Denzel Washington e Julia Roberts afirmam que desejavam que seus personagens – no filme “Dossiê Pelicano” – tivessem um romance, que se concretizasse isso pelo menos por meio de um beijo. Afirmaram que se fossem dois atores, brancos ou negros, naturalmente o romance seria esperado e aceito. Denzel cujo comportamento era de possuir par romântico com negras em seus filmes, em “Dosssiê Pelicano”, estaria disposto a mudar isso. Porém não ocorreu devido à visão de que a audiência não estaria preparada e rejeitaria o envolvimento.
Li também certa vez uma crítica na revista Veja sobre a não aceitação da indústria hollywoodiana de relações inter-raciais , exemplificando com um filme em que Wesley Snipe protagonizava e, equivocadamente, não há um envolvimento amoroso com sua co-protagonista branca.
Isaac
January 17, 2016 @ 7:47 pm
Em relação ao Denzel Washington eu sempre soube que ele preferisse fazer par romântico com mulheres negras. Sempre encarei como uma forma de valorização quando par romântico ocorrida entre negros, nunca me passou pela cabeça que poderia advir de um cenário social de inadmissibilidade. Ótimo post.
vitor
January 17, 2016 @ 4:55 pm
Fiquei tão triste em ver que uma das minhas séries favoritas se enquadra no primeiro esteteóripo (Penny Dreadful).
Bem, a série se passa na Londres do sec. XIX Como ja é de se imaginar, personagens brancos predominam. Um único personagem negro, que…SIM, é um serviçal de um senhor branco colonizador.
Bem, dado o contexto histórico e social da época, difícil realmente contextualizar um negro na narrativa fora dessas condições. Mas ok. Ele poderia ter sua trama. Sua importância, seu espaço. Mas ele é meramente o coadjuvante dos protagonistas brancos que, sim, profere conselhos sábios frases de efeito e histórias místicas. zzzz. A função dele como serviçal dos brancos é tanta, que ele até se sacrifica por um.
Enfim…a série que aborda tanto o machismo e a homofobia na sociedade extremamente patriarcal da época (sendo protagonizada por mulheres fortes e dando visibilidade para gays e transgêneros) erra feio ao, não somente ignorar o racismo (e os horrores do colonialismo na época), mas também ao perpetuar esses estereótipos.
Se em algum momento o racismo é abordado na série, é através das angústias dos personagens brancos.
Julia
April 10, 2015 @ 9:15 pm
Mas “Um sonho possível” é baseado em uma história real, e “Histórias Cruzadas” em um tempo extremamente racista. Esses exemplos não fazem sentido…
Satine
May 18, 2015 @ 6:56 pm
Releia o primeiro esterótipo racista que a autora do texto citou, observe os outros filmes citados e o que eles têm em comum e atente para a definição do Negro Místico.
Verdade, o Movimento Negro tem razão em reclamar da visão eurocêntrica da bíblia, mas isso deve ser aplicado a todos os filmes bíblicos, o que não acontece. Jesus não era branco. Muitos menos tinha olhos verdes. Ele foi descrito como um judeu comum aka negro – até porque ele viva andando sob o sol, já viu como brancos ficam queimados? Isso mesmo, vermelhos. E também não teria olhos verdes.
Mariana
April 11, 2015 @ 12:14 am
O Movimento Negro sempre criticou a histórica visão eurocêntrica da imagem de Deus e das personagens da Bíblia como um todo. Então confesso que me deu uma confusão mental vendo o Deus representado por Morgan Freeman ser incluído na lista como um esteriótipo racista! .-.
Satine
May 18, 2015 @ 6:57 pm
Releia o primeiro esterótipo racista que a autora do texto citou, observe os outros filmes citados e o que eles têm em comum e atente para a definição do Negro Místico.
Verdade, o Movimento Negro tem razão em reclamar da visão eurocêntrica da bíblia, mas isso deve ser aplicado a todos os filmes bíblicos, o que não acontece. Jesus não era branco. Muitos menos tinha olhos verdes. Ele foi descrito como um judeu comum aka negro – até porque ele viva andando sob o sol, já viu como brancos ficam queimados? Isso mesmo, vermelhos. E também não teria olhos verdes.
Juliana
April 12, 2015 @ 10:21 pm
Tenho dúvidas se “Histórias Cruzadas” pode ser classificado dentro destas categorias citadas por se tratar de uma adaptação de um livro, ainda mais quando a própria história em si carrega características próprias da época em que ela se passa. Em um contexto onde as mulheres negras eram ‘condenadas’ ao trabalho doméstico em casas de famílias brancas seria praticamente impossível a publicação de qualquer material que fosse contra as premissas/índole/sociedade brancas. Sem um pseudônimo ou alguém para ajudar, a história em si não existiria. Talvez não seja um exemplo de Hollywood e sim conteúdo para uma análise mais profunda sobre como a literatura trata destas questões raciais, assim como as demais adaptações literárias que são feitas para o cinema.
Satine
May 18, 2015 @ 6:52 pm
É só ler o primeiro estereótipo racista que a autora do texto citou para entender. Além disso, observe os demais exemplos de filmes e a definição para ser racista. 😉
Satine
May 18, 2015 @ 7:03 pm
Histórias Cruzadas é praticamente toda a definição do estereótipo. O mais revoltante dos filmes focados no racismo, apartheid e escravidão que Hollywood produz é justamente que PARECE que tudo está voltado para os negros, PARECE que quer denunciar esses tristes períodos de racismo puro e que passavam sem punição. Mas, na verdade, toda a história é centrada no único – ou um dos poucos – personagens brancos e como ELE/ELA ajuda o personagem negro a ter uma vida decente. Não fosse a dondoca interpretada pela Jessica Chastain contratar a personagem da Ophelia, a empregada ficaria sem emprego para sempre por causa do boicote de sua ex- patroa. Vemos isso também no filme Django Livre. Não fosse a puta ajuda do alemão branco, estudado, inteligente, mais racional que o Django, que queria chegar no malfeitor e meter a porrada, ele jamais conseguiria resgatar sua esposa. O alemão branco deu todas as dicas, se sacrificou pelo Django. Que homem bom! E assim segue os filmes, e por isso são racistas.
Lara Vascouto
September 9, 2015 @ 11:01 am
Muito obrigada pelas suas contribuições aqui nos comentários, Satine! Eu não teria explicado melhor. 😀
Renata
January 22, 2016 @ 2:32 am
Gente, naquela época ERA ASSIM. Os negros dependiam e muito da casual bondade de uma pessoa que tinha alguma voz ou protagonismo na sociedade. Os EUA nos anos 50 era cruel. O movimento nwgro fez muitas coisas , mas se nao houvese solidariedade de alguns da raca detentora do poder, dificilmentevas coisas aconteceriam… Vocês cnhecem a história da maravilhosa cantora e compositora Nina Simone? Que virou uma excelente pianista pq a patroa da mãe, BRANCA, pagava as aulas de piano? O filme fala de uma epoca e retrata muito bem o que acontecia . Vamos tentar ter bom senso antes de meter o pai..
Marcos Dias Coelho
April 23, 2015 @ 12:15 pm
Você esqueceu de colecionador de ossos, onde Denzel Washington fica com Angelina Julie.
Lara Vascouto
September 9, 2015 @ 11:02 am
Romance-apenas-sugerido.
Laura
May 16, 2015 @ 7:43 pm
É bom ver um texto como esse falando sobre o racismo, acho que poderíamos escrever um texto enorme sobre o quão racista as premiações americanas são. Mesmo os prêmios musicais, quem diria que uma australiana branca ganharia categoria de melhor rapper mesmo a música dela sendo INFERIOR.
Discordo de como os esteriótipos foram divididos e em especial a interpretação que fizeram do filme “Histórias Cruzadas”.
A protagonista branca é quem é salva, afinal.
Lara Vascouto
October 3, 2015 @ 4:19 pm
Interessante sua interpretação, Laura. Obrigada pelo comentário! Beijos!
senna889091
July 15, 2015 @ 8:55 pm
me fez lembrar de “Não é mais um besteirol americano” onde um personagem negro zomba do seu próprio papel no filme e seus esteriótipos
kik4
August 2, 2015 @ 1:23 am
Pesquisei um pouco e lembrei de 2 filmes com ator negroe atriz branca: hancock (wil e charlize) e prometheus (idris e charlize) e um outro (de natal ano novo, com a keira knighltey), ma em todoos que lembrei, o contato é mínimo (um beijo).
Lara Vascouto
September 9, 2015 @ 10:46 am
Pois é, Kik4! Tem também o Denzel Washington com a Angelina Jolie, em O Colecionador de Ossos, mas o romance entre eles é apenas sugerido. E rola um “romance-apenas-sugerido” também em Homens de Preto, entre o Will Smith e uma mulher branca. Obrigada pelo comentário!
Gabriel
September 5, 2015 @ 7:29 pm
Gostei da iniciativa do texto, é bom ver que têm pessoas que percebem isso e que relatam para abrir a cabeça das pessoas…
Às pessoas que comentaram aqui: é óbvio que existem filmes com personagens negros sem tratamento racista, é óbvio que tem filmes onde negros namoram brancas, a questão é que isso não comum como naturalmente deveria ser.
Lara Vascouto
September 8, 2015 @ 12:34 pm
Obrigada pelo comentário, Gabriel! 🙂
mariana
September 8, 2015 @ 9:20 pm
Me recordo de quando assisti “No Balanço do Amor” lá pra 2001. A protagonista branca fica com o protagonista negro e, na primeira cena de sexo entre o casal, uma das minhas “amigas” soltou “que nojo negro com branco”. SIM GENTE, isso acontece. Racismo não é mimimi. Muito interessante esse texto!
Lara Vascouto
September 9, 2015 @ 10:35 am
Obrigada por compartilhar essa experiência revoltante, Mariana. Infelizmente tá cheio de gente que acha que racismo é conto da carochinha. Beijos!
Hélio
September 11, 2015 @ 10:34 pm
“Apenas 31 negros ganharam a estatueta, contra 2947 vencedores brancos. Apenas 1 mulher negra ganhou em toda a história da premiação.
Espero que você esteja brincando, Leonardo.”
835 indivíduos já ganharam o prêmio Nobel. NENHUM BRASILEIRO!
Será preconceito contra brasileiros? Ou será falta de mérito para esses prêmios?
Cuidado com argumentos baseados em números.
Lara Vascouto
September 28, 2015 @ 2:24 pm
Oi Hélio! Os números, quando vem acompanhados de mais uma tonelada de provas de que o racismo existe e está muito bem em Hollywood, são, sim, muito relevantes. Obrigada pelo comentário!
Diego
September 12, 2015 @ 1:11 am
Este é um post que pode gerar diversos comentários, infelizmente muitos deles ficamos de boca aberta por imaginar como ainda há pessoas que pensem “assim”.
Antes de falar sobre minhas impressões, quero ressaltar que algumas outras mulheres também ganharam a estatueta. Algumas por papéis onde o estereótipo predomina. Vu citar algumas que, mesmo em estereótipo, executaram um trabalho fabuloso: Lupita Nyong’o, Mo’Nique e Whoopi Goldberg. Mas, pelo que pesquisei, a única a ganhar o prêmio de melhor atriz é mesmo Halle Berry.
Ainda não consigo formular bem um padrão de entendimento quanto ao esteriótipo no cinema norte-americano. Vejo estereótipos o tempo todo ao assistir filmes, tanto em negros, brancos, crianças, adultos, mexicanos, asiáticos, brasileiros, nova-yorkinos, indianos, pobres, mulçumanos, ricos, surfistas… muitas das histórias apresentam personagens construídos em cima de esteriótipos e isso se deve à necessidade de se identificar imediatamente com o personagem, é aquela primeira identificação. Mas, retomando o histórico norte-americano em relação ao recismo, podemos entender que o estereótipo do negro é mesmo exaltado de modo a denegri-lo em determinados momentos.
O que percebo, também, é uma nítida separação em filmes e séries televisivas de negros e filmes e séries televisivas de brancos, assim como ocorria quando negros e brancos não podiam dividir espaços ou mesmo beber água no mesmo bebedouro. O trabalho conjunto está engatinhando muito lentamente. E o Oscar, um prêmio para o cinema norte-americano e, que, por acaso, premia também obras internacionais, assim como alguns prêmios brasileiros (internacionais) também fazem, foio criado pela indústria cinematográfica estadounidense, que tem, em sua maioria, produtores brancos.
Talvez o Oscar não mude e passe a premiar atores negros com tamanha frequência, pois o objetivo não é premiar atores negros ou brancos, mas sim qualidade cinematográfica. Infelizmente, o que deveria ser mudado, é a influência que a cor de uma pessoa tem no momento de compreender sua qualidade profissional.
Foram poucos os negros ganhadores de Oscar e, por isso mesmo devemos louvá-los com entusiasmo, pois eles conquistaram uma premiação em meio a inúmeras dificuldades, mostrando, com claresa absoluta, que sua qualidade profissional é altíssima a ponto de poder eliminar questões que predominam no subconsciente de uma população que há pouco derrubou a primeira parede que mantém em pé o tão detestável racismo.
Diego
September 12, 2015 @ 1:20 am
E se pensarmos pelo lado das oportunidades? Talvez não seja exatamente falta de mérito.
Lara Vascouto
September 28, 2015 @ 2:38 pm
Oi Diego! Entendo o que você quer dizer. O Oscar é um reflexo de uma indústria racista (a de Hollywood) que, por sua vez, espelha uma sociedade racista. A questão é que, como meio de comunicação que é, a indústria do cinema tem um potencial gigantesco de aumentar a representatividade de pessoas negras na mídia, de fazer as pessoas falarem sobre racismo e de fazer mudanças significativas na nossa cultura, ideais e valores. Por isso nós devemos cobrar dela por que ela não está fazendo isso. A mídia como um todo tem uma grande responsabilidade na luta contra o preconceito, a intolerância e a opressão sistêmica.
Sobre estereótipos acho que usá-los para contar uma história, além de ser prejudicial, é preguiça pura, falta de talento evidente (independente do que seja – mulheres, negros, asiáticos, etc). Escrevi um texto sobre estereótipos recentemente que acho que talvez você goste: http://www.nodeoito.com/estereotipos-sao-sempre-ruins/
Por último, vou citar a Viola Davis, que recentemente se tornou a primeira mulher negra a ganhar um Emmy de melhor atriz: Não dá para ganhar um Emmy (ou um Oscar, ou qualquer outro prêmio), para papéis que não estão lá. Também escrevi um texto sobre isso recentemente que pode ajudar: http://www.nodeoito.com/mulheres-negras-em-hollywood/
Obrigada pelo comentário!
Flavio Gomes
May 23, 2016 @ 12:52 am
Esqueceram de “No Balanço do Amor” e tem um Stand Up do Chris Rock sobre relacionamentos interrraciais https://www.youtube.com/watch?v=_zlllVMvXN0
Luh Souza
September 14, 2015 @ 11:02 pm
Apesar de ser bem poucos em detrimento aos brancos, no caso de Oscar para as mulheres tem uma errata. Não foi só a Halle Barry não. A primeira ( de todos) a ganhar um Oscar foi Hattie McDaniel, em “O Vento Levou” há 76 anos atrás, e depois tiveram Woopi Goldberg, Jennifer Hudson, Mo’Nique, Octavia Spencer, e Lupyta Niong’o.
Lara Vascouto
September 20, 2015 @ 10:01 pm
Oi Luh! A Halle Berry foi a única mulher negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. Como Melhor Atriz Coadjuvante, apenas seis mulheres negras ganharam. Não estava claro no texto, mas já corrigi. 🙂
Tanaka
September 16, 2015 @ 1:33 pm
Com a Lupita são duas mulheres negras que ganharam o Óscar. Eu gostei de terem colocado um Deus negro em O Todo Poderoso, pois quebra demais o estereótipo de que Deus é um senhor branco de barba longa e com túnica até os pés que parece mais uma fusão de Papai Noel com Jesus Cristo (da maneira que ele é retratado nas obras de arte). E você esqueceu de colocar o maior estereótipo de Hollywood: o coadjuvante negro.
Lara Vascouto
September 20, 2015 @ 10:01 pm
A Halle Berry foi a única mulher negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. Como Melhor Atriz Coadjuvante, apenas seis ganharam. Não estava claro no texto, mas já corrigi. 🙂
Você quer dizer o O Melhor Amigo Negro? Esse é clássico, mesmo! Bem, eu sempre soube que teria que fazer um Parte II desse texto. 🙂
Obrigada pelo comentário!
Amanda Sousa
September 26, 2015 @ 1:13 pm
Incrível seu artigo! Há tempos noto isso. Infelizmente, pelos comentários, negros continuarão sendo vistos como pessoas que se autovitimizam. Mas deve ser porque ninguém quer se olhar no espelho e admitir que é racista. Então, no final das contas, não importa o que aconteça, a culpa vai ser sempre do negro… Afff…
Lara Vascouto
September 28, 2015 @ 4:47 pm
Pois é, Amanda. Claro que ninguém quer se reconhecer racista. O racismo mata, atrasa a vida, atrasa a humanidade. O problema é que todos nós, de pele branca, somos ou já fomos racistas, em algum nível. Isso porque o racismo no Brasil é sistêmico e se embrenha em nossos comportamentos e atitudes muitas vezes sem a gente perceber. O primeiro passo para deixar de ser racista é se tornar consciente e reconhecer isso.
Obrigada pelo comentário!
Nick
October 5, 2015 @ 5:40 pm
O maior problema de todos esses movimentos pro – negros, pro – mulheres, pro – LGBT, pro – o que for, é que em vez de criticar e tentar mudar o sistema que os reprime, tentam se validar num sistema de merda que é injusto, racista, classista, xenofóbico e assim por diante. São movimentos reacionários, não todos, mas a maioria.
Por que tanta preocupação dos negros entrarem em Hollywood ou na Globo que são o concentrado da bosta da sociedade? Nessa luta por tentar se validar acabam por entrar no mesmo esquema de preconceito, e nao é preconceito ou racismo “ao contrario” como falam alguns por ai, porque isso é absurdo, é preconceito mesmo. Preconceito ao contrario é respeito universal.
Porque falam “os brancos”, se justamente se esta tentando tirar de circulação frases que digam “os negros”. Melhor fale tal o qual pessoa (e se é branca o negra, é problema de quem tem preconceito).
Essa necessidade que tem a maioria dos movimentos negros de entrar no esquema criado pelos “brancos”, é exatamente como aquela historia do cara do Klu Klux Klan que pegaram dando uma com um traveco negro.
Se não gosta da branquitude, então, porra, esqueça de Hollywood e da televisão. Qual é a importância de ganhar um Oscar? Qual é a importância de Hollywood? Se você se importa, e porque está se colocando ao serviço do preconceito, entrando no jogo dos brancos (sionistas) racistas. Pra que figurar em Hollywood, pra que um desses branco aceite você negro? No final com essa preocupação toda está fazendo justamente o contrario ao que se propõe, e de passagem esta financiando a esses racistas de Hollywood. Um conselho: mande Hollywood, a Globo e toda essa cultura de merda a tomar no cú e procure buscar suas raízes que não tem nada a ver com essa babilônia.
E deixe de separar as pessoas em brancos, negros ou índios, posto que esse é o começo do preconceito.
maria clara
November 9, 2015 @ 3:42 pm
Fiquei intrigada sobre a informação de filmes em que homens negros fiquem com mulheres brancas sem a temática do racismo sendo abordada serem raros. Mas lembrei de outro muito famoso na época que foi o One Night Stand (Por uma Noite Apenas) com Wesley Snipes e Nastassja Kinski . Mas outros além desses não lembro mesmo!
Lara Vascouto
November 10, 2015 @ 4:05 pm
É difícil mesmo, né Maria Clara? E normalmente quando tem é um caso de amor só sugerido, como no Colecionador de Ossos, por exemplo. Enfim, aos poucos vamos nos conscientizando! Obrigada pelo comentário!
Renata
January 22, 2016 @ 2:16 am
O melhor comentário, ever!!!!
Diogo Papa
November 10, 2015 @ 1:33 pm
Adoro o Spyke Lee.
Melhor texto que já li sobre o assunto.
Parabéns.
Lara Vascouto
November 10, 2015 @ 4:03 pm
Obrigada, Diogo!
Franz
November 11, 2015 @ 11:48 pm
texto brilhante! mas também deveria ser lembrado que muitas vezes colocam os negros como heróis sem interesses, ou inconsequentes, ou loucos, ou drogados, ou sábios, quase nunca equilibrados ou normais, latinos são ignorantes, depravados, safados, machistas, invejosos, asiáticos são timidos, frustrados, covardes, nerds, atraídos por brancos, racistas e intolerantes… só os brancos podem ser oque quiserem!
Lucas
December 11, 2015 @ 3:45 pm
Bom, no meu entender então pelo que vi aí Hollywood deve fazer qual papel para atores negros? Qual que na sua visão, pq pelo texto, não há papel suficiente que não seja estereotipado. Ele não pode salvar ninguém. Não pode ser o engraçado. Não pode ser o bandido. Não pode ser o rico. Qual é o papel ideal?
Você, nesse texto mais ou menos, tentou explicar e não explicou. Disse e não disse. Escreva um roteiro de filme perfeito para atores negros e me mostre. Qualquer um que você fizer, encontro o estereotipo. A nossa sociedade é rótulo. A mulher bonita é burra, o gaúcho é gay. O nordestino e ignorante. O paulista é sério. O carioca safado. O inglês é chato. O americano é saudosista, prepotente.
Pedro
January 2, 2016 @ 10:59 am
HÁHÁHÁ, sério, gostei muito da segunda categoria, “O Negro que Precisa de um Branco que o Salve”. – E acrescentaria ai três subcategorias: O Negro Bozo – fiel escuteiro do personagem Branco (ou não), a ele lhe é designado o honrado dever de servir de alívio cômico a situações tristes ou não. Uma reminiscência dos tempos de “Shows” com “Blackface”. O Negro Bucha de Canhão – aceita o papel “heroico” de ser o primeiro a morrer, na maioria esmagadora dos filmes, deixando ao personagem branco o dever de fazer justiça. O Negro Invisível – ta no filme, sobrevive até o fim, mas é quase imperceptível, dado acobertamento opressivo em favor do galã branco. Exemplo mais recente: Jurassic World.
Lara Vascouto
January 4, 2016 @ 4:44 pm
Perfeita a sua contribuição, Pedro! Entrarão para a parte II desse texto com certeza! 😀
Klédina
January 19, 2016 @ 3:33 pm
Pedro, quando eu era criança, adolescente, detestava esses personagens.
Mila
January 11, 2016 @ 1:28 am
Não consegui lembrar de muitos exemplos em Hollywood de filmes com negras ficando com homens brancos, como a autora sugere no post que seja comum. Alguém consegue indicar? Basicamente, só lembro de filmes com a Zoe Saldana (neoverso de Star Trek, Colombiana e a Família da Noiva, citada no post) em que ela possui parceiros brancos. Temos que nos atentar também que Zoe é uma mulher negra com pele mais clara e traços caucasianos, acredito que Hollywood seja mais cruel com mulheres com pele mais escuro e traços mais africanos.
Também pouco vejo casais formados com asiáticos. Ainda há muito estereótipo de nerd gamer tecnológico sem vida sexual com essa galera. O Glenn do TWD é uma das poucas exceções, a meu ver.
vitinho
January 13, 2016 @ 4:47 am
e vc nao se acha racista de achar que existem soh 2 raças no mundo, branco e o negro ?
Lara Vascouto
January 13, 2016 @ 11:34 am
Oi Vitinho! Bem, biologicamente não existe mais de uma raça humana. Existe a raça humana e ponto. Normalmente, quando se fala em raça branca/raça negra é no sentido sociológico, na discussão dos efeitos da construção social e histórica de raça, especialmente em termos de desigualdade e opressão.
Lucas
February 13, 2016 @ 12:44 am
Sim, concordo, Zoë Saldaña tem traços caucasianos com isso deixa o público meio em duvida, será que ela não é de origem indígena ou filipina algo do tipo, ela mesmo uma vez foi questionada sobre a sua raça, como ela se identificava, ela disse claramente “SOU UMA MULHER NEGRA”, assim como a Mariah Carey disse exatamente isso também, apesar da Miriah ser aparentemente caucasiana, ela identifica como uma mulher negra, se não me engano o pai dela é negro.
Renata
January 22, 2016 @ 12:42 am
Steve MacQuren foi um homem negro que ganho Oscar de melhor direção por Shame. Tanta ira, que cometeu esse deslize. E, pode acontecer que em algum ano não tenha atores negros indicados em alguma coisa. Ou será necessário um Oscar para o melhor ator negro? Ou um prêmio só para o melhor coadjuvante negro? Não é esdrúxulo? Ou uma premiação só cm negros? Isso é ridículo!! Antes de querer ficar denunciando tudo, vamos pensar um pouco nas consequências..
Renata
January 22, 2016 @ 12:30 pm
E a gordofobia por esquecerem de citarvStve MacQueen (.12 anos de escravidao) e Forest Witaker ( o último rei da Escocia)? Acredito que é importante alertar e abrir os olhos das pessoas. Algumas precisam de ajuda. Mas que tal, lutar por um mundo melhor, que implica na busca de um mundo melhor. Look forward…
Andre
February 25, 2016 @ 2:25 pm
É mimimi demais. O fato de poucos negros terem recebido o Oscar não quer dizer que os que não o receberam foi por conta do recismo. Isso é pura desonestidade intelectual.
Priscilla
March 22, 2016 @ 2:55 am
Com uma ressalva, em histórias cruzadas, a personagem branca é que foi salva. A mimi não precisava da ajuda dela pra nada não, sempre deu jeito de sobreviver.
Juan Ramos
March 22, 2016 @ 8:54 pm
Sinceramente, o cinema e seus personagens refletem apenas a realidade, tudo que citou existe..
Assim como existem personagens brancos gordos, intelectuais, racistas, idiotas e outros mais que refletem a realidade..
O que você sugere na sua lógica de mundo imaginário?
Que os personagens principais dos filmes sejam negros? que os negros e as negras sejam os galas??
Afinal de contas, no mundo real é comum não é mesmo?
Acredito que você levanta uma bandeira sem ao menos saber como é.
Te desafio a morar no brooklin e namorar um negro..de repente você muda esse pensamento de achar que é bacana bancar intelectual..
O Fato de ganhar ou não o OSCAR é irrelevante..
VEja o Leonardo DI Caprio..demorou anos pra ganhar algo que já era dele a tempos..
Andressa Saravia
May 3, 2016 @ 5:52 pm
Com certeza O Todo Poderoso nap deveria entrar na lista, porque existe um abismo entre ser o “negro magico” e ser DEUS. O primeiro seria um estereotipo com um fundo de preconceito por praticas condenadas ao longo da historia, mas Deus, que possui a maioria dos fieis do mundo, tem o maior status de todos. Foi o papel que mais deu poder a um negro em toda historia do cinema. Alem de mostrar que um branco (Jim Carrey), se tivesse os mesmos poderes, nao faria tao bem seu trabalho.
mari
May 3, 2016 @ 9:38 pm
gente também concordo que falta espaço para negros nos filmes e que os que tem são estereotipados, mas tbm é complicado, pq se o negro ajuda o branco tá ruim, se o branco ajuda o negro tá ruim tbm. Fica meio dificil né
Lara Vascouto
May 3, 2016 @ 10:42 pm
Oi Mari! Não é complicado, não. Se dá para fazer personagens brancos complexos e variados, também dá pra criar personagens negros assim. Obrigada pelo comentário! 🙂
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