6 Estereótipos Femininos que Hollywood Precisa Parar de Usar
Apenas parem.
Notícias chocantes: Hollywood não sabe escrever personagens femininas. Ok, talvez não seja tão chocante assim quando levamos em consideração o fato de que os seis grandes estúdios que controlam a indústria cinematográfica são quase que inteiramente dominados por homens. Se você precisa de comprovação numérica, aqui vai: entre 2002 e 2012, apenas 4.4% dos 100 maiores sucessos de bilheteria foram dirigidos por mulheres, e em 2012, apenas 28.4% de todos os papéis com falas entre os 100 maiores sucessos eram femininos. E antes que alguém diga que mulheres provavelmente não se interessam em trabalhar no cinema, pense outra vez. Mulheres são muito bem representadas em todas as principais escolas de cinema dos EUA, mas por algum motivo não conseguem adentrar na indústria. Quando falamos de filmes independentes, aí sim vemos uma participação feminina muito mais expressiva. Mas nos grandes estúdios? Neca de pitibiriba.
Isso é um problema, não só porque revela que mulheres são impedidas de trabalhar simplesmente por serem mulheres, mas também porque gera uma infinidade de filmes com personagens femininas criadas e moldadas a partir de um ponto de vista estritamente masculino. E é assim que acabamos recebendo produções com estereótipos femininos absurdos, como…
Mulheres cujas vidas se transformam com um bom trato no visual
Exemplos: Uma Linda Mulher, Diário de uma Princesa, Casamento Grego, Ela é Demais e todos os realities de TV baseados em makeovers.
Olha, eu não sou contra dar um trato no visual. Até acredito que cuidar de si pode dar uma melhorada na autoestima. O problema é que, de acordo com Hollywood, se você está deixando a desejar na aparência, provavelmente é uma fracassada cuja única salvação é uma intensa makeover. Você sabe: roupas novas, maquiagem bem feita, lentes de contato e um trato no cabelo (que geralmente inclui uma boa alisada).
Nossa! Quem diria que para se tornar uma pessoa completa bastava alisar o cabelo e passar um batom!
Os exemplos são vários e em todos eles a transformação na aparência da protagonista desencadeia transformações profundas em sua vida. E quando eu digo transformações profundas, eu quero dizer que ela finalmente arruma um homem. Sim, porque de acordo com esses filmes, a verdadeira felicidade não é nem se fazer mais apresentável (o que já seria ruim por si só), mas sim encontrar um bom homem. Sabe, do tipo que só é capaz de se interessar por uma mulher se ela está bem vestida, bem maquiada e com o cabelo bem arrumadinho. Ei, Hollywood, pare de supor que maquiagem bem feita e guarda-roupa cheio de estilo vão transformar a vida de uma mulher. Mais importante ainda: pare de supor que mulheres que não ligam para a aparência têm baixa autoestima ou algo do que se envergonhar.
Mulheres deslumbrantes, mas desastradas
Exemplos: É Pura Sorte, Casa Comigo?, Sorte no Amor, Enrolados, New Girl, Maldita Sorte e comédias românticas em geral
A personagem da mulher deslumbrante, mas terrivelmente desastrada é tão comum em Hollywood que já é aceita como estratégia conhecida de caracterização de personagem. Basicamente, elas aparecem em comédias românticas em que a protagonista é uma mulher adorável, inteligente, engraçada e linda, mas tem muito azar no amor. Obviamente, uma personagem tão perfeita nunca seria capaz de cativar a audiência. O que fazer então? Desenvolver uma personagem mais complexa? Ou pelo menos pensar por mais de dois segundos em um defeito mais realista para a protagonista do filme?
Nah! Coloca aí: ‘a protagonista é dada a acidentes’ e vamos almoçar!
Até os “desastres” que a personagem causa costumam ser os mesmos, filme após filme. Cair enquanto coloca a meia-calça, tropeçar, dar com a cara na porta de vidro, esbarrar no interesse amoroso com uma bebida quente na mão. Droga, Hollywood! Como vocês continuam fazendo tanto dinheiro com esse material?
OBS: Às vezes, o estereótipo feminino ser desastrada é usado também quando querem nos convencer que uma personagem é nerd, desengonçada e pouco atraente para o sexo oposto, mesmo quando essa personagem é interpretada pela Zooey Deschanel.
Da série estereótipos femininos cretinos: É só colocar uns óculos nela e fazer com que ela derrube alguma coisa de vez em quando. Tcha-rãm! Novo sucesso!
Mulheres que privilegiam a carreira em detrimento da vida pessoal (e descobrem que são terrivelmente infelizes por isso)
Exemplos: A Proposta, Kate e Leopold, Sem Reservas
Vamos começar pelo fato de que, para Hollywood, uma mulher só pode ser focada no trabalho se esse trabalho for muito incrível. Veja os três filmes do exemplo. Em A Proposta, Sandra Bullock é alta executiva em uma editora. Em Kate e Leopold, a Meg Ryan é alta executiva de marketing. E em Sem Reservas, a Catherine Zeta-Jones é chef de um restaurante. Em suma, você só pode abrir mão de filhos e um marido se o seu trabalho for muito bom mesmo. Trabalhar para pagar as contas e ser financeiramente independente? Pff, nada a ver. Não quer ter filhos e um marido? Pff, mulher, você está se enganando e eu vou te mostrar exatamente por que aqui nesse filme mela-cueca sobre uma mulher que percebe que, apesar de ter uma vida incrível, não está completa sem um homem.
O que nos leva a outro problema central desse estereótipo feminino: com essas mulheres, é sempre uma coisa ou outra. Por que não ser chef de um restaurante e ser casada, com filhos? Homens em filmes fazem isso o tempo todo. Normalmente, quando o famoso conflito trabalho/vida pessoal é vivido por um personagem masculino (o que também acontece bastante), ele já é casado e já tem filhos quando o filme começa. Ou seja, de alguma forma, ele já conseguiu a carreira, a mulher e os filhos. Por que as personagens femininas tem que ter um de cada vez?
Trabalho, marido e filhos? Não, minha cabecinha de mulher não é capaz, desculpe.
Isso é algo muito recorrente em seriados de TV também. Na televisão, as personagens femininas poderosas e com ótimos empregos são muito mais numerosas (ainda bem!), mas tem um pequeno problema: poucas tem famílias. Ou seja, a ideia de que mulher só consegue ou tem que lidar com um objetivo de cada vez é recorrente, apesar de inúmeras mulheres da vida real provarem o contrário todos os dias.
Mulheres que largam tudo pelo ‘verdadeiro’ amor
Exemplos: Tudo para ficar com ele, Sintonia de Amor, Casa Comigo?, Escrito nas Estrelas, Ele não está tão afim de você, etc, etc, etc.
Normalmente, esse tipo de roteiro funciona mais ou menos assim:
- Mulher tem vida mais ou menos arranjada
- Mulher conhece brevemente um homem qualquer
- Eles trocam algumas palavras (às vezes só um olhar basta)
- Mulher se convence de que aquele é o homem da vida dela
- Mulher larga tudo para conseguir esse homem.
Nem sempre dá certo, mas não é que na maioria das vezes o cara é mesmo o amor da vida dela? Não é incrível?
Ei, tá até escrito no título!
Ah, mas na maioria das vezes a tal mulher já estava insatisfeita na vida. Não é só o homem desconhecido que faz com que ela largue tudo! – alguém aí vai dizer.
Tem razão, claro, mas não é engraçado como em praticamente todos esses casos ela só larga tudo se tiver o tal do verdadeiro amor como possível pretendente? Por que sempre tem que ter um homem na fila? E, sinceramente, quem são essas mulheres que simplesmente largam tudo para ir achar um carinha que elas nem conhecem direito em outra cidade ou até outro país? Elas certamente não são comuns. Então por que tantas protagonistas de filmes tem histórias assim?
Mulheres que se voltam umas contra as outras
Exemplo: Noivas em Guerra, O Casamento do Meu Melhor Amigo (mais ou menos) e muitas outras comédias românticas que eu não lembro o nome porque parei de assistir na metade.
Não, eu não vou falar sobre a crença disseminada de que mulheres se odeiam e estão sempre competindo entre si e falando mal umas das outras pelas costas. Ao invés disso, quero falar sobre um tipo de cena que eu já vi se desenrolar inúmeras vezes na telinha ou na telona, mas nunca na vida real: duas mulheres brigando. Mas brigando mesmo, com empurrões, unhas, dentes e puxões de cabelo.
Não. Nem em casamento eu já vi isso acontecer.
Olha, eu já vi algum tanto de ruindade de mulheres contra mulheres na minha vida. Não nego isso. Mas todas elas foram executadas com palavras e olhares. Mais importante que isso, nunca geraram tanta fúria a ponto de a pessoa afetada achar que precisa distribuir alguns socos. Por que Hollywood adora dar a entender que mulheres são seres psicóticos capazes de rolar no chão distribuindo tapas e chutes por motivos estapafúrdios? Quem são essas mulheres?
Mulheres que não conversam entre si (e se conversam, é sobre homem)
Exemplos: Tomb Raider, 500 Dias com Ela, Como se Fosse a Primeira vez, A Rede Social, Trilogia Star Wars (original), Trilogia Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe, Millenium: Os Homens que não amavam as mulheres e, bem, muitos, e muitos, e muitos outros.
Esse é o item mais assustador dessa lista. Em 1985, a premiada quadrinista norte-americana Alison Bechdel escreveu um teste para filmes em uma história do quadrinho Dykes to Watch Out For (hoje chamado de Teste Bechdel) que consistia em três regras aparentemente muito simples. Basicamente, para passar no teste, o filme tem que ter pelo menos uma cena em que:
- Pelo menos duas personagens femininas apareçam e…
- …conversem uma com a outra sobre…
- …qualquer coisa que não seja sobre homens.
Surpreendentemente, muitos filmes, inclusive aqueles aclamados por incluírem personagens femininas fortes, não passam no teste. Isso não significa que esses filmes sejam ruins, mas mostram que as personagens femininas costumam ser definidas apenas por seus relacionamentos com homens – sejam eles interesses amorosos ou não. E o mais assustador é que isso é proposital. De acordo com a ex-roteirista Jennifer Kesler, as escolas de cinema desencorajam roteiros que contêm personagens femininas tendo conversas que não envolvam homens, porque isso, de acordo com elas, distrai a audiência. Um profissional da indústria chegou a falar para ela que:
“O público não quer ficar ouvindo um monte de mulher falando sobre seja lá o que for que mulheres falam”.
Será que não? Será que Hollywood não percebeu que metade do mundo é composto por mulheres e que, pasme, mulheres são seres multidimensionais? Isso me lembra uma entrevista com George R.R. Martin, autor de As Crônicas de Gelo e Fogo, em que o repórter fez a seguinte pergunta:
“Tem algo muito interessante sobre os seus livros. Eu reparei que você escreve personagens femininas muito bem e muito diferentes. De onde vem isso?”
Ao que George suspira e responde:
“Sabe…eu sempre considerei as mulheres como pessoas.”
Leia também 4 Estereótipos Racistas que Hollywood Precisa Parar de Usar; e Mulher-troféu: A Mulher como Recompensa do Herói na Cultura Pop.
Rayanne Nayara
February 5, 2015 @ 9:29 pm
Achei muito bacana toda sua visão e a escolha do assunto uma ótima sacada, e muito necessária. Visitarei mais vezes. Fique a vontade para visitar o meu blog.
Lara Vascouto
February 5, 2015 @ 9:53 pm
Legal, Rayanne, visitarei! Obrigada pelo comentário!
Kamilla
February 9, 2015 @ 2:59 pm
Na hora em que foi citado LOTR na ultima parte, eu que ja não estava dando muita moral para o texto, desisti completamente de ler.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 6:30 pm
Oi Kamilla! Ainda bem que você já tinha lido quase tudo, então. rs! Como eu disse em outro comentário aí pra baixo, mencionei Senhor dos Anéis (que eu adoro, por sinal), para mostrar que mesmo quando existem personagens femininas fortes (estou falando dos filmes, não dos livros), muitas vezes o filme não passa no teste Bechdel.
Rodrigo
December 16, 2020 @ 9:40 pm
Se vc tiver se referindo as personagens femininas de lotr dos filmes eu concordo, mas se for as personagens dos livros eu discordo pois no legendário do tolken existem muitos exemplos de personagens femininas muito importantes
Mara Sobreiro
January 14, 2016 @ 2:51 pm
Em contraponto à Zoey Deschannel, tem a irmã dela, Emily Deschannel que faz a protagonista da série Bones e que com certeza vai contra todos esses estereótipos 🙂
Guilheme
February 9, 2015 @ 6:36 pm
Olá, parabéns pelo texto, muito interessante e real. Só gostaria de fazer uma colocação sobre o fato da trilogia Millenium não passar no teste de Bechdel. No livro ha vários momentos que a Salander conversa com personagens femininas sobre diversos assuntos, principalmente com suas companheiras.
Bruno Ortega
February 10, 2015 @ 8:22 am
Você so esqueceu de mencionar que “Diário da Princesa” é um livro escrito por…… Uma mulher. (Meg Cabot)
Larissa
February 11, 2015 @ 12:10 am
Sim, e no livro ela não passa por essa transformação! Ela continua a mesma até o final da série. Inclusive a princesa, no livro, sempre comenta que fizeram um filme sobre a vida dela totalmente distorcido (e o filme de fato existe hahaha). Enfim, só pra deixar claro que essa transformação não está nos livros. Existem outros estereótipos nos livros de Mag, mas um ponto que achei positivo foi ela não ter colocado essa transformação em O Diário da Princesa!
Rafael
September 5, 2015 @ 12:19 am
Nada a ver, já vi tanta mulher se pegar no tapa e arranhões, sai o tempo todo vídeo na net, pessoa que escreveu isso, em que mundo vc vive? ???
Gaby
December 12, 2016 @ 4:20 pm
Provavelmente deve viver em um mundo real, onde as pessoas convivem umas com as outras ao invés de achar que vivencia tudo que vê no YouTube…
Lilian
September 5, 2015 @ 12:43 pm
Muito bom o texto, só achei que O Senhor dos Anéis deveria ser considerada o ano e o contexto histórico em q Tolkien escreveu os livros
Roberta
September 7, 2015 @ 11:54 pm
Olá, não entendi por que a personagem do filme Milenium está nesta lista.
Carol
March 22, 2016 @ 1:39 am
A Alison Bedchel NÃO é humorista Aliás bem longe disso Os principais trabalhos dela são bem dramáticos
Ela é uma quadrinista premiada além de ser pro LGBT por ela mesma ser lésbica
O teste surgiu por causa de uma das tirinhas dela questionando o tipo de relação entre personagens feminina nos filme
Uma pesquisada rápida e você encontra isso tudo fácil fácil
Se tiver oportunidade leia Fun Home dela
Lara Vascouto
March 22, 2016 @ 12:57 pm
Ops! Escrevi outro texto sobre isso dia desses (http://www.nodeoito.com/teste-uteis-minorias-no-cinema/) e já tinha percebido o meu erro, mas esqueci de fazer a correção. Agora já está feito. Obrigada por me lembrar!
Steh
February 6, 2015 @ 12:25 am
Além de filmes, vale muito a pena um post desse sobre livros, só George salva! Ultimamente, estou inconformada com a quantidade de personagens fracas na literatura, dá até desânimo =/ histórias muito legais que poderiam ser mais legais ainda se tivessem personagens femininos forte. Adorei o post =)
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:18 pm
Bem lembrado, Steh! É uma tristeza. Já que entramos nesse assunto, aproveito para te recomendar dois livros que acabei de ler agorinha: Americanah, da Chimamanda Ngozi Adichie; e Tempo entre Costuras, da Maria Dueñas. Gostei muito! Obrigada pelo comentário! 🙂
Ariane
February 12, 2015 @ 3:38 pm
Olha, passa por transformação sim.
Mariana
February 6, 2015 @ 1:42 am
Achei o post genial, ri muito mas preciso fazer um adendo:
“sinceramente, quem são essas mulheres que simplesmente largam tudo para ir achar um carinha que elas nem conhecem direito em outra cidade ou até outro país?” – prazer, eu. hahahahahahahaha eu só sabia que era amor e corri atrás. E estamos casados ok? hahahahahahahaha e parabés de novo pelo post (e muito amor pro George! <3)
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:23 pm
Hahahaha! Prazer, Mariana! Adorei seu comentário! Bom saber que pelo menos uma dessas mulheres míticas existe! Beijo!
lEMON
May 29, 2017 @ 6:22 pm
Eu também sou uma dessas mulheres, e o contrário também já aconteceu na minha vida. Ele veio de outro país com a vida já arranjada por lá para viver aqui comigo. E hoje em dia isso tem acontecido cada vez mais por causa do uso de sites de namoro pela internet (o que não foi o meu caso). Assim como a escritora do blog decidiu largar São Paulo para ser feliz com menos perto da praia, é muito possível sim alguém decidir que será mais feliz com um amor do que com a conta bancária recheada.
Um beijo.
Claudia
June 2, 2017 @ 4:22 am
Comigo não foi assim. CRUZEI O PAÍS PARA ME CASAR, VENDI TUDO E QUASE PERDI UM DOUTORADO. CHEGUEI SEM TER SEQUER ONDE FICAR, com o bebê (filho dele) no colo e O CARA ME FALOU QUE NAO IA CASAR E que tava com outra. Não sou a única, infelizmente, a ter passado por isso…
Natália
February 7, 2015 @ 11:37 pm
Outro livro que eu noto o protagonismo feminino – apesar de se falar muito de relacionamentos – é Orgulho e Preconceito. Tendo em vista a época em que foi escrito, é muito revolucionário o jeito que a personagem Elizabeth Bennet pensa.
Muito legal o post! Falta muito essa reflexão tanto nos produtores, quantos nos consumidores de cinema.
Lu
February 8, 2015 @ 2:24 pm
Tem ainda alguns autores que se salvam. Tipo o Rick Riordan, para os que, como eu, gostam de aventura. As personagens dele são bem variadas e quebram muitos esteriótipos. Enfim, amei o texto.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:46 pm
Obrigada por compartilhar, Lu! 🙂
Luana
February 6, 2015 @ 3:26 am
Excelente!
Denise
February 6, 2015 @ 5:34 pm
Adendo 2. Nunca viu mulher cair no tapa? Eu já vi sim! é tão comum! E muitas vezes em situações ridiculamente absurdas. Ainda não em casamento, pq não vou a muitos. rs.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:26 pm
Que coisa, Denise! Felizmente nunca vi mesmo! Hahahah!
Mary
February 6, 2015 @ 3:44 am
Adorei o texto! Já havia reparado em inúmeros desses clichês, mas nunca realmente prestado atenção ou analisado o que vinha por trás dessas escolhas que se tornaram tão comuns em nosso dia-a-dia que quase nem registramos mais. Hollywood tem sido basicamente o mesmo por anos, mudando apenas a faceta, mas aos poucos – bem devagarinho – acredito que vai mudando o estilo. Torço por isso pelo menos! Essas situações descritas acima são até muito irreais, nos vemos sonhando em ter aquilo sendo que, no duro, não teremos e acabamos ficando frustradas =P É legal fantasia, mas desde que juntamente com uma dose de realidade, ai fica ainda melhor!
Bjs!
@mariapsalles
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:28 pm
Com certeza, Mary! Precisamos ficar mais atentas. Beijo!
Bru
February 6, 2015 @ 4:15 am
Oi! Cai no seu blog e achei seu texto muito interessante e inteligente – e verdadeiro, infelizmente. Eu estudo cinema – sou uma das sete mulheres de uma turma de 60 pessoas – a onde roteiros com mulher como personagem central é inexistente. Fiquei aqui pensando em comentar algo muito inteligente, mas não saiu, então deixa pra lá.
Beijos 🙂
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:34 pm
Obrigada pelo comentário, Bru! É triste ter a confirmação dos próprios profissionais da indústria desse desequilíbrio gritante. Te desejo toda a sorte! Beijo!
Adriana
February 6, 2015 @ 10:12 am
Oi Lara, gostei muito do seu texto e acredito nessas coisas que você falou. Mas eu entendo que esses diretores (principalmente de indústria, mas não só eles) fazem as coisas assim por que eles enxergam o mundo assim – muito mais do que o desejo de perpertuar algo, há a “ingenuidade” da incapacidade de enxergar a mulher. A gente vê coisas diferentes quando vê diretores de países onde, talvez, as relações de gênero tenham outros vieses, não sei… Mas, em se tratando de filme comercial, é muito difícil mesmo. As mulheres vão ver Ingrid Guimarães no cinema e eu disse: Não quero nem saber o discurso desse filme, como se mulheres fossem mesmo “loucas pra casar”. Infelizmente nós mulheres também estamos enredadas nessas mentiras.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:40 pm
Oi Adriana! Pois é, entendo o que você quer dizer. Não acho que existe uma sala de comando escondida nas montanhas onde os executivos de Hollywood planejam diariamente novas formas de diminuir e enfraquecer a presença das mulheres no mundo. Mas o modo como eles enxergam o mundo é resultado de séculos de machismo e desigualdade de gênero e é isso que a gente tem que lutar para mudar. Obrigada pelo comentário! 🙂
Janaina Rico
February 6, 2015 @ 11:49 am
Que texto delicioso!
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:41 pm
Que bom que gostou, Janaina! 🙂
Silvânia Alves
February 6, 2015 @ 12:25 pm
Perfeito o seu texto.
As industrias cinematográficas tendem a criar esteriotipos de mulheres que sabemos que não existem.
É como você disse, é sempre a mocinha julgada feia que passa um batom, alisa os cabelos e fica linda de repente…ou que não pode trabalhar, ter filhos e marido.
Somos muito mais que as “mocinhas” de Hollywood.
http://www.detudopouco.com.br/
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:44 pm
Que bom que gostou, Silvânia! Obrigada pelo comentário!
Elena Veríssimo
February 6, 2015 @ 12:48 pm
Concordo que Hollywood poderia se esforçar para representar mulheres “reais” e sair da zona de conforto dos esteriótipos. Poderia ter um papel não só educador, mas também interventor em relação as mulheres que eles representam. A crítica é sempre válida, no entanto, acredito que Hollywood, como uma mega indústria, apenas reproduz uma visão (majoritariamente de homens) das mulheres, sem querer debater ou até mesmo reproduzir histórias mais interessantes do ponto de vista real do papel da mulher na sociedade. Discordo da análise de um dos esteriótipos: não acho que a lógica funciona da forma que foi colocada de que “uma mulher só pode ser focada no trabalho se esse trabalho for muito incrível”. Vejo a questão de forma contrária! A sociedade obriga a mulher a ter que fazer essa escolha por partir do pressuposto de que ela deve cuidar da família e, se quiser, tenha uma carreira que não seja a doméstica, em segundo plano. Quando escolhe pela carreira, ela consegue progredir com mais facilidade, se comparada a mulheres que têm que dividir seu tempo para cuidados dos filhos e marido. E, mesmo que tenha condições de ter uma babá ou algo do tipo, vive com a culpa de que não está presentes em casa. A tal carreira incrível é, na verdade, um reflexo da escolha exclusiva da carreira dessas mulheres. Não uma incapacidade que Hollywood acha que as mulheres possuem.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:46 pm
Sua reflexão faz muito sentido, Elena! Obrigada pela contribuição!
carol
February 6, 2015 @ 3:37 pm
Ótimo texto. Eu meio que parei de ver boa parte dos filmes hollywoodianos,na real,pq eu só vejo estereótipos em cima de estereótipos. Eu nunca vejo nada de novo.
E depois de tomar conta de algumas coisa sobre a questão de sempre haver a hipersexualização da mulher,objetificação e muito machismo ficou-me ainda mais intolerável,e repulsivo.
Inclusive o que você falou me lembrou de outro texto que li a pouco tempo,sobre as “cool girls”. Vou deixar o link pra vc dar uma olhada,caso não tenha visto:
http://lugardemulher.com.br/o-que-aprendi-com-a-cultura-pop-sobre-quem-nao-quero-ser/
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:51 pm
Caramba, muito bom o texto! Eu li o Garota Exemplar (Gone Girl, no original) há um tempinho atrás e lembro de quase ter deslocado o pescoço concordando loucamente com esse trecho sobre as ‘cool girls’! hahaha! Obrigada por compartilhar, Carol!
Aimara
February 6, 2015 @ 3:37 pm
Bom esta é a minha primeira vez aqui e eu só costume consegui pensar “putz, com eu não tinha reparado nisso antes? “. Meu parabéns seu texto tem uma fluidez incrível, é realmente engraçado e baseia-se em fatos, porque se olhar direitinho todos os filmes citados realmente são desse jeito e eu consigo pensar em muitos outros.
Parabéns eu com certeza vou continuar vindo aqui e me deliciando com seus textos.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:55 pm
Obrigada, Aimara! Volte sempre, sim! Estou sempre postando coisas novas. Beijo!
Valéria
February 6, 2015 @ 3:46 pm
É isso aí! Esses filmes me cansam demais! Concordo com quase tudo que você disse. Só preciso fazer uma observação. Eu já vi MUITAS vezes mulheres se pegando nos tapas, socos, arranhões, puxões de cabelo e rolando no chão. Mais precisamente do ensino fundamental ao médio, pelo menos de vez em quando rolava uma briga dessas nas três escolas que estudei nesse período (de classe popular à média). É uma prática ridícula e absurda, mas real. Pelo menos entre adolescentes. É lamentável e assustador…mas comum (dê uma googlada “meninas brigam na porta da escola”).
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 7:59 pm
Nossa, tenho até medo de procurar no Google, Valéria! Lamentável, né? Obrigada pelo comentário!
jessica
February 6, 2015 @ 4:02 pm
Achei maravilhoso o post, tudo extremamente relacionado com o machismo na nossa cultura. Tirando o argumento da mulher desastrada, não vejo muito machismo nisso, até pq também tem bilhões de filmes com personagens homens desastrados… mas enfim, ótimo texto, ótima reflexão.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 8:10 pm
Oi Jessica! Acho que tem o fator ‘humor’ que faz com que a personagem da mulher desastrada seja tão comum (até porque esse tipo de humor é fácil e traduz bem para o mundo todo), mas tem também muita preguiça por parte dos roteiristas, né? É mais um exemplo da incapacidade dos roteiristas em escrever mulheres de forma realista. Mas entendo seu ponto! Obrigada pelo comentário! 🙂
Ana Paula
April 19, 2016 @ 4:01 pm
“Mulher nerd e desastrada”. Prazer, eu, rs. Pra falar a verdade, esse é um estereótipo que eu raramente vejo, porque raramente se dá a oportunidade à personagem feminina de ser nerd. Gostaria de ver mais filmes assim, principalmente se a moça 1) não for uma “nerd falsa”, ou seja, aquela mulher que se faz de nerd só pra agradar o crush, esse sim nerd de verdade 2) não precise ser popular e dar uma repaginada pra ser feliz e 3) exista de verdade e não seja um robô ou uma figura idealizada da cabeça de um homem nerd. Representatividade!
Jefferson
February 6, 2015 @ 4:52 pm
Nada contra, mas isso também existe em personagens masculinos. Veja Bem, só nesse post foram mostrados 6 tipos de estereótipos, e existem muito mais, tanto em personagens masculinos quanto femininos. Estereótipos e/ou arquétipos são fundamentais pra construção de um personagem e uma história, é quase impossível fugir disso.
E por último, cinema/tv é um negócio como qualquer outro, e como tal, precisa dar lucro, e a maioria das empresas prefere investir no que já vem dando certo. É a melhor coisa do mundo? Não sei, pra mim não serve, mas é um produto que vende para a grande maioria do público.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 8:37 pm
Oi Jefferson! Com certeza, estereótipos existem de tudo quanto é coisa e são usados exaustivamente na construção de todo tipo de personagens. O problema é quando um estereótipo reforça uma desigualdade que precisa deixar de existir – e pode ter certeza de que a influência do cinema e da televisão na sociedade é bem real. Basta ver, por exemplo, o estudo que descobriu que assistir TV diminui a autoestima das crianças (a não ser que essas crianças sejam meninos brancos – http://edition.cnn.com/2012/06/01/showbiz/tv/tv-kids-self-esteem/). Por isso e muito mais é tão necessário que todos os estereótipos nocivos deixem de ser usados. Obrigada pelo comentário! 🙂
Ana
February 7, 2015 @ 2:49 am
Mas acho interessante que, algo que me incomodava no cinema hollywoodiano até uns tempos atrás, era que a mocinha era sempre perfeita. Poxa, nada a ver com a gente, né? Aos homens, a liberdade de ser o “esquisito” o atrapalhado, enquanto nem a unha podia quebrar. O estereótipo da “atrapalhada” em algum momento libertou. Mas concordo muito que cansou. Como vc diz, a gente até sabe qual vai ser o próximo tropeço.
Lara Vascouto
February 7, 2015 @ 12:44 pm
Concordo plenamente, Ana! Obrigada pelo comentário!
Carolina
February 6, 2015 @ 4:55 pm
Olá!! realmente, concordo com esta triste realidade! Já larguei mão da maioria desse tipo de filme, não que não goste de comédia romântica, existem umas muito boas, que fogem a este esteriótipo! Mas enfim, posso perguntar uma coisa, perdoe minha ignorância, mas não entendi porque você usou estes exemplos no último esteriótipo; “Trilogia Star Wars (original), Trilogia Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe, Tomb Raider, Millenium: Os Homens que não amavam as mulheres, ” já vi todos esses filmes muitas vezes, e não vi isso, que as mulheres não se falam a não ser que seja sobre homens…principalmente em Millenium, a personagem feminina principal (Lisbeth) é tão não estereotipada e badass…confesso que não entendi. Assim como a Leia, do Star Wars, ela nem tem outra mulher pra conversar! Rs, enfim, acho que estou achando pelo em ovo, hehehhe desculpa, só gostaria de entender seu ponto de vista!!
Um abraço
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 8:48 pm
Oi Carolina! Imagina! Não tem nada de ignorância, não. Eu usei esses exemplos justamente para mostrar que mesmo quando um filme apresenta fortes personagens femininos (como é o caso de todos eles), mesmo assim muitos deles não passam no teste Bechdel. O que acontece muito nos filmes de Hollywood é apresentar apenas uma personagem feminina forte entre muitos personagens masculinos incríveis (como é o caso da Leia, de Star Wars) ou, se apresenta mais de uma, elas nunca chegam a conversar (como é o caso da Arwen e da Éowyn, de Senhor dos Anéis, por exemplo. E se os roteiristas tivessem colocado as duas para conversar, eu tenho medo de que elas acabariam vivendo outro estereótipo saindo no tapa por causa do Aragorn. hahahaha). Obrigada pelo comentário! Beijos!
Heloisa
February 6, 2015 @ 6:29 pm
Excelente artigo. Eu fico assustada com o conteúdo das comédias românticas. Teoricamente são filmes dirigidos ao público feminino, mas todas elas trazem sempre um blá blá blá tão clichêzento, tão moralista, com personagens tão esteriotipadas, que dói.
Dessa lista, eu só tenho uma ressalva quanto a Millenium: Os Homens que não amavam as mulheres. Infelizmente o filme ficou muito curto em relação ao livro e não lhe fez justiça. Mas toda a trilogia é focada na violência contra mulher e há várias personagens femininas interagindo entre si em tom de sororidade. Inclusive há personagens que abrem mão da antipatia por uma outra para lhe ajudar contra um abusador. As pessoas normalmente têm uma ideia errada sobre Millenium principalmente por conta da cena de estupro, mas a trilogia fala praticamente sobre os desafios de ser mulher, mesmo num país como a Suécia.
Lara Vascouto
February 6, 2015 @ 8:51 pm
Oi Heloisa! Confesso que não cheguei a ler a trilogia; só vi o filme mesmo! Agora fiquei com vontade de ler. 🙂 Obrigada pela contribuição!
Fábio
February 7, 2015 @ 12:08 am
4.4% de 100 filmes = 4.4 filmes. Pode isso, Arnaldo?
Lara Vascouto
February 7, 2015 @ 12:43 pm
Oi Fábio! Não sei os detalhes da pesquisa, mas se você quiser pesquisar, o link da onde tirei a informação segue abaixo. Talvez alguns filmes tenham sido co-dirigidos? Pequena Miss Sunshine, por exemplo, foi dirigido por um casal (Jonathan Dayton e Valerie Faris) e os irmãos Coen dirigiram muitos filmes em parceria. Não é exatamente um fenômeno raro. Obrigada pelo comentário!
http://www.nytimes.com/2015/01/25/movies/on-many-fronts-women-are-fighting-for-better-opportunity-in-hollywood.html?_r=1
Ana
February 7, 2015 @ 2:44 am
Adorei. Só acho que “Noivas em Guerra” foge um pouco, pois elas brigam por algo banal que é ter o “casamento dos sonhos” (não que o casamento seja banal, mas a cerimônia, como elas pensam, é banal), pouco importa o homem que esteja ao lado – ao menos, foi a impressão que me passou o filme, pelo qual não dava nada e dei boas risadas. No mais, sério, deviam fazer mais Alissons Dubois (da série Medium) ou Alicias Florricks (e, com o nome de solteira, inclusive – da série The Good Wife), ou mulheres que se desdobram para salvar o mundo e cuidar das crias – o que é mais próximo da realidade mas também, sobretudo nos citados, se torna interessantíssimo para o espectador – antes que digam que o “real” não vende.
Lara Vascouto
February 7, 2015 @ 12:51 pm
Com certeza, Ana! O real vende, sim, e provavelmente até mais, mas essa galera simplesmente não parece disposta a apostar a galinha dos ovos de ouro. Obrigada pelo comentário!
Túlasi
February 7, 2015 @ 3:20 am
Adorei o texto! Muitíssimas verdades. De cabeça, cito poucos filmes q gostei e q não possuem esses defeitos (tirando os biográficos) mas “Não sei como ela consegue” “como se fosse a primeira vez” “legalmente loira” (esse é incrível pq ele zomba do estereótipo da loira burra e incompetente) me satifizeram nesses quesitos. Filmes de ação, drama e ficção costumam ter boas personagens mas q quase nunca são objeto da produção. Livros são igualmente pobres nesse sentido.
Ps: adoro ler textos que tratam assuntos bacanas como esse, de uma forma tão acessível. Parabéns! Seguirei o site daqui p frente 😉
Lara Vascouto
February 7, 2015 @ 12:53 pm
Que bom que gostou, Túlasi! Obrigada pela contribuição. 😀
Túlasi
February 7, 2015 @ 3:28 am
Outro problema das produções cinematográficas é que elas estão tão previsíveis que é quase certo vc conseguir advinhar o filme cena a cena (eu faço MTO isso, deixo meu marido doido kkk) Interestelar e Mulheres, o Sexo forte são muito bons!
Carlos Barcellos
February 7, 2015 @ 12:18 pm
Muito bem escrito, porém, como os roteiros que menciona, também cheio de estereótipos. Estes mesmos papéis e personagens são vividos por homens, heteros ou não. É apenas o modo como um americano patrão vê a vida, ou, pelo menos, como ela deveria ser. Bons exemplos de filmes com protagonistas são Diabo veste prada, Vidas Cruzadas, A cor púrpura do Cairo, Inverno da Alma e até filmes mais lights, como Salt e Gravidade. Poderia dar vários exemplos de filmes masculinos com os mesmos clichés que mencionou, mas fica como dever de casa! 😉
Lara Vascouto
February 7, 2015 @ 12:55 pm
Obrigada pelo comentário, Carlos! Deixo para você o dever de casa de ver a minha resposta aqui nos comentários para o Jefferson. 😉
Laura
February 7, 2015 @ 12:22 pm
Assistam o filme “The Five-Year Engagement” e chorem de tristeza com o conjunto de esteriótipos: Uma mulher precisa se mudar para estudar e o noivo a segue. Ele fica completamente infeliz na cidade e vai embora. Ela fica completamente infeliz sem o grande amor e depois descobre que só conseguiu ter sucesso em sua tese por que acabou tendo um romance com seu professor. Ela decide voltar à cidade natal atrás do ex-noivo (que é um chef bem sucessido) e eles se casam e vivem felizes para sempre.
Super inspirador!!! sqn
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:43 am
Não assisti esse, Laura – ainda bem! Obrigada por compartilhar!
Satine
February 8, 2015 @ 7:07 pm
Conheço o filme e me animei pra ver por causa da Emily Blunt. Realmente, é horrível. É horrível como a protagonista se apresente e é horrível como a irmã dela se apresenta (mais uma que não queria ser mãe, mas descobriu que a maternidade é a melhor coisa do mundo, todo mundo deveria ter um filho e Zzzzzzz)
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:40 pm
Hahaha! Dá muita preguiça, mesmo!
Francine
February 7, 2015 @ 12:37 pm
E quando a mulher é frágil, chorona e é disputada pelo pai e por um homem que gosta dela? quando ela, por ser fraca e ser emocionalmente frágil, é a causa das coisas darem errado? há vários filmes assim… mas o último que vi assim me deixou completamente pasma…. saí até triste do filme, me sentindo humilhada, sabe? estou falando de transformes, filme de 2014, …. é triste pensar que em 2014 as pessoas ainda pensam assim… ah, outra coisa desse filme, era pai e filha (mão tinha morrido) e a filha, adolescente, que cuidava do pai (fazia comida e talz, coisas de escrava de casa)…. mew… é triste. Outro filme tbm que saí humilhada do cinema foi “quero matar meu chefe 2” (tb 2014)… só homens como protagonistas, tendo super ideias … aparece uma meia dúzia de mulheres, todas elas relacionadas à sexo: gostosonas, que passam por algum protagonista distraindo sua atenção (pelo simples fato de passar por ele) e estragando as estratégias lá, uma outra mulher era viciada em sexo, a outra era dona de casa que cuidava de 3 filhos (y) o maior diálogo foi a viciada em sexo, querendo fazer sexo, olha que beleza!
Adorei seu post, mas ainda há vários estereótipos ruim de mulheres 🙁
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:42 am
Obrigada pelo comentário, Francine! Realmente, é muito triste a humilhação a que esses filmes nos sujeitam. Com certeza, dá ainda para escrever muitas continuações desse texto se a gente quiser falar sobre todos os estereótipos ruins de mulheres! Um abraço!
jackson
February 7, 2015 @ 6:39 pm
muitíssimo interessante o texto. escrevi umas linhas sobre a misoginia do cinema nacional, mas, depois de ler seu blog, percebi o quanto fui raso – espantosa e infelizmente, o machismo acontece em todo cinema.
abraços!
p.s. aqui o texto a que me referi: http://helloimjackson.com/2015/02/01/o-cinema-brasileiro-e-machista/
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:38 am
Oi Jackson! Não achei seus textos nem um pouco rasos – gostei muito (tanto que acabei lendo também sua crítica ao E aí, comeu?)! Obrigada por compartilhar! Um abraço!
Janio Pablo
February 7, 2015 @ 7:35 pm
O que penso ao ver algumas postagens “feministas”. Cria uma antipatia por parecer que estas escritoras, revolucionárias são justiceiras, e não heroínas. Afastando uma outra parte de uma visão que é latente na minha cabeça: A lucratividade e parcialidade das mulheres que estão vivendo (e muito bem) sobre os “arquétipos e estereótipos” mencionados; As mulheres são responsáveis pois muitos dos itens mencionados agradam ao público feminino (filmes de mulherzinha); Homem gosta de “porrada”, Kill Bill do Quentin Tarantino agrada e muito aos homens (questão de gosto, perfil) – no meu ver não agrada o público feminino.
A maioria destes textos afasta o público masculino. Por pensar que, é o mesmo mi, mi, mi das “feminaizes”. Debata com as mulheres, amadureça o gosto por qualidade, crítica… Parem de focar no sistema, machismo. Incentivem através de pesquisas como: Qual desses filmes você escolheria? a),b),c). E apresentem uma conclusão. Foquem a crítica na sua classe (pelo menos umas vez eu queria ver um texto assim). Obs.: Falo com certa imparcialidade por ter sido criado numa família matriarcal; Algumas das minhas conclusões, generalizações são induzidas por senso comum (o que observo); Sou pró e não contra!
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:34 am
Oi Janio! Obrigada pelo comentário! Acredito que textos de temática feminista criam antipatia somente em pessoas que se sentem desconfortáveis ao terem sua visão de mundo e seu papel no mundo confrontadas e questionadas. De certa forma, falar sobre desigualdade de gênero é clamar para que as pessoas assumam responsabilidades e estejam dispostas a mudar – e isso irrita muita gente (tanto homens como mulheres). Claro que muitas mulheres também ajudam a propagar essa desigualdade – afinal, pegando o contexto do texto, muitas mulheres escrevem e dirigem filmes com todos os estereótipos femininos mencionados e muito mais – e isso não poderia ser diferente, dado que estamos todos inseridos no mesmo sistema. Por esse motivo, falar sobre isso é essencial, até porque muitas vezes nós não percebemos as nuances do machismo até que alguém nos mostre por a+b. Também não acho que existe uma fórmula certa para falar sobre desigualdade de gênero, como você sugere. Todas as formas são válidas (desde que não incluam violência, é claro). Te encorajo, até, a trabalhar a questão da forma como você sugeriu. Afinal, não é só mulher que deve querer e lutar por igualdade. Um abraço!
Lilith
February 15, 2015 @ 1:37 pm
e eu sugiro, Janio, que você pesquise sobre mansplaining e pare de dar sugestões!
Lucas
February 7, 2015 @ 9:07 pm
Muito bacana o texto e totalmente verdadeiro.
Porém gostaria de fazer duas observações. Na trilogia O Senhor dos Anéis há a personagem Galadriel, rainha élfica de Lorien e a mais poderosa dos elfos na Terra Média. Em todos os filmes em nenhuma cena onde ela aparece suas falas giram em torno de homens e sim da vindoura guerra do anel e do fardo carregado por Frodo.
A segunda observação é que o Martin não é autor de Game of Thrones pois esse é o nome da série de TV e não da obra literária.
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:19 am
Oi Lucas! A Galadriel é a realmente a única personagem feminina da trilogia a ter um papel mais ou menos destacado (isso nos livros), mas para o filme passar no teste ela teria que ter falado com alguma outra mulher sobre a guerra do anel. Infelizmente, isso não acontece, então o filme não passa no teste.
Sobre o Martin – tenho certeza de que você me perdoa por ter preferido economizar palavras e explicações ao usar o nome genérico. 🙂 Além disso, o George participa da produção da série também e até escreve episódios de vez em quando. Obrigada pelo comentário!
Janio Pablo
February 19, 2015 @ 10:40 pm
Fiz a pesquisa que me sugeriu. Já vi muito disso no quesito “eu tenho o poder”. Minhas chefes sempre foram assim. Eu poderia denomina-las “womansplaining”? Fiz um comentário hipotético do porquê os homens se afastam. Você, Lilith, é a prova viva disso! Sugestão não é imposição. Seja um pouco menos desagradável, por favor. E a autora deixo aí o bom exemplo do que eu estava tentando falar “justiceira, e não heroína”. Já aplico nas minhas aulas de sociologia a conscientização da mulher no séc. XXI. E, certamente colocarei essa pesquisa no plano de aula.
Andréia
February 7, 2015 @ 11:17 pm
Oi, Lara. Trabalho como produtora cinematográfica há 13 anos. Alguns amigos indicaram teu texto. Há informações relevantes, principalmente os dados apresentados; no entanto, essa crítica possui uma falha tremenda: ignora o contexto em que a “indústria hollywoodiana” está inserida, isto é, a sociedade estadunidense.
Provavelmente, você já ouviu falar do “American way of life”. Em suma, qualquer indivíduo, independentemente das circunstâncias do seu passado, poderia aumentar sua qualidade de vida mediante determinação, trabalho duro e habilidade. Esse é o elemento-chave de Hollywood. De quebra, esse elemento é temperado pelas paixões.
Em geral, parte dos filmes mostram pessoas que, por meio da determinação, do trabalho duro e da habilidade, alcançaram o “sucesso profissional”. Outra parte destina-se àquelas pessoas que já alcançaram o “sucesso”, mas perceberam o sacrifício (físico, emocional e outros) realizado. Portanto, uma parte dos filmes seria o sonho e a outra parte uma crítica ao sonho.
Expressa-se isso, principalmente, por meio dos personagens. Com toda a experiência adquirida, a “indústria” já estabeleceu padrões comportamentais para personagens tanto masculino quanto femininos. Esse é o ponto. Não se trata de nos (mulheres) diminuir, mas de mostrar os benefícios e os malefícios do American Way of life, sob diversas perspectivas.
“Mulheres cujas vidas se transformam com um bom trato no visual” – A vida não se transforma por um trato no visual. Em geral, ela se modificou por dentro (adequando-se ao “estivo de vida americano”) e expressou isso pelo visual.
“Mulheres deslumbrantes, mas desastradas” – Em geral, uma paródia ao American Way of life.
“Mulheres que privilegiam a carreira em detrimento da vida pessoal (e descobrem que são terrivelmente infelizes por isso)” – O sujeito desse tópico deveria ser “Mulheres/Homens”, afinal isso é uma faca de dois gumes.
“Mulheres que largam tudo pelo ‘verdadeiro’ amor.” – Novamente, deve-se incluir os homens no sujeito.
Enfim, não tiro o mérito do teu texto, afinal trata de uma possibilidade; porém, esse é apenas o teu prisma moldado de acordo com as tuas convicções. Há uma infinidade de possibilidades em outros horizontes, Lara. Recolha essa âncora e navegue.
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 10:47 am
Oi Andréia! Obrigada pela sua contribuição! Concordo com você que existem inúmeras possibilidades que explicam por que as histórias e personagens são criados do jeito que são em filmes hollywoodianos. Como eu disse em outro comentário, não acho que os executivos de Hollywood se reúnam semanalmente em uma sala de comando escondida nas montanhas para planejar novas formas de oprimir as mulheres. Mas nada disso muda o fato de que essas personagens e essas histórias – da forma como são criados e pelo motivo que for – fortalecem uma desigualdade e um sistema de opressão que precisam deixar de existir. A questão não é tanto o porquê e sim os efeitos que isso sobre nós. Menciono novamente o estudo que descobriu que assistir TV faz com que a autoestima das crianças afunde, a menos que você seja menino branco. A representação que uma mulher (ou qualquer grupo) tem na mídia afeta a forma como essa mulher se enxerga no mundo e é a isso que temos que nos atentar. Obrigada novamente pelo comentário!
Eduardo
February 9, 2015 @ 4:26 pm
Perfeita a análise, Andréia. Tentei tocar no mesmo ponto em outro comentário, enrolei, enrolei e não consegui transmitir essa tua ideia.
Um outro detalhe, muitas das atrizes que fizeram os papeis citados poderiam dar a cara a tapa e simplesmente dizer não aos papeis/roteiros. E claro, alguém dira “se a atriz x não aceitar, a atriz y vai”. Possivelmente sim, mas se a atriz x carregar a bandeira, tenho certeza de que terá algum efeito. Imagino que, ao menos hoje em dia, a Ellen Page diga mais não do que sim aos roteiros que chegam à ela.
Hudson
February 8, 2015 @ 1:11 am
achei interessante, mas no ultimo caso (mulheres que não se falam) citar senhor dos anéis é meio estranho. o filme foi baseado em um livro em que o foco não é o público feminino. do mesmo jeito que filmes direcionados a mulheres não contém guerras e provações de coragem, acredito que senhor dos anéis não deveria acrescentar conversas longas entre mulheres
Lara Vascouto
February 8, 2015 @ 11:12 am
Nem me fale, Hudson! Adoro Senhor dos Anéis (tanto os livros como os filmes) e acho uma grande pena os livros não terem personagens femininos fortes e/ou relevantes. Eu citei os filmes porque neles houve uma tentativa consciente de inserir mulheres fortes, mas mesmo assim eles falham no Bechdel. Obrigada pelo comentário!
Karen Araujo
February 8, 2015 @ 12:37 pm
É de chorar. Outro dia estava lendo uma matéria sobre como funciona o sistema de promoção para angariar votos para o Oscar e um dado me chamou muita atenção: 94% das pessoas que votam são brancas, e 77% são homens, é tão absurdo e explica coisa pra caramba.
Tulio
February 8, 2015 @ 1:18 pm
Gostei do seu texto, realmente muito bom e interessante. Só colocaria uma ressalva, já vi mulheres brigando, porrada da braba, e sem puxão de cabelo (dizem que isso é briga de mulher, puxar cabelo, arranhar, esquece, só soco e chute mesmo). Elas ocorrem sim, a ressalva que faço é que nunca vi uma briga pelos motivos que tem em comédias românticas e outros filmes. Usam a briga delas para tornar a cena cômica, quando de fato é ridícula pois, nestes casos, como você cita bem, resolveriam no máximo com ofensas verbais.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:51 pm
Você é a terceira pessoa que comenta aqui que já viu mulheres saindo na porrada, Tulio! Estou chocada! hahahah! Obrigada pela contribuição!
Rodrigo
February 8, 2015 @ 1:24 pm
Apesar de ter visto poucos filmes desta lista, eu concordo totalmente que esses estereótipos devem ser abolidos. (É impressão minha ou a maioria dos filmes é para o público feminino mesmo?)
Com pequeno aperto no peito, por ser fã de Star Wars, admito que na trilogia original a participação feminina é mínima e noto que as personagens femininas poderiam até ser descartadas que a trama não sofreria nenhuma mudança drástica, o que é uma pena, por que tudo isso só empobrece a história e o filme, (o que me consola um pouco é pensar que é um filme antigo e tal). Mas sim, esperamos que cada vez mais Hollywood se preocupe em fazer filmes que passem no teste de Bechdel com louvor!
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:50 pm
Pois é, Rodrigo. Dá uma dor no coração quando percebemos que os filmes que a gente ama poderiam se encaixar nessa lista de estereótipos e muitos outros. Obrigada pelo comentário!
Theo Andrade Avellar
February 8, 2015 @ 4:18 pm
Oi, gostaria de passar minha visão, como um homem desta sociedade, sobre tamanho texto feito por você. Esses tais motivos q Hollywood deveria parar de usar, pois, ao seu ver, devem ter sido escolhidos, roteirizados e aplicados em filmes obviamente por empresas que são 100% machistas e opressoras, como por exemplo a Disney, que fez o filme Enrolados exatamente para discriminar a mulher q tropeça em seu cabelo! Por favor minha querida, vê se tem um pouco de consciência nesta sua cabeça, que só consegue enxergar atrocidades dos homens contra as mulheres. Esses “esteriótipos femininos” que você diz que são contra as mulheres, são, ao meu ver, coisas do dia a dia, que para se dar emoção, humor, consistência a um filme, são utilizados por Hollywood, você diz q filmes com mulheres desajeitadas sao esteriotipos q n se devem ser usados, mas você ja assistiu, por exemplo, os 3 patetas? n se assemelha a sua descrissao? E voce ja viu uma conversa de homens? Se voce conversasse com um, vo ce perceberia como eh, eh bem diferente a conversa de homem para homem da de homem para mulher, nos adoramos falar sobre mulheres, e assim devia ser o contrario, n vejo erro nisso, se por exemplo, uma comedia romantica de 2 mulheres desuputando um homem, voce prefere elas falando do homem, ou sobre como eh o ideal feminino nessa sociedade machista? Estou escrevendo esse texto pois o seu texto, assim como o meu deve fazer, me indgnou bastante, ve se cria um cerebro e faça algo de util desta vida, passar bem
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:56 pm
Oi Theo! Poxa, eu estava torcendo pra encontrar alguma informação ou argumento interessante/relevante no meio desse seu textão revoltado, mas tudo que eu encontrei foi um discurso desconexo e cheio de ofensas. 🙁
Mateus Pessoa
February 8, 2015 @ 5:58 pm
Parabéns pelo post!!! Penso que os estereótipos estão sempre sendo reiterados e vejo nisso o estabelecimento de uma mediocridade intelectual ao longo dos tempos. E isso ocorre dos dois lados, tanto de Hollywood quanto de quem vai ao cinema assistir aos filmes no cinema. A reiteração de um estereótipo não é unilateral e está tremendamente arraigada nas pessoas, de maneira universal e não só no que diz respeito às mulheres.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:45 pm
Com certeza, Mateus! Precisamos de muita atenção para não cair nesse ciclo. 🙂
wesley
February 8, 2015 @ 6:54 pm
O problema dos filmes também é que colocam poucos papeis com mulheres, poucas protagonistas. E as vezes, o que é pior, essas mulheres são submissas aos homens como no caso do crepusculo e do cinquenta tons de cinza.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:43 pm
Pois é, Wesley. Precisamos de mais mulheres e que elas sejam melhor escritas. Obrigada pelo comentário!
Satine
February 8, 2015 @ 7:02 pm
Desde criança que meu gênero favorito de filmes são comédias românticas, meu gênero de livro é chick-lit, mas com o tempo eu comecei a cansar das histórias – que são sempre as mesmas -, do tipo de protagonista – sempre o mesmo, que caem em um dos itens listados no seu texto -.
Enfim, depois de anos sendo coagida a crescer para ser mãe e esposa de alguém, eu percebi que não quero ter filhos nem casar. E aí que ver e rever certos filmes me deixava irritada. Principalmente os que tratavam de mulheres no topo da empresa onde trabalhavam que eram umas “vacas insensíveis” – chamadas nos filmes e nos livros pelos demais personagens e descritas assim – que despejam sua infelicidade (por não ter filhos ou marido, claro) nos demais funcionários. Filmes de Natal são mestre nisso: é sempre uma executiva que recebe a visita do Fantasma do Natal passado (ou alguma variação disso), reavalia a vida e descobre que… ela só é uma grande executiva para esconder sua infelicidade de não ser mãe e esposa de ninguém. Quando o Fantasma a deixa, ela larga o emprego, vai pro interior ser dona de casa porque essa é a definição de felicidade.
Sinceramente, é muito difícil ser mulher.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:42 pm
Passei pelo mesmo processo que você, Satine. Obrigada por compartilhar!
Aline
February 9, 2015 @ 3:07 am
ótimo post! só uma correção: Alison Bechdel é uma quadrinista, não humorista. 🙂
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:39 pm
Obrigada pelo toque, Aline! 🙂
Adriana Caldeira
February 9, 2015 @ 8:51 am
Um adendo: Sem Reservas é um filme copiado de um filme francês, fielmente copiado. Portanto, não é só Hollywood que dá esse tratamento às mulheres.
Lara Vascouto
February 9, 2015 @ 12:35 pm
Obrigada pela informação, Adriana!
Eduardo
February 9, 2015 @ 4:16 pm
Antes de mais nada, acho que a ausência das mulheres nos estúdios realmente é um problema a ser estudado mais a fundo. É um lance sério e ficou meio solto nesse artigo. Talvez seja a questão da adaptação ao tempo, realmente não sei. Há 100 anos atrás existiam pouquíssimas escritoras, hoje imagino que a distruibuição deva ser próxima aos 50-50.
Bem, sobre os filmes, colocar na lista a saga do Senhor dos Anéis é bem… digamos, triste. Uma saga de filmes de fantasia que, mesmo com seus erros, tenta ser bem fiel aos livros QUE FORAM ESCRITOS ENTRE 1937 E 1949 não poderia ser tão exigida. A base das personagens femininas é muito semelhante ao que foi retratado nos livros mesmo. Não podemos comparar o Tolkien (um inglês do século 19) com o Martin.
Três ou quatro desses esteriótipos são facilmente encontrados em personagens masculinos nos mesmos tipos de filme e são obviamente ignorados, especialmente se tratando desses filmes com pouco conteúdo (como é o caso de 90% dos exemplos citados). Eu, como homem, não suporto alguns esteriótipos masculinos, especialmente nos filmes do novo século, mas provavelmente é isso que o público (ou boa parte dele) quer e talvez eu já não faça mais parte do público alvo dos estúdios. É só pegar por exemplo os filmes do Thor, que possuem uma história totalmente distorcida, péssimas atuações (especialmente do protagonista) e é aclamado por “fãs” e até pela crítica, muito por ter o bonitão, fortão e loirão (e um pouco burrão) puxando a frente. Watchmen e Besouro Verde (pra ficar nos filmes do mesmo gênero), por exemplo, passaram despercebidos, talvez pela falta de esteriótipos “acessíveis”. Talvez.
Temos dezenas de filmes com personagens complexos e bem distantes dos esteriótipos (para homens e para mulheres) e acho que discutir esses besteiróis não levará o debate sobre problemas realmente sérios na indústria a lugar algum. Esses filmes não servem pra moldar opinião, são, em grande maioria, filmes que se adaptam aos desejos do seu público. Hoje muitos meninos ainda querem ser bonitões, fortões e burrões e se cria filmes para eles, enquanto tem meninas que se sentem feias achando que seu visual mudaria totalmente a sua vida.
Abraço!
Mariana
February 9, 2015 @ 4:57 pm
Haha, estamos realmente más representadas no cinema, mas hey, em quantas áreas da indústria não estamos mesmo? Eu sinceramente invejo muito aquelas mulheres machistas e que não veem o quanto a mulher é subestimada ainda hoje em dia, alguém que nunca se sentiu menosprezada pelo simples fato de não ter um pênis, que sorte a de quem nunca se sentiu assim.
Sean O'Reilly
February 9, 2015 @ 7:11 pm
Ok, a maioria dos filmes e livros citados são de histórias românticas e entre homem e mulher. Gostaria de uma sugestão de história romântica que a protagonista não conversa com suas amigas sobre seu amor. Se for uma protagonista lésbica claro que não vai falar de homem. Queria ler um livro desse. Que tal uma em que é o homem que larga tudo para ficar com uma mulher? Eu escrevi um romance assim. Aproveitei pra colocar um monte de locker room talks machistas que os homens jamais ousariam em revelar para as mulheres. Hahaha! Eu sou o Mister M dos machistas. 🙂
Mary
February 9, 2015 @ 7:35 pm
adorei o texto!! Mt foda S2
faltou um tipo de mina aí: a moça perdida que conhece um cara mais velho ( quase sempre) e se apaixona e bla bla..
todo aquele clichê que mts vezes ele é casado aí tem mulher,filhos e bla bla..
Mary
February 9, 2015 @ 7:36 pm
Não conhecia esse blog =))
Vou aparecer aqui sempre amei! (=
Kitty
February 9, 2015 @ 8:31 pm
O Primeiro item foi basicamente o motivo de Club dos Cinco perder uma estrela comigo -.-
Espero que quando for roteirista não cometer esses erros(que por sinal , se você parar pra analisar, são bem bobos e-e )
Rodrigo
February 9, 2015 @ 9:07 pm
Muito bom o texto, parabéns! Mas esse lance da mulher que briga, tem demais. O que eu já tentei dar de conselho pra adolescentes brigonas não é brincadeira. Trabalho num centro cultural (na biblioteca =D ) e elas vinham pra me contar, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E normalmente as brigas se sustentam na tal crença de que mulheres são sempre adversárias. De que uma mulher está sempre planejando contra outra…. é triste, a maioria dessas brigas (a maioria das que eu tenho conhecimento) são consequências diretas da sociedade machista, mas é verdade…
Renato
February 10, 2015 @ 9:40 am
Não concordo totalmente com o texto. Os filmes citados são todos do gênero comédia romântica, gênero esse que em sua maioria produz filme para mulheres e que agrada mais as mulheres também (não estou sendo preconceituoso, é um fato). Os filmes de comédia romântica são considerados filmes de segunda categoria, ao ponto de que quando um ator ou atriz começa a participar de muitos, começam a comentar que ele ou ela não está bem na carreira, isso ocorre principalmente pq além do roteiro normalmente ruim, são filmes que não dão Oscar. Quanto ao esteriotipo, 50 tons de Cinsa é o filme mais esperado do ano pelo público feminino e inclusive um dos livros mais vendidos pro público feminino nós últimos anos… Então, talvez a idéia de hollywood não seja exatamente o machismo, mas atrair o público feminino que em sua grande maioria se identifica.
Aracelli
February 10, 2015 @ 12:23 pm
Cheguei até aqui através desse texto e já fui levada a ler seus outros textos. Gosto do humor como vc coloca e gostei dos assuntos que abordou. Muito do que colocou aqui sobre a personagem feminina no cinema também ocorre nos livros. Tenho o hábito de baixar livros que nunca vi na vida, que não faço ideia de quem os escreveu e tenho me deparado com as “mesmas histórias”. Talvez a realidade não seja tão interessante assim aos olhos dos figurões hollywoodianos e dos autores norte-americanos. Já me peguei pensando várias vezes o que uma Jennifer Aniston, ou Sandra Bullock pensam de seus personagens que semore parecem uma continuação do filme anterior. Já reparou que nem o cabelo muda? É sempre a mesma coisita.
Enfim… Parabéns pelo seu trabalho e pelo seus textos. Não sei se sempre irei concordar com vc, mas pode ter certeza de que não sou daquelas que xingam ou agridem o autor! Kkkkkkkk
Beijossss
Rei
February 10, 2015 @ 9:40 pm
Uma bosta feminista forçada. Cresçam, autores são livres para estereotipar.
O choro é livre.
Alice
February 11, 2015 @ 12:09 am
Não poderia concordar mais. Mas acho que não devemos criticar a estratégia utilizada pela cinema e pela literatura para conseguir atrair o público feminino e sim questionar como esta “fórmula”, tão obsoleta, funciona de maneira tão eficaz, mesmo nos dias de hoje.
Hollywood só utiliza estes esteriótipos porque a mulher ainda se identifica com eles. É a mulher com baixa auto-estima que é rejeitada pelos outros e por sí mesma… É a mulher moderna que só pensa em trabalho e… É aquela ingênua desastrada…Enfim, todos os exemplos ai citados.
Acho que Hollywood não precisa parar de usar estes esteriótipos, pelo contrário, tem que continuar, afinal é o que dá lucro. O que deve mudar é o pensamento da mulher, que ainda se identifica com esses padrões medíocres.
Marcus
February 11, 2015 @ 3:40 pm
Excelente lista, interessante é que a maioria dos filmes citados é do gênero comédia romântica, que eu não suporto justamente pela superficialidade das personagens, além da previsibilidade.
Isabela
February 12, 2015 @ 1:10 am
É por isso que eu amo Kill Bill = mata todos. (tá certo que é vingança, mas é uma mulher fodona)
E é por isso que eu amo a série The Good Wife, ela samba em todos e é uma personagem título fortíssima.
Fabio
February 17, 2015 @ 4:07 pm
Eu não aguento mais estes filmes que minha mulher assiste: mulheres desastradas, amor, romance, homens doces, vagina, amor, romance, mulheres em crise, romance, amor, vagina….
Mas o Diabo veste Prada e Margaret thatcher são ótimos filmes com mulheres protagonistas e olhem só que interessante: minha mulher não liga para o primeiro e nem quis assistir o segundo. Lamento senhoras e senhoritas … vocês são fúteis ou adoram serem.
Julia
February 20, 2015 @ 3:38 am
E vocês são babacas. Quem se deu pior nessa equação com certeza foi sua esposa.
Giulia
August 22, 2015 @ 4:15 pm
Só porque a sua mulher é assim Fabio não quer dizer que todas sejam 😉
Giovanna
February 18, 2015 @ 4:29 am
Millenium passa no Bechdel sim. Se for o filme do David Fincher, pelo menos, passa.
Sam
February 20, 2015 @ 1:31 pm
Adorei o texto, mas vale lembrar que os clichês de Hollywood não afetam só personagens femininos, mas tantos outros, e cenas em geral. Porém achei muito válida a reflexão, e fiquei atordoada, estamos tão acostumados que as vezes acabamos perdendo o senso crítico hahaha Quando mencionou “Mulheres que privilegiam a carreira em detrimento da vida pessoal (e descobrem que são terrivelmente infelizes por isso)” lembrei prontamente de O Diabo Veste Prada, que se enquadra também em “Mulheres cujas vidas se transformam com um bom trato no visual” e ” Ser desastrada para convencer que o personagem é nerd”. Uooooow me sinto traída hahahah. Encontrei seu blog na Obvious, gostei muito, parabéns. Beijo!
Yara
February 21, 2015 @ 10:26 am
Adorei o post. Adoro cinema e sei dos esteriótipos que são utilizados… Fico pensando quão assustados ficariam os roteiristas se escutassem um terço das longas conversas que tenho com algumas amigas… Os temas variam desde expectativas em relação ao futuro (trabalho, família, país, etc…); comentários que temos que escutar no ambientes de trabalho por sermos mulheres (e engenheiras), se nos arrumamos um pouco mais é porque estamos atras de algum homem, a maquiagem faz o nosso QI cair vários pontos; além de dicas de salão, de cursos de crescimento pessoal, livros, viagens, música, jogos e aplicativos, vinhos, restaurantes, roupas, etc… Ah! E também falamos de homens… Realmente nós mulheres temos muitos interesses e os homens são mais um destes interesses!!! 🙂
dinho
February 22, 2015 @ 8:54 pm
O mais interessante é que os filmes citados que tive que assistir foi por causa de minha mulher haha (ela que escolheu esses filmes no minimo ruins)
Cara
July 3, 2015 @ 12:03 am
Sempre achei que o filme Noivas em Guerra seria MUITO melhor se no final as duas protagonistas descobrissem que na verdade são lésbicas e estão apaixonadas uma pela outra. E olha que funciona direitinho com o plot
Marina
September 7, 2015 @ 12:59 pm
Esse George R.R. Martin merece mais do que uma salva de palmas XD
Juliana
September 11, 2015 @ 6:54 am
Fiquei com vontade de uma lista com filmes opostos desses (que tratam mulheres como pessoas).
Se já não tiver aqui no blog, bem que poderia fazer uma lista assim. Que tal?
Às vezes até desanimo de assistir filmes por conta dessas coisas. Já dou play esperando esses estereótipos insuportáveis.
Lara Vascouto
September 28, 2015 @ 2:21 pm
Ótima ideia, Juliana! Tá anotado! 🙂
Thamy
September 12, 2015 @ 5:12 pm
Eu discordo sobre o último item, ou pelo menos parcialmente. Em LOTR as mulheres dos FILMES nem mesmo se conhecem. Como elas conversariam? Em Rohan temos a Eowyn e ela é a única mulher com destaque entre o povo (e nada de reclamar que tem mais homens, porque pfvr… Só tem o rei e o bruxo). Podia ter reclamado da Arwen que só pensa no Aragorn e ok (mentira, que ainda assim eu acharia errado). A Galadriel não entra em contato nem com a Eowyn nem com a Arwen e nem tem razão pra isso. E Millennium? Po, tu leu os livros? A Lisbeth é, digamos, antissocial. Ela se sente confortável apenas com outras mulheres QUE SEJAM PARECIDAS COM ELA. No primeiro livro ela se fecha pra duas mulheres que são diferentes dela (mulheres que se encaixam em estereótipos), e nos outros dois ela mantem até um tipo de relação com uma mulher que é pelo menos parecida com ela no sentido de ser única. No entanto, a trama gira em torno da convivência dela com homens de todo tipo, tanto os *poucos* que a defendem quanto os que a atacam puramente por ela ser “diferente” e se recusar terminantemente até a lhes dirigir palavra. Porque ela é independente, forte e decidida. Millennium é uma trilogia extremamente feminina e uma verdadeira obra prima nesse sentido. A Lisbeth é uma personagem INCRÍVEL. E a falta de diálogo dela com outras mulheres no primeiro filme se deve a simplesmente não haver razão pra isso, já que nos livros isso pouco acontece e os filmes simplesmente focam no que é mais central na hora de adaptar os livros.
Lara Vascouto
October 3, 2015 @ 3:36 pm
Oi Thamy! O texto fala unicamente dos filmes, por isso Millenium entrou na roda. Eu não li os livros, mas tô ligada que eles passam no Bechdel com louvores. É uma pena que grande parte dos filmes hollywoodianos adaptados de livros insistam em estereotipar e diminuir o papel de personagens femininas. Normalmente, a norma para elas serem retratadas na telona é: deixe-as mais bonitas e corte metade de suas falas.
Sobre LOTR…bem, nesse caso, tanto os filmes quanto os livros são machistas – não tanto por estereotipar personagens femininas, mas por omissão! Cara, cadê as mulheres da Terra Média?? rs! Acho até que os filmes fizeram um esforço de corrigir isso, dando um destaque maior para a Arwen. Mas né, o material original não ajudou em nada, por isso não é surpreendente que eles não passem no teste bechdel.
OBS: Eu amo Senhor dos Anéis – tanto os filmes, como os livros (que li várias vezes).
Giovanna
December 21, 2015 @ 5:22 am
Suas matérias são sempre muito interessantes, parabéns.
Só acho que dessa vez pecou em citar George Martin como exemplo. Talvez eu esteja equivocada porque não li os livros, apenas vi a série – e sei que a HBO acaba aumentando muitas coisas por audiência -, mas pelo que sei GOT é sim machista. Talvez salve um pouco pelo protagonismo de certas personagens mulheres, ou pode ser que se use a desculpa da “época”, mas em várias cenas que, ao que sei estavam no livro, vejo estupro rolando solto, com grande atenção para sexualização do corpo da mulher (mercantilização); até as mais valentes, como Brienne, precisam de um homem para salvá-las, dentre outros exemplos. Então fica a dúvida, se realmente George Martin considerou a equidade de gênero ao escrever as Crônicas de Gelo e Fogo, porque não sei mesmo se há alguma abordagem que no mínimo problematize essa questão nos livros.
Lara Vascouto
December 21, 2015 @ 10:08 am
Oi Giovanna! Você tem razão em questionar isso, porque a série Game of Thrones é realmente muito machista! Mas pode ficar tranquila, porque os livros são bem diferentes da série mesmo. A maioria dos estupros que acontecem na série não acontecem nos livros e as personagens femininas dos livros são muito mais incríveis, importantes e, pasme, em maior quantidade do que as da série (sim, personagens foram cortadas completamente da série). Essa é uma grande reclamação, aliás, por parte dos fãs dos livros – que as personagens femininas da série tenha se distanciado tanto das dos livros. Pessoalmente, as mudanças que mais me deixaram louca da vida tem a ver com a mudança na trajetória da Sansa (que levou ao seu estupro na série) e a forma completamente superficial e porca que retrataram as mulheres de Dorne. Sério, nos livros essas personagens são super complexas, com histórias super intrincadas e absolutamente incríveis! Já na série, você viu, né…elas beiram o ridículo.
Enfim, acho que o George faz um bom trabalho com suas personagens femininas nos livros. Te recomendo a leitura! rs!
Obrigada pelo comentário! 😀
Luciana Campos
December 22, 2015 @ 4:31 pm
Como que em “Trilogia Star Wars (original)”, teria duas personagens femininas conversando, se só existe uma? A não ser que Leia tivesse algum distúrbio psicológico e tivesse longas conversas sozinha.
Lara Vascouto
December 22, 2015 @ 5:22 pm
Oi Luciana! Bem, esse é exatamente o ponto, não é? Em um universo cheio de personagens masculinos memoráveis, temos apenas uma mulher interessante. 🙂
Pedro Kobielski
January 28, 2016 @ 1:32 pm
Muito legal o texto! Realmente são estereótipos que ajudam a propagar o senso comum a à aprisionar mulheres em papéis pré-determinados. Mas agora, um adendo: George Martin? Sério? O cara que enfia um estupro em cada livro que ele escreve?
Isabel Dain
April 4, 2016 @ 8:41 pm
Olá! Acabei de descobrir o blog e estou lendo uma postagem atrás da outra! Adorei.
Mas queria fazer dois comentários:
O primeiro é que concordo com o Pedro, quando ele questiona o elogio ao George Martin. Devo ter visto uns 2 episódios de Game of Thrones, mas não consegui terminar nenhum. Haja estupro! E, pelo que leio sobre a série, esses episódios que vi eram a regra e não a exceção.
O segundo é que é realmente triste que o cinema consiga inclusive estragar personagens femininas que são fortes na literatura. Vi que alguém falou que no livro do Diário da Princesa ela não passa por esse “make over”. Sou fã de Harry Potter, mas é surreal como personagens como Hermione, Gina e Luna, que são fortes, marcantes e falam sobre outras coisas além de homens, mudam de perfil nas telonas…
Helena
April 15, 2016 @ 6:14 pm
Olha, simplesmente ”lacraste”! Eu já tinha percebido o quanto a indústria cinematográfica é injusta com as mulheres, mas agora, depois de ler o seu texto, tenho ainda mais certeza disso. Em vários momentos eu fiquei ”é verdade!”, ”eu nunca tinha percebido isso”, ”que coisa mais injusta” ou etc. Parabéns pelo trabalho 🙂
Lara Vascouto
April 16, 2016 @ 4:35 pm
Obrigada, Helena! 🙂
Lua
April 29, 2016 @ 10:37 pm
Menina, adorei o texto, mas um adendo: o que eu já vi de mulher se pegar no tapa. Semana passada inclusive, minha prima chamou uma mina pro braço… e bem, ela veio. resultado: 10 mulheres brigando no meio da rua, unhadas, tapas, chutes, socos.
Teve outra vez que uma vizinha puxou uma barra de ferro pra outra e bem, o resultado foi bem escroto. haha. Acho que vivo em um lugar estranho.
ana
June 29, 2016 @ 1:46 am
No diario da princesa ela até ajeita o visual durante o filme, mas isso é só uma referencia a uma linda mulher. Na verdade a transformação é muito mais em aprender a se portar e conhecer um mundo que ela desconhecia. ela é uma menina que conhece a avó, uma rainha e passa a ter aulas de etiqueta, idiomas, piano e o carai a 4 porque quer, nao é sobre se vestir ou alisar os cabelos e sim sobre uma menina que ve uma oportunidade a recebe de bracos abertos.
Ana Lira
July 3, 2016 @ 12:31 am
Poxa, fiquei pessoalmente magoada por O Senhor dos Aneis ter entrado na lista, afinal, basicamente o que ocorre lá é guerra, daí é natural tudo girar em torno dos homens, mas considerando as outras obras do mestre Tolkien, realmente há poucas mulheres, mas também fico pensando que o período histórico que Tolkien viveu, a guerra ter sido um marco importante na vida dele, é natural que ele escrevesse assim… Enfim, gostei do post, mesmo! Mas Tolkien… ahhh Tolkien… (sacou?)
;*
Kelly
July 7, 2016 @ 11:42 pm
Eu li esse texto a primeira vez uns dias depois que você publicou (alguém me mandou inbox no facebook) e agora, mais de um ano depois, eu ainda procuro por ele na internet, porque o acho ótimo. Vivo recomendando para os amigos lerem, para se darem conta do quanto é comum esses estereótipos. Eu só nunca diria que hollywood tem que parar de usar, porque acho que estereótipos sempre vão existir, mas e quem sabe criar novos? Estereótipos de mulheres fortes, que conseguem fazer tudo que precisam, sem nenhum homem. Mas apenas isso, obrigada pelo texto incrível!
Gabriela Magalhães
August 9, 2016 @ 1:30 pm
Incrível seu post, espero que tenha o reconhecimento que merece não só por nós mulheres, mas por toda a sociedade e principalmente as pessoas que estudam cinema. Mas só queria entender melhor, onde o esteriótipo de ‘mulheres que não conversam entre si mas se conversam é sobre homem’ se encaixa no Millenium, Os homens que não amavam as mulheres?
Atenais
September 21, 2016 @ 10:23 pm
Tava lendo o texto e pensando nas minhas conversas com minhas amigas, puxa, a gente quase nunca fala de homem. A gente fala de mil outras coisas. Lendo seu artigo, fiquei pensando em como os personagens femininos do cinema são irreais.
Juliette Seeder
November 23, 2016 @ 6:06 pm
Wow, peraí, gostaria de fazer duas ressalvas:
“Ele Não Está Tão a Fim de Você” é um filme que parodia outros filmes de comédia romântica. Quando você colocou ele lá em “mulheres que largam tudo pra ficar com o cara” eu não consegui pensar em nenhuma das personagens, a não ser a da Scarlett Johansson pra ficar com o Bladley Cooper, esse que no final se fode porque ele é casado e ele fica sem a mulher e sem ela também, porque ele é um babaca otário.
Achei super legal o amadurecimento da personagem da Ginnifer Goodwin e da Jennifer Aniston. A primeira aprende que não precisa de macho pra viver e a Jennifer supera a necessidade de se sentir aceita pelo parceiro.
Pessoalmente, acredito que não foi justa a categoria em que você pôs ele. O filme, claro, não é feminista, e talvez várias coisas podem ser problematizadas, mas acredito que não isso. Nenhuma das personagens, que eu me lembre, larga tudo pra ficar com um cara.
A segunda ressalva é Millenium: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, é uma pena que a versão americana tenha caído num esteriótipo machista tão comum. A trilogia literária e cinematográfica sueca são realmente de babar, com todas as personagens femininas focas e bem desenvolvidas que carregam. Que eu me lembre o único diálogo entre duas mulheres na versão americana foi entre Lisbeth e Mimi, namorada dela, que só aparece por poucos minutos. Mas acredito que os livros são ótimos para fazer parte da biblioteca feminista, sem dúvida são ótimos livros que trazem às claras muitos problemas graves de violência contra a mulher.
Bianca
February 2, 2017 @ 5:18 am
Muito bom. Também seria legal um post com personagens de filmes que você acha que são bem construídas, que fogem desses esteriótipos de sempre
Letícia
May 31, 2017 @ 10:30 am
Muito bom o texto, embora não concorde com todos os exemplos. No noivas em guerra, temos uma personagem que não desiste do trabalho para casar, pelo contrário, o talento dela no trabalho é algo considerado admirável pelo noivo, a briga é mais uma representação extrema para que houvesse uma conclusão (admirável para Hollywood) que justamente nega o princípio de que mulheres não são boas companheiras por serem eternas competidoras, fazendo-as ao final retomarem a amizade de forma mais forte ainda: o protagonismo é exclusivamente feminino e eu diria inclusive q o casal principal da história são as duas amigas (e o filme ainda passa no teste de Bechdel ;)). Tbm o ele não está tão afim de você, mostra a emancipação de uma mulher q, estando com um homem desde a faculdade, da tchau pra ele quando percebe q ele não a valorizar sequer para parar de fumar (o estopim do divórcio) e outra que se propõe ao papel de amante, mas se vê objetificada e tbm percebe q não precisa daquilo, e eu não lembro de nenhuma personagem que tenha largado tudo por homem ali… Todas as mulheres no filme trabalham, tem amigas, problemas não relativos a homem, e mesmo a história da personagem mais distante da ideia de feminismo, romântica e na eterna busca do “amor da vida dela”, podemos considerar uma mulher que luta pelo q quer e se entrega com tudo aos seus objetivos, só q o q ela quer não é relativo a profissão, mas a um relacionamento amoroso (forte o suficiente pra mim, pq não é por ser feminista que a mulher não pode ser romântica)- e novamente passa pelo teste de Bechdel. Enfim reconheci todos os estereótipos em vários filmes, mas achei a análise para dar exemplos um pouco superficial.
Manic Pixie Dream Girl e os estereótipos femininos no cinema – O Maravilhoso Mundo de Lilith
August 3, 2018 @ 10:52 pm
[…] esses estereótipos caracterizaram as personagens femininas em arquétipos idealizados e machistas. Nesse texto, é possível encontrar uma análise dos principais estereótipos femininos hollywoodianos. […]